O HNA Aviation Group, que opera a quarta maior frota de aeronaves da China, encomendou 100 aviões da Commercial Aircraft Corporation of China (COMAC), dando ao fabricante estatal uma vantagem em sua corrida para alcançar a Airbus e a Boeing no mercado da indústria da aviação global.
O HNA assinou ontem um contrato para 60 jatos de passageiros de corredor único C919 e 40 jatos regionais ARJ21 para sua subsidiária Urumqi Air, de acordo com um comunicado que não divulgou detalhes financeiros.
A aquisição é um impulso para a COMAC ajudar a China a cumprir a aspiração do presidente Xi Jinping de desafiar o domínio da Boeing e da Airbus no mercado doméstico ou mesmo no mercado global. A China almeja uma participação de 10% na aviação doméstica até 2035. No final do ano passado, a COMAC recebeu pedidos de 1.035 aviões C919, seu carro-chefe para rivalizar com o 737 da Boeing e o A320 da Airbus.
“As duas partes aproveitarão esta oportunidade para aprofundar a cooperação e integrar ainda mais a indústria de transporte da aviação civil com a fabricação de aeronaves comerciais para construir uma nação forte em termos de aviação civil e manufatura”, segundo o comunicado.
A COMAC pode quebrar o duopólio da Boeing e da Airbus no mercado doméstico devido ao tamanho da indústria de aviação da China e ao forte apoio político, de acordo com o instituto Mercator Institute for China Studies, com sede em Berlim.
A COMAC, que foi fundada em 2008 com o regulador de ativos estatal e a Corporação da Indústria de Aviação da China sendo seus principais acionistas, prevê ter uma fábrica com capacidade de fabricação anual de 150 aeronaves C919 em cinco anos.
Seu jato regional ARJ 21 tem capacidade para transportar 95 passageiros e tem autonomia de voo entre 2.225 quilômetros e 3.700 quilômetros.
A Hainan Airlines, unidade da HNA Aviation listada em Xangai, tinha uma frota de 342 aviões, incluindo 260 aviões Boeing e 64 jatos Airbus até o final de 2022, de acordo com seu relatório anual.
A HNA opera várias companhias aéreas, a maior das quais é a Hainan Airlines. Também opera operadoras regionais como Tianjin Airlines e Fuzhou Airlines. É o mais recente cliente do C919, que pode transportar entre 156 a 168 passageiros em configurações típicas, com um alcance operacional de 3.000 milhas náuticas (5.555 quilômetros).
A China Eastern Airlines comprou quatro C919s em maio de 2022 por US$ 99 milhões cada. O primeiro avião foi entregue em dezembro, após 100 horas de voos de teste. O avião será colocado em uso comercial depois de atender a uma série de requisitos de voo, como segurança operacional e confiabilidade de manutenção, de acordo com a agência de notícias Xinhua.
O C919 fez seu primeiro voo de teste em 2017 e foi certificado para voar pela Administração de Aviação Civil da China (CAAC) em setembro do ano passado, após 14 anos de desenvolvimento. Suas principais peças, como motores e sistemas de comunicação, são importadas dos Estados Unidos ou da Europa.
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