O Embraer EMB-312 nasceu de uma solicitação do Ministério da Aeronáutica brasileiro à empresa, a fim de que se projetasse um treinador básico que pudesse substituir os Cessna T-37C, então em uso na Força Aérea Brasileira.
Projetado em 1978 sob a direção de Joseph Kovacs, o EMB-312 é um monomotor turboélice, asa baixa, equipado com uma turbina Pratt&Whitney Canada PT6A-25C de 750shp, a qual gira uma hélice tripá, com estudante e instrutor sentados em tandem sob uma capota única, abrindo lateralmente. Os assentos ejetáveis são dispostos de tal forma que o instrutor, sentando atrás, em posição mais alta do que o estudante, tem visibilidade quase que completa à frente.
Em 6 de dezembro de 1978 o Ministério da Aeronáutica e a Embraer celebraram um contrato inicial de desenvolvimento, incluindo dois protótipos e dois exemplares para teste de fadiga. O primeiro protótipo decolou pela primeira vez no dia 16 de agosto de 1980, ostentando a matrícula FAB 1300; já o segundo protótipo, FAB 1301, realizou seu primeiro voo em 10 de dezembro do mesmo ano.
Um terceiro protótipo, incorporando as modificações previstas para incorporação nos modelos de série, recebeu a matrícula civil experimental PP-ZDK, e voou em 16 de agosto de 1982.
O EMB-312 foi batizado de “Tucano”, o qual foi sugerido por um cadete da Academia da Força Aérea, e recebendo a designação T-27 na FAB (ou AT-27, para aqueles utilizados em missões de ataque leve), foram adquiridos 168 exemplares, com a entrega dos seis primeiros exemplares – destinados a equiparem a Esquadrilha da Fumaça – tendo ocorrido no dia 29 de setembro de 1983.
O Tucano foi um sucesso no mercado internacional de treinadores turboélice, oferecendo um “cockpit” com instrumentos dispostos de forma semelhante aos modernos caças a jato, demonstrando ser econômico em operação. Mais de 800 exemplares já foram vendidos e equipam, hoje, as forças aéreas da Argentina, Egito, França, Iraque, Paraguai, Perú, Venezuela e, na versão fabricada sob licença pela Shorts Brothers, é utilizado pela Grã-Bretanha, Kuwait e Quênia. O Egito fabricou o Tucano sob licença e também exportou-o para o Iraque.
Na FAB, o Tucano é atualmente utilizado para instrução no 1º Esquadrão de Instrução Aérea da Academia da Força Aérea e para testes e desenvolvimento pela Divisão de Ensaios em Voo do Centro Tecnológico Aeroespacial. Outras unidades que utilizaram o T-27 no passado são o Esquadrão de Demonstração Aérea, a extinta 2ª Esquadrilha de Ligação e Observação, o 1º Grupo de Aviação de Caça, 1º Grupo de Defesa Aérea, 1º/3º GAV, 2º/3º GAV, 3º/3º GAV, 1º/5º GAV e 1º/14º GAV.
Em 2018, a FAB abriu uma licitação para a apresentação de propostas para a modernização do T-27, com a instalação de aviônica digital e “glass cockpit” nos dois postos de pilotagem. A modernização foi iniciada no mesmo ano, sendo realizada pela empresa Albatross, em conjunto com o Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa. A primeira aeronave modernizada foi entregue à FAB em 2020 e espera-se receber as quarenta e duas aeronaves modernizadas até o final de 2022.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS (EMB-312 T-27 Tucano)
- Motor: Um turboélice Pratt&Whitney Canada PT6A-25C de 750 shp
- Envergadura: 11,14 m
- Comprimento: 9,86 m
- Altura: 3,40 m
- Superfície alar: 19,4 m2
- Peso: 1.810 kg (vazio); 3.175 kg (máximo)
- Velocidade: 457 km/h (máxima)
- Razão de ascensão: 810 m/min
- Teto de serviço: 9.936 m
- Alcance: 2.112 km (máximo)
- Armamento: 4 pilones sob as asas para casulos de metralhadoras 12,7 mm, foguetes e bombas
Perfis:
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