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sexta-feira, 7 de abril de 2023

AERONAVES (QUASE) FAMOSAS: Dassault Mirage F.2

 

Desde o fim da II Guerra Mundial, o nome da Dassault está intimamente relacionado com a concepção e desenvolvimento de aeronaves, sempre na vanguarda de tecnologias. Do Ouragan ao Rafale, construindo aviões que foram capazes de impor um estilo particular do mundo.

No entanto, se as aeronaves da Dassault conseguiram sucesso no mercado internacional, algumas máquinas jamais passaram da fase de protótipo, apesar das qualidades tecnológicas únicas. Um exemplo destes aparelhos é o protótipo do caça tático pesado Mirage F.2, hoje, apenas mais um esquecido.

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Em 1964, o Ministério da Defesa Nacional e a fabricante de motores SNECMA convidaram Marcel Dassault para trabalhar no estudo de um caça tática biplace, cuja a propulsão seria assegurada pela grande motor turbojato SNECMA TF-306. Entretanto o motor não era de fabricação francesa, sendo uma versão produzida localmente do TF-30, um reator projetado nos EUA pela Pratt & Whitney.

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O TF-30 era uma versão mais leve e destinada à exportação do Pratt & Whitney J75-P que equipava o Repúblic F-105D Thunderchief. O TF-306 foi então testado num banco de ensaio e logo em seguida num Mirage III-T. A SNECMA estudava o motor e a Dassault projetava o novo caça para atender as especificações do futuro caçador.

Equipes de engenheiros e designers da Dassault decidiram trabalhar numa nova aeronave em relação às aeronaves de asas delta, quebrando a sequencia do interceptador Mirage III e o bombardeiro estratégico Mirage IV então em desenvolvimento.

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A nova aeronave foi desenhada na forma de um monomotor de dois lugares em tandem com uma asa alta, enflechada e estabilizadores horizontais. O avião, no entanto, manteve alguns elementos do Mirage III, incluindo o nariz do avião e os aviônicos. O avião tinha um novo trem de pouso, alto o suficiente. Não tinha capacidade de ser reabastecido em voo. O primeiro protótipo fez seu vôo inaugural em 12 de junho de 1966. Durante o primeiro voo, o avião foi propulsionado por um TF-30 e não por um TF-306, sendo este instalado só dois meses mais tarde.

Por razões comerciais, Marcel Dassault quis perpetuar o nome Mirage e a nave ficou conhecida como Mirage F.2 (sendo o dois por causa dos dois tripulantes). Os testes continuaram em silêncio. Em1972 a força aérea francesa decidiu “congelar” o programa, preferindo se concentrar em um novo protótipo de um caça com geometria variável, o programa Mirage G, concebido a partir do Mirage F.2.

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O programa Mirage F.2 tentou continuar de alguma forma. Marcel Dassault decidiu investir por conta própria numa versão monoplace, menor, menos onerosa, mas com as mesmas capacidades apresentadas pelo F.2. Dessa forma nasceu o ótimo Mirage F.1, matando por completo o Mirage F.2.

Mirage F.1 (em primeiro plano) forma com um Mirage F.2
Mirage F.1 (em primeiro plano) forma com um Mirage F.2

Em janeiro de 1975, quando a Força Aérea ordenou a série Mirage F.1 como seu futuro caça tático e o Jaguar também estava começando a ser entregue, a  Dassault e SNECMA foram oficialmente comunicadas do cancelamento do programa do Mirage F.2. Não só o Estado-Maior francês não queria essa aeronave como também decidiu cancelar com a versão francesa o motor Pratt & Whitney TF-30. Apesar de algumas qualidades interessantes, este plano não despertou nenhum interesse por clientes estrangeiros, incluindo aqueles que estavam acostumados a comprar aviões da Dassault.

Atualmente o Mirage F.2 está exposto em Toulouse

De baixo para cima: Mirage F.1, Mirage F.2 e Mirage G.8
De baixo para cima: Mirage F.1, Mirage F.2 e Mirage G.8

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