Com a reconciliação podendo ocorrer nas negociações de Viena para revigorar o acordo nuclear de 2015, a Iran Air vem tentando pressionar a Boeing a reavivar um grande pedido de jatos assinado em 2016.
A mídia local no Irã informou que a transportadora nacional enviou uma carta à Boeing exigindo que honre seus compromissos. O diretor-gerente Alireza Barkhor disse à Agência de Notícias da República Islâmica que quer retomar o contrato de compra de aviões.
O ministro do Desenvolvimento Urbano e Rodoviário do Irã, Mohammad Eslami, também disse recentemente que a Boeing deveria ser responsabilizada pelo atraso na execução de seu contrato com a Iran Air, e que o Irã se reserva o direito de tomar medidas legais sobre o atraso. “As empresas iranianas têm o direito, conforme o contrato, de cumprir seu contrato”, disse ele.
Na esteira do acordo nuclear de 2015, o Irã agiu rapidamente para tentar atualizar sua frota de aeronaves comerciais envelhecidas. A maioria das sanções internacionais foi suspensa em janeiro de 2016 e, em dezembro daquele ano, a Boeing anunciou que a Iran Air havia concordado em comprar 80 aeronaves no valor de US$ 16,6 bilhões a preços de tabela. O pacote incluiu 50 aviões 737 Max 8s, 15 777-300ERs e 15 777-9s.
Em abril do ano seguinte, a Boeing anunciou um acordo com outra companhia aérea iraniana, a Iran Aseman Airlines, para comprar 30 aviões 737 MAX por um preço de lista de US$ 3 bilhões, com entregas previstas para começar em 2022.
Ao todo, as companhias aéreas do Irã fizeram pedidos para mais de 300 novas aeronaves e opções para mais 50 aviões de uma combinação da Boeing, Airbus e fabricante de turboélice europeu ATR. No entanto, apenas 11 aviões ATR e três jatos Airbus foram entregues antes de os EUA começarem a impor novamente as sanções.
Parece improvável que as entregas possam começar em breve. Nem os negócios da Iran Air ou da Iran Aseman Airlines estão atualmente listados na lista publicada de pedidos e entregas da Boeing.
Em uma breve declaração da Boeing em resposta às perguntas deste artigo, a empresa disse “A Boeing continuará a seguir o exemplo do governo dos EUA no que diz respeito ao envolvimento com as companhias aéreas iranianas.” Não confirmou se recebeu recentemente alguma correspondência da Iran Air ou de outras transportadoras iranianas, ou qual é o status do pedido de 2016.
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