Atualmente o jato de corredor único de maior sucesso da Airbus , o A321 completa 30 anos desde seu primeiro voo em 11 de março de 1993.
Concebida para atender as rotas de alta demanda de passageiros então realizadas pelo A320 (e pelo concorrente Boeing 737), a versão com fuselagem alongada evoluiu para conquistar um nicho de mercado antes restrito a aeronaves widebody.
O A321 foi a primeira variante da família Airbus A320, seguido do A318 e do A319. O lançamento do programa ocorreu em 24 de novembro de 1988, oito meses após a estreia do A320 em serviço.
Desde o início, a fabricante de aviões recebeu 183 pedidos de 10 clientes, ganhando força financeira para executar o projeto. Seis anos depois, em 27 de janeiro de 1994, a transportadora Lufthansa recebeu a primeira aeronave.
Com 44,5 metros de comprimento, o A321 é 7 metros mais longo que o A320. Apesar dessa diferença, as duas variantes compartilham a mesma asa, com 35,8 m de vão. A diferença permitiu ao A321 uma generosa capacidade de cabine, que comporta até 244 passageiros (capacidade máxima da futura versão A321XLR, que ainda não chegou ao mercado) – contra 195 assentos do A320.
O A321 também compartilha os mesmos sistemas aviônicos do A320, permitindo que os pilotos voem na versão estendida sem a necessidade de treinamento adicional.
O peso máximo de decolagem (MTOW) das duas versões, porém, varia muito. A primeira versão do modelo alongado pode decolar com peso de até 93.000 kg (e o A320 com 78.000 kg).
O MTOW da maior variante da série A320 cresceu 20%, chegando a 101.000 kg (na versão A321XLR).
O aumento do peso do A321 se deve ao aumento da capacidade de combustível da aeronave, cuja autonomia de voo cresceu substancialmente em três décadas.
A primeira versão tinha alcance de 5.926 km, enquanto a variante XLR podia viajar até 8.700 km, alcance semelhante ao de jatos grandes como o Boeing 767-300 – a Airbus também oferece o A321LR, que pode voar por 7.400 km.
Lacuna deixada pelo Boeing 757
Muito do sucesso do Airbus A320 alongado se deve à falta de um concorrente. A Boeing já teve um produto nesse nicho, o 757, que foi lançado em 1984, mas foi descontinuado em 2004 e nunca teve um substituto.
Como alternativa, os operadores do 757 encontraram no A321 a solução perfeita e ainda mais vantajosa para substituir aeronaves em fim de vida.
O início da trajetória do A321, porém, foi discreto, ao contrário do boom de vendas que o modelo vem registrando nos últimos anos. Entre 1994 e 2012, a Airbus não chegou nem perto de entregar 100 unidades da variante por ano.
A partir de 2013, as encomendas do modelo cresceram enormemente e hoje a versão responde por um terço das encomendas de jatos da família A320, com mais de 3.700 pedidos somados até fevereiro de 2023 – dos quais 2.749 foram entregues e apenas 54 aeronaves foram retiradas de serviço .
Com tantos pedidos sendo fechados, em 2016 a Airbus chegou a abrir uma segunda linha de produção para o A321, em Mobile, nos Estados Unidos. Até então, a versão estendida do A320 era produzida na fábrica de Hamburgo, na Alemanha.
A próxima fábrica a produzir o jato será Toulouse, na França, onde o A321 substituirá o A380.
Apesar de ser uma aeronave europeia, o maior cliente do A321 é uma transportadora norte-americana, a American Airlines. Ao todo, a empresa opera 288 desses dispositivos.
cargueiro A321
A boa capacidade interna do A321 também garantiu a presença do modelo no nicho de aeronaves de fuselagem estreita convertidas em cargueiros, setor onde a Boeing reinou suprema por décadas com o 737.
Em janeiro de 2020, voou o primeiro A321P2F convertido pela EFW, uma joint venture do grupo Airbus e da ST Engineering, com sede em Cingapura. O nome do avião, P2F, é uma sigla para “Passenger to Freighter”, em referência à modificação dos aviões de passageiros para a função de cargueiro.
Segundo dados da EFW, o A321P2F tem capacidade para transportar 27 toneladas de carga distribuídas em um compartimento de 208 m². O primeiro modelo convertido entrou em serviço em outubro de 2020 com a divisão de carga da australiana Qantas Airways.
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