As fotos interessantes desta postagem mostram Ayrton Senna, tricampeão de Fórmula 1, nas cabines de um Mirage III da FAB (Força Aérea Brasileira) e de um F-111 da RAAF (Força Aérea Real Australiana). As histórias por trás dessas fotos são bastante interessantes.
De acordo com a FAB, em 1989, Senna, recentemente campeão mundial de F1, fez uma visita à cidade de Anápolis, no estado de Goiás. A FAB queria que ele voasse no novo Mirage III. Senna já havia pilotado o avião da família outras vezes, na época um Hawker 800. Ele também já havia voando em F-5B do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), em 1987.
O próprio Senna pediu aos pilotos que fossem o mais rápido possível, porque ele queria sentir a velocidade supersônica do Mirage III.
Mas lá em cima, como não é possível sentir a sensação de velocidade, os pilotos brasileiros do 1º GDA (Grupo de Defesa Aérea) decidiram voar o mais baixo possível. Ao contrário da maioria dos que não estão acostumados com a Força G, Senna não mostrou náuseas ou desânimo – falava muito e se empolgava com a experiência, mesmo recebendo o controle da aeronave por um breve período, orientado pelo comandante do esquadrão.
O Tenente-Coronel Alberto de Paiva Cortes, o comandante do 1º GDA, teve a honra de levar o piloto de F1 brasileiro a bordo do Mirage III biposto, matrícula FAB 4904.
Após deixar o solo, era hora das manobras: aos 36 mil pés (quase 11 km), o Tenente-Coronel Cortes acelerou até romper a barreira do som e atingiu a velocidade de Mach 1.4, correspondente a 1.728 km/h. Em um rasante, o Mirage III chegou a Mach 0.95 (1.173 km/h) – mesmo em comunicação com a equipe em solo, a velocidade surpreendeu os fotógrafos e cinegrafistas que tentavam registrar o voo. Senna ainda permaneceu com o esquadrão após o vôo: trocou lembranças e recebeu certificado de vôo supersônico.”
Hoje, aquele mesmo Mirage III usado em 1989 está exposto para visitação no Museu Aeroespacial Brasileiro (MUSAL), unidade vinculada ao Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), localizada no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro (RJ). Em 2019, 30º aniversário deste voo, a FAB prestou uma homenagem a ele, pintando um Mirage 2000C com as mesmas cores de seu capacete e o irmão de Ayrton, Leonardo Senna, voou em um F-5FM.
Você pode conferir toda a história de seu voo de 1989 no site oficial da FAB aqui.
Dois anos depois, em 1991, a FAB o escoltou novamente, e você pode conferir o vídeo e o rádio (em português) abaixo.
Mas em 1990, Senna teve a oportunidade de voar novamente a bordo de um jato de combate. Desta vez em um General Dynamics F-111 “Aardvark” da Real Força Aérea Australiana (RAAF).
Omar Rafei, ex-membro da tripulação do F-111 da RAAF, relembra no grupo Friends of the RAAF General Dynamics F-111C/G (RF-111C) no Facebook:
“Fizemos um sobrevoo com 3 aeronaves antes do GP de Adelaide em 1990. Depois de pousar em Edimburgo, fomos levados de helicóptero de volta à pista e fomos para o camarote corporativo da Fosters para assistir o restante da corrida. Tivemos então a sorte de ser convidados para os boxes da McLaren para conhecer Ayrton. […] Ele era um fanático por aviação, então um convite foi oferecido para lhe dar uma carona no dia seguinte com nosso piloto intercambista no Reino Unido, que eu acho que costumava correr na Europa. Ayrton teve a gentileza de nos convidar a todos para a festa da McLaren naquela noite no Hilton (eu acho). Teve uma grande noite para todos, caramba, esses caras da F1 sabem festejar!! Um passeio muito agitado foi dado no dia seguinte!!”
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