Uma companhia aérea define a aquisição de seus aviões considerando critérios que vão muito além do design e dos custos do projeto. A seleção das aeronaves é combinada, acima de tudo, às metas estratégicas de cada empresa, conforme os destinos que atende, a frequência de voos que realiza, as distâncias dos trechos oferecidos e o volume esperado de passageiros.
Assim, para efetuar uma compra ou o arrendamento assertivo de uma frota, a avaliação das companhias costuma tomar detalhes como alcance das aeronaves, consumo de combustível, custos de manutenção, TBO (do inglês Time Between Overhaul, ou “tempo entre manutenções”), a capacidade de acomodação de passageiros e de carga, além da preocupação ecológica com a emissão de poluentes, entre outras questões socio-ambientais.
Raramente, o gosto pessoal dos profissionais que conduzem os aviões é considerado na escolha – é mais comum que, por conta da experiência frequente, eles terminem se apaixonando pelos modelos com os quais mais lidam no mercado.
Enfim, sejam ou não as queridinhas dos pilotos, confira conosco uma lista das 10 aeronaves mais utilizadas nos últimos tempos na aviação comercial:
Embora em operação há um tempo relativamente curto, o Airbus A380 já consta em destaque nesta lista. O atual maior avião de passageiros do mundo foi projetado de olho na crescente demanda de passageiros nas principais rotas intercontinentais.
Com uma impressionante capacidade de transportar de 555 a 845 passageiros, com alcance de 14.800 Km, o A380 só não atinge um número maior de destinos pois muitos aeroportos ainda precisam ampliar pistas e terminais para poder recebê-lo.
9. Boeing 707
O Boeing 707 não está mais em operação, no entanto, sua importância é incontestável. Ele foi responsável por alçar a Boeing à condição de maior fabricante de aviões comerciais do mundo. Foi o primeiro jato bem sucedido no transporte de passageiros, servindo de plataforma para todos os projetos subsequentes da série 7X7.
Seus motores P&W JT3D-3B, turbojatos tão potentes quanto ruidosos, viriam a limitar suas operações comerciais nos aeroportos mundiais. Hoje, poucas unidades podem ser vistas em voo, como a de propriedade particular do ator americano John Travolta.
8. Airbus A320
O A320 é uma verdadeira vedete da aviação de curto e médio alcance – dominando esse mercado em disputa acirrada com o Boeing 737, seu único concorrente direto. Silencioso, econômico e altamente tecnológico, o A320 foi responsável por introduzir a tecnologia fly-by-wire de controles na aviação comercial.
Fabricado na França, a aeronave tem forte presença na aviação regional europeia, além de grande aceitação no mercado mundial. No Brasil, a TAM lidera o segmento de aviação doméstica com esta aeronave.
7. Boeing 727
O Boeing 727 foi produzido entre os anos de 1963 e 1984, dominando o segmento da aviação de curto e médio alcance por mais de uma década. Seu recorde de produção foi quebrado apenas em 1990 pelo seu sucessor, o Boeing 737.
O Boeing 727 foi o único da família 7X7 a possuir três motores e cauda em “T”. No Brasil, foi utilizado por empresas como VARIG, VASP, Transbrasil e Cruzeiro. Até hoje, alguns modelos B727-200F compõem a frota da RIO Linhas Aéreas, uma empresa da aviação cargueira.
6. Boeing 767
Concebido na década de 1980, o 767 foi o principal responsável pela popularização dos voos transatlânticos, graças ao seu longo alcance e baixo custo operacional. O Boeing 767 continua sendo produzido nos dias atuais, e ainda é a aeronave mais utilizada nessas travessias.
Foi também a primeira aeronave a não exigir engenheiro de voo, reduzindo a tripulação técnica a dois tripulantes. Além disso, foi o pioneiro na certificação ETOPS (do inglês Engine Twin-Engine Operations), que permite a aeronaves bimotoras ingressar em rotas mais distantes de locais para pousos de emergência.
5. Boeing 757
O Boeing 757 foi desenvolvido conjuntamente com seu antecessor nesta lista, o Boeing 767. A similaridade de projetos permite que a certificação de tipo em ambas seja praticamente a mesma, exigindo-se apenas um rápido curso para a transição entre uma aeronave e outra.
A única diferença em relação ao seu “irmão gêmeo” é que o Boeing 757 possui uma estrutura narrow-body, com apenas um corredor e duas fileiras de assentos na cabine, destinando-se portanto a voos mais curtos. Desta forma, ambas aeronaves guardam as mesmas vantagens operacionais, cada uma em sua respectiva área de atuação.
4. Boeing 787
O Dreamliner, como é conhecido, tem a missão de suceder o Boeing 767 nas travessias transatlânticas, utilizando aviônica superior e ligas metálicas mais leves em sua estrutura. Apesar dos problemas envolvendo suas baterias de íon de lítio, o Boeing é uma das grandes apostas das companhias aéreas para o futuro. Sua emissão de poluentes e consumo ainda são consideravelmente inferiores, em relação aos seus concorrentes diretos.
No dia de seu lançamento, em 2011, mais de 670 unidades fossem encomendadas por 48 companhias aéreas internacionais, fazendo dele o maior sucesso comercial da indústria aeronáutica mundial em todos os tempos.
3.Boeing 737
O Boeing 737 é o grande campeão da aviação doméstica e regional em todo o mundo. Em operação desde 1967, é a aeronave de maior vendagem da história da aviação civil, com 7.865 unidades já entregues até o momento, além de 3.680 ordens de compra em espera. Estima-se que, a qualquer instante, existam em média 1.250 Boeings 737 no ar, com dois deles decolando ou pousando a cada 5 segundos.
Desde seu primeiro voo, já transportou em torno de 7 bilhões de passageiros, o equivalente à população mundial. Tais números o tornam um padrão quando se fala em voos comerciais de curto e médio alcance.
2. Boeing 777
O Boeing 777 é o maior bimotor a reação do mundo, com o motor mais potente já produzido. Seu motor GE90, capaz de produzir até 127.900 libras de potência (conforme registro no livro Guiness dos recordes), tem aproximadamente 3,2 metros de diâmetro – ligeiramente menor do que a fuselagem do Boeing 737, com seus 3,75 metros de diâmetro.
O “Triple Seven”, como também é conhecido, detém o recorde de maior distância percorrida sem escalas, registrado num voo de 21.601 Km entre Hong Kong e Londres. Esta distância chega a ser mais da metade da circunferência da Terra, que é de 40 mil km na linha do Equador.
Graças a seu alcance e sua eficiência no consumo de combustível, o 777 foi uma das aeronaves mais vendidas pela Boeing na primeira década do século 21, atendendo às necessidades de companhias que interligam as principais capitais mundiais através de rotas transatlânticas.
1. Boeing 747
Não se nomeia uma aeronave de “Rainha dos Céus” por acaso. O Boeing 747, também conhecido como “Jumbo”, foi a primeira aeronave wide-body da história da aviação comercial. Em operação desde 1970, sua capacidade de até 585 passageiros foi um recorde mundial durante 37 anos.
Uma de suas variantes, o Boeing 747-400 é a aeronave comercial mais veloz em atividade, podendo atingir a velocidade de Mach 0.855 (cerca de 85% da velocidade do som). Além de seu uso no transporte de passageiros e carga, notabilizam-se também suas aplicações militares. Destacam-se o Shuttle Carrier Aircraft, que durante muitos anos transportou os ônibus espaciais da NASA, e os VC-25A 28000 e o “Air Force One”, utilizados para o transporte pessoal do presidente dos Estados Unidos.
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