O Embraer ERJ-135 Regional Jet é uma moderna aeronave bimotor pressurizada de alta performance, com motorização turbofan, com capacidade para transportar confortavelmente até 37 passageiros em viagens interestaduais e internacionais, projetada, desenvolvida e fabricada em larga escala no Brasil a partir da década de 1990 pela então fabricante brasileira Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, atualmente Embraer S.A., que utilizou como base para sua criação e desenvolvimento o bimotor turbofan Embraer ERJ-145 Regional Jet, incluindo o seu projeto de fuselagem, asas e estabilizadores vertical e horizontal em “T” e a maior parte dos seus sistemas hidráulico, elétrico, eletrônico, pneumático e mecânico.
O Embraer ERJ-135 foi a segunda aeronave comercial a jato fabricada em série pela Embraer, um sucesso de vendas no mercado mundial de aviação comercial. Ele faz parte da família Embraer ERJ-145, por sua vez considerada no meio aeronáutico mundial um dos mais importantes, emblemáticos e significativos projetos ou programas voltados para o emprego intensivo e regular na aviação regional. Ela é considerada pelo mercado e pela própria Embraer S.A. o ponto de partida para a sua recuperação financeira após sua privatização na década de 1990.
A criação, o desenvolvimento e a fabricação dos aviões da família Embraer ERJ-145 tem o significado simbólico e exemplar de como é possível uma empresa de alta tecnologia se recuperar dos efeitos negativos de recessões econômicas mundiais.
A EMBRAER S.A.
A Embraer S.A. é uma grande fabricante brasileira de aviões comerciais, executivos, militares e utilitários. Atualmente, ela é uma empresa de capital misto, com predominância de capital privado, com acionistas estrangeiros, inclusive. A sua sede está localizada em São José dos Campos, interior do Estado de São Paulo. Ela foi privatizada na década de 1990 e entregou mais de 100 aeronaves em 2017, com uma carteira de encomendas de cerca de 400 unidades para os próximos quatro anos.
Considerando receitas e número de aeronaves fabricadas, a empresa brasileira Embraer S.A. é a terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta e a quinta maior fabricante de jatos executivos. Ela foi fundada como uma estatal no início da década de 1970 e, desde a sua fundação, fabricou mais de 8.000 unidades, incluindo aviões comerciais para a aviação regional; aviões executivos em geral, entre eles jatos bimotores, turboélices bimotores, bimotores e monomotores a pistão; aviões utilitários para aviação agrícola; e aviões militares para treinamento e combate; sendo que a maioria deles ainda está em condições de voo.
Em unidades vendidas, a empresa brasileira Embraer S.A. é uma das maiores fabricantes de aeronaves comerciais, aeronaves executivas, aeronaves utilitárias para uso agrícola e aeronaves militares. Comparando receitas, a Embraer foi o quarto maior grupo fabricante de aeronaves civis do planeta em 2014, somando os números de todas as unidades da empresa, no Brasil e no exterior, com receita bruta de aproximadamente US$ 5,6 bilhões. Com um aparente recuo gradativo da canadense Bombardier Incorporated no mercado de aviação comercial, nos anos mais recentes, é provável ou possível que a Embraer S.A. assuma em breve a terceira posição entre as maiores fabricantes de aviões civis do mundo, atrás apenas da Airbus e da Boeing.
Alguns anos atrás, a Embraer S.A. despertou o interesse da gigante americana da indústria aeronáutica e aeroespacial Boeing Company, que chegou ao ponto de fazer uma oferta de compra da fabricante aeronáutica brasileira, proposta reformulada meses depois em razão da disposição do Governo Brasileiro em manter sua participação minoritária do tipo golden share, já que a subsidiária Embraer Defesa e Segurança é a principal fornecedora de aeronaves para a FAB - Força Aérea Brasileira. A nova proposta da Boeing consiste em assumir o controle gerencial de uma nova subsidiária para a fabricação de aviões comerciais e, atualmente, as duas empresas estão em negociação para atuarem juntas na fabricação de aeronaves comerciais para a aviação regional.
Atualmente, a Embraer S.A. é sócia minoritária com 20% da Boeing Commercial Brasil, a subsidiária brasileira da Boeing Company para a fabricação de aeronaves comerciais, principalmente os jatos regionais da bem sucedida família Embraer E-Jet.
Comparando receitas, a Embraer é o um dos maiores fabricantes de aeronaves do planeta, somando os números de todas as unidades da empresa, no Brasil e no exterior, com receita bruta de aproximadamente US$ 5,6 bilhões em 2014 e US$ 6,5 bilhões em 2016, com 108 aeronaves comerciais e 117 aeronaves executivas fabricadas, somando 225 unidades fabricadas e entregues.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
O Embraer ERJ-135 Regional Jet é uma moderna aeronave bimotor pressurizada de porte médio e alta performance, com motorização turbofan e construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com capacidade para transportar até 37 passageiros em viagens interestaduais e internacionais, criada, desenvolvida e fabricada no Brasil a partir da década de 1990 pela então Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, na época uma empresa recém privatizada.
Ele foi criado para atender pedidos de companhias aéreas regionais por um tipo de transporte mais veloz que os modelos de aeronaves com motorização turboélice disponíveis até então. Ele é um modelo de aeronave para uso comercial, principalmente para companhias aéreas regionais, com fuselagem semi-monocoque de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com capacidade para transportar até 37 passageiros em viagens interestaduais e, em alguns casos, até mesmo viagens internacionais. Ele é impulsionado por dois motores turbofan Rolls-Royce Allison AE3007 fixados no cone de cauda, o que resulta em velocidades de cruzeiro de aproximadamente 830 km / h e alcances variando entre 2.400 quilômetros e 3.200 quilômetros, dependendo da versão de linha aérea regional.
No meio aeronáutico, ele ainda é considerado um modelo moderno de avião regional, desde o início, na década de 1990, fabricado com uma das melhores versões disponíveis na época do sistema EFIS – Electronic Flight Instrument System, o sistema de voo por instrumentos digitais, modelo Honeywell Primus 1000, com interfaces em cinco amplas telas e mais seis telas menores, com duas telas PFD – Primary Flight Display, as telas primárias, e duas telas MFD – Multi Function Display, as telas multifuncionais, com o EICAS - Engine Indicating and Crew Alerting System e com o FMS - Flight Management System, o sistema de gerenciamento de voo, fixado no console central, todos eles dentro de um contexto de glass cockpit ou cockpit de vidro, como também é conhecido no meio aeronáutico.
A fabricação em série do Embraer ERJ-135 foi iniciada em 1999. A sua cabine de passageiros tem espaço suficiente para transportar até 37 passageiros com um nível de conforto razoável para os padrões atuais da aviação regional, com cerca de 44 centímetros úteis de largura de assentos e cerca de 75 centímetros por fileira de assentos, com espaço suficiente para as pernas dos passageiros com até 1,75 metro de altura.
O jato regional para transporte de passageiros Embraer ERJ-135 possui uma porta principal para acesso dos passageiros e tripulação na parte da frente da fuselagem, com escada embutida, do lado esquerdo, e uma porta de serviço de catering (limpeza e abastecimento de alimentos) também na parte da frente da fuselagem, mas do lado direito. Ele possui uma porta principal de carga na parte traseira da sua fuselagem, próxima ao cone de cauda, para introdução das bagagens dos passageiros, e saídas de emergência dos dois lados da fuselagem junto às duas asas.
Ambos os modelos de linhas aéreas Embraer ERJ-135 são motorizados com os confiáveis turbofans americanos Rolls-Royce Allison AE3007A, com empuxos / potências de 7.470 libras, em cada motor, com alcances variando entre 2.400 quilômetros até 3.200 quilômetros.
O Embraer ERJ-135 foi homologado com sistema anti-ice por várias autoridades aeronáuticas, com ar quente extraído dos motores para aquecer os bordos de ataque das asas, do estabilizador horizontal e das naceles dos motores. Já o sistema hidráulico é duplo, com duas bombas hidráulicas, uma para cada motor, necessário para o acionamento do trem de pouso, dos flaps, dos spoilers, do controle de steering, do leme e do estabilizador horizontal.
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Os aviões da família Embraer ERJ-145 foram criados no início da década de 1990 a partir da percepção dos projetistas e executivos da fabricante brasileira Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica sobre o crescente mercado de transporte aéreo regional. Eles acreditavam que havia espaço suficiente no mercado para mais um competidor, o Embraer ERJ-145, com capacidade para transportar até 50 passageiros, numa configuração de média densidade e, caso fosse bem sucedido, com a introdução no mercado de versões subsequentes desse modelo.
Durante a década de 1980, alguns modelos de aviões bimotores de médio porte estavam sendo desenvolvidos ou já estavam em fabricação seriada para atender o mercado de aviação regional, entre eles o holandês Fokker F-50, o francês e italiano ATR-42, o brasileiro Embraer EMB-120 Brasilia, o sueco Saab 340, o britânico BAe 146 e o canadense de Havilland DHC-8-300. Durante a década de 1990, vários concorrentes estavam sendo preparados para entrar nesse mercado, entre eles o francês e italiano ATR-72 e os canadenses Canadair CRJ100 e Canadair CRJ200.
Para dar origem ao projeto do Embraer ERJ-135, os engenheiros da Embraer decidiram utilizar como base o projeto do ser irmão maior Embraer ERJ-145, retirando duas seções de fuselagem do projeto do Embraer ERJ-145, reduzindo então o comprimento total do Embraer ERJ-135 em 3,5 metros, totalizando aproximadamente 26,3 metros, reduzindo o seu peso e reduzindo a sua capacidade de transportar passageiros.
Na verdade, a grande comunalidade entre o Embraer ERJ-135 e o seu irmão maior Embraer ERJ-145 é de mais de 90% de similaridade de peças, partes e componentes. Atualmente, o conceito de comunalidade é de fundamental importância para o sucesso de aeronaves comerciais no mercado de aviação comercial, incluindo o mercado de transporte aéreo regional.
A Embraer iniciou a fase de criação do projeto do Embraer ERJ-135 em 1996, após o início dos trabalhos de criação e desenvolvimento do projeto do ser irmão maior Embraer ERJ-145 (na época o protótipo do ERJ-145 era conhecido como Embraer EMB-145), relacionando profundamente o projeto do Embraer ERJ-135 ao projeto do Embraer ERJ-145, demonstrando claramente às companhias aéreas interessadas no Embraer ERJ-145 como poderiam complementar suas frotas de aviões regionais com o seu irmão menor e mais novo Embraer ERJ-135 nas linhas aéreas regionais de menor demanda, dentro de um contexto de família de aeronaves regionais, sem que isso significasse a venda casada dos dois modelos de aeronaves.
Um dos objetivos da Embraer era manter sob controle os seus custos de desenvolvimento de aeronaves regionais, já que o Embraer ERJ-135, o Embraer ERJ-145 e, posteriormente, o Embraer ERJ-140 eram parecidos. Assim seria possível vender os três modelos de aeronaves sem que esses custos ultrapassassem os limites financeiros que o fabricante poderia suportar.
Para as companhias aéreas a oferta da Embraer era bem clara, pragmática e objetiva: Manter sob controle os custos e o tempo de treinamento das tripulações e dos técnicos especializados na manutenção dos aviões, também dentro dos limites que as companhias aéreas poderiam suportar, já que os três modelos de aeronaves eram parecidos, e também manter sob controle os custos de manutenção das aeronaves, sem necessariamente reduzir a confiabilidade das aeronaves e, por consequência, sem reduzir a segurança de voo, já que grande parte das peças, partes e componentes dos três modelos de aeronaves são iguais.
FORNECEDORES
Como forma de dividir os elevados custos de desenvolvimento dos aviões da família Embraer ERJ-145 e tornar a sua fase de desenvolvimento e homologação financeiramente viável, os investidores privados e principais executivos da empresa decidiram adotar uma filosofia de compartilhamento dos riscos de desenvolvimento de novos produtos com os próprios fornecedores de peças, partes e componentes da Embraer, algo que hoje em dia é comum até mesmo em gigantes industriais de altíssima tecnologia aeronáutica, como Boeing e Airbus.
Assim, a Embraer passou a ter condições de dar prosseguimento à fase de desenvolvimento e homologação do seu primeiro jato regional de passageiros, tendo como parceiros de risco a empresa espanhola Gamesa (asas), a empresa belga Sonaca (partes da fuselagem), a empresa chilena Enaer (empenagem) e a empresa norte americana C&D (interiores).
Em 1994, a privatização da Embraer deu origem a uma nova fase na empresa, com mudanças no seu estatuto, uma reestruturação interna, suporte pós-venda mais amplo e estratégia de recuperação concentrada em segmentos de mercados em que havia mais confiança de retorno dos investimentos, com alta demanda, dentro de um contexto de aviação regional.
No total, em valores da época, foram investidos mais de US$ 350 milhões na criação, desenvolvimento e na fase inicial de fabricação, homologação e marketing da família de jatos regionais Embraer ERJ-145, incluindo o irmão maior Embraer ERJ-145, e os irmãos menores Embraer ERJ-140 e Embraer ERJ-135 para transporte regional de passageiros. Nessa fase, a Embraer reforçou sua imagem de empresa de alta tecnologia aeronáutica com o domínio da tecnologia de colagem meta-metal, por exemplo.
Na década de 1990, a Embraer já incluía no projeto e na fabricação dos aviões da família Embraer ERJ-145 uma boa variedade e quantidade de partes e componentes em material composto, utilizadas na montagem da aeronave, como partes integrantes da aeronave. Porém, as partes principais que formam a estrutura da aeronave (fuselagem, asas e empenagem) sempre foram construídas em alumínio e ligas metálicas.
A Embraer e seus parceiros de risco nos projetos do Embraer ERJ-145, do Embraer ERJ-140 e do Embraer ERJ-135 investiram, no total, mais de US$ 650 milhões no desenvolvimento e na fase inicial de fabricação das peças, partes e componentes utilizados na fabricação dos aviões.
Na década de 1990, a Embraer criou um complexo sistema de gerenciamento de fornecedores espalhados pelo mundo.
Uma parte dos ensaios foi realizada pela Boeing, nos Estados Unidos, e pelo CTA – Centro Técnico Aeroespacial, no Brasil.
VERSÕES DO ERJ-135
De modo geral, o Embraer ERJ-135 é um avião bimotor de asas baixas e enflechadas, com motorização turbofan da marca britânica Rolls-Royce, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas e alcance interestadual, embora também seja usado por várias companhias aéreas para voos internacionais. Desde a década de 1990, ele e seus irmãos menores estão em linha de produção seriada, com mais de 1.000 unidades fabricadas, tendo transportado mais de 700 milhões de passageiros, atualmente operando em mais de 70 empresas, com o Embraer ERJ-145 tendo a fuselagem mais longa, com 30 metros de comprimento, e seus irmãos Embraer ERJ-140 e Embraer ERJ-135 com fuselagens mais curtas, com 28 metros e 26 metros, respectivamente, embora todos mantenham a mesma envergadura (tamanho) de asas, com 20 metros entre uma ponta de asa e a outra ponta, do outro lado da fuselagem.
Se forem incluídas nessa conta as várias versões de jatos executivos Embraer Legacy, diretamente derivadas do Embraer ERJ-135, o número sobe para mais de 1.200 unidades fabricadas.
Ambos os modelos de linha aérea Embraer ERJ-135 possuem seção de fuselagem circular, com 2,3 metros de largura total de fuselagem, sendo 2,1 metros úteis de largura para três assentos por fileira, separados por um corredor central. Os assentos da cabine de passageiros possuem 44 centímetros úteis de largura na classe única, num total de 37 assentos para passageiros, em média densidade, com cerca de 75 centímetros entre fileiras de assentos. Não é muito, mas é o suficiente para uma ou duas horas de voo.
Esses modelos de aeronaves são fabricados no Brasil pela Embraer S.A. e, em breve, passarão a ser fabricados pela Boeing Commercial Brasil, a nova empresa brasileira na qual a Embraer S.A. possui 20% de participação societária.
Todos eles possuem APU – Auxiliary Power Unit, da marca americana Sundstrand, modelo Sundstrand APS-500, uma unidade geradora de energia auxiliar, usada para manter energizados os sistemas da aeronave mesmo com os motores turbofan desligados, o que possibilita, inclusive, manter fresca a cabine passageiros no momento do embarque e desembarque. Além disso, a sua bateria opera em 24 volts e 44 ampères.
Ambas as versões Embraer ERJ-135 são modernas, eficientes e velozes. Elas operam em pistas de pouso de comprimento entre 1.500 metros e 2.000 metros, dependendo da versão, do número de passageiros e bagagens a bordo e da altitude e temperatura do aeródromo de origem. Na configuração mais comum de assentos elas podem ser consideradas razoavelmente confortáveis, considerando os atuais padrões da aviação regional, com espaço suficiente para pernas dos passageiros com até 1,75 metro de altura.
O consagrado e confiável motor turbofan americano Rolls-Royce AE3007A de alto desempenho que impulsiona o Embraer ERJ-135 faz parte de uma família de motores turbofan desenvolvida a partir de uma linha de motores para aplicação militar, a Allison T-406, usada pelo convertiplano militar americano Boeing V-22 Osprey. A família de motores turbofan Rolls-Royce AE3007 para uso civil, tanto comercial como executivo, é usada, inclusive, para impulsionar o jato executivo intercontinental Cessna Citation X, fabricado pela Textron Aviation, e o jato executivo Embraer Legacy 600, da fabricante Embraer Executive Jets, também um best seller do mercado de aviação executiva.
Essa versão civil de motor turbofan da família Rolls-Royce AE3007 é uma opção moderna e confiável de propulsão projetada principalmente para jatos comerciais para transporte de passageiros, com alta performance, com taxa de bypass de 5:1, o que significa que ele movimenta cinco vezes mais ar que não passa pela sua câmara de combustão, em relação ao ar misturado ao querosene e queimado na câmara, portanto bem mais econômico e menos poluente que motores turbojato.
Essa família foi originalmente projetada, desenvolvida e fabricada a partir da década de 1990 nos Estados Unidos pela então fabricante americana Allison Company que, por sua vez, foi comprada, em 1995, pela fabricante de motores britânica Rolls-Royce, que optou por manter a planta industrial nos Estados Unidos para fabricação de motores turbofan para uso civil. Trata-se de um motor turbofan com alta taxa de bypass, com fan de estágio único de titânio, acoplado a uma turbina de baixa pressão com três estágios. O seu projeto é composto também por um compressor axial de 14 estágios, por uma turbina de alta pressão com dois estágios e com reversor de empuxo na saída de gases, tudo isso carenado por uma cobertura de Kevlar e controlado por um sistema digital FADEC – Full Authority Digital Engine Control, que impede que os parâmetros, padrões ou limites de funcionamento dos motores sejam excedidos pela tripulação.
No compartimento do nariz do Embraer ERJ-135 estão fixados aviônicos em geral, principalmente o radar meteorológico. O sistema elétrico dele é redundante, com bateria de níquel-cádmio e cinco geradores de 28 volts DC de 400 ampères, sendo dois geradores movidos por cada motor e um gerador complementar que integra a APU – Auxiliary Power Unit, a unidade independente para geração de energia complementar. O sistema hidráulico do avião também é redundante, já que se trata de um modelo de aeronave certificado pelas regras FAR PART 25, mais rígida que outras certificações. Uma combinação do sistema hidráulico com o sistema elétrico é responsável, dependendo de cada caso, pela movimentação e/ou acionamento do trem de pouso, dos flaps, dos speed brakes e spoilerons, do wheel steering (controle da roda de nariz), do leme e do profundor. Como não se trata de uma aeronave totalmente fly-by-wire, caso a sofisticada combinação convencional, hidráulica e elétrica, falhe, o que é pouquíssimo provável, quase impossível, o controle da aeronave pode, teoricamente, ser mantido por meio de cabos e roldanas ligados diretamente aos manches da cabine de comando, o que, é claro, vai exigir uma boa dose de força física dos pilotos.
Os freios do Embraer ERJ-135 são de carbono e possuem anti-skid e o trem de pouso é do tipo trailing link, com haste de arrasto, para pousos mais suaves. As asas de enflechamento suave, com 23º de enflechamento, foram projetadas para permitir a operação em altas velocidades e altas altitudes, com pousos tranquilos em pistas de pouso pavimentadas de comprimento médio, graças aos dispositivos hipersustentadores, os flaps nos bordos de fuga.
A aeronave possui dois tanques de combustível, sendo um em cada asa, com ponto único de reabastecimento para tornar o trabalho do pessoal de apoio em solo mais ágil e seguro. Além disso, não há necessidade de escada motorizada para embarque de passageiros, loaders, caminhões de comissaria e esteira de bagagens, pois a fuselagem do avião está próxima ao solo. Assim, é possível fazer uma escala em um típico aeroporto regional brasileiro de cidade de tamanho médio em até 45 minutos, com embarque e desembarque tranquilo de passageiros e suas bagagens e o reabastecimento dos tanques de combustível. Algumas fontes falam em até 38 minutos, sem correria.
EMBRAER ERJ-135 ER
É o segundo modelo de avião da família Embraer ERJ-145, a partir do qual as versões Embraer ERJ-135 LR e Embraer Legacy foram criadas e desenvolvidas. Ele foi lançado oficialmente em 1997, fez o primeiro voo em 1998 e foi certificado pela FAA – Federal Aviation Administration, a agência reguladora de aviação dos Estados Unidos, em 1999, com a fabricação em série iniciada em seguida.
Ele é um típico modelo de aeronave comercial bimotor a jato com asas enflechadas, com construção convencional em metais, mas com uma boa variedade de peças e partes menores em material composto, para redução de peso. Ele possui capacidade para transportar até 37 passageiros em viagens interestaduais e, em alguns casos, até internacionais.
Conhecido também como Embraer ERJ-135 Standard, a sua fabricação em série foi iniciada em 1999 e desde os primeiros anos se tornou um sucesso de vendas.
EMBRAER ERJ-135 LR
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É um modelo semelhante ao Embraer ERJ-135 ER, mas com algumas modificações para atender os requisitos de várias companhias aéreas, com aumento da capacidade de combustível e, consequentemente, aumento do alcance para 3.200 quilômetros, com reservas de combustível.
EMBRAER LEGACY
Após o processo de privatização da Embraer, na década de 1990, os investidores privados decidiram concentrar grande parte dos esforços e recursos da empresa na família de jatos Embraer ERJ-145 para transporte regional de passageiros.
Com o sucesso da família de jatos regionais Embraer ERJ-145, pouco tempo depois, na década de 2000, os investidores decidiram entrar no sofisticado segmento de mercado de aviação executiva, o de jatos executivos intercontinentais. Entrar nesse mercado altamente tecnológico foi considerado um desafio de aprendizado para a Embraer, pois seria a primeira vez que ela fabricaria em série um jato executivo.
O Embraer Legacy, conhecido também como Embraer ERJ-135 Business Jet, é uma versão sofisticada e refinada do Embraer ERJ-135. Na prática, o Embraer Legacy é um Embraer ERJ-135 com algumas modificações técnicas, principalmente tanques de combustível adicionais para aumentar o alcance, um novo e elegante layout de assentos na cabine de passageiros, uma nova e completa galley e um novo e mais espaçoso toalete.
O Embraer Legacy é uma aeronave projetada para ser utilizada exclusivamente no transporte executivo de pessoas ou, eventualmente, para passeio e turismo, ou seja, quando o Legacy foi lançado, no início da década de 2000, grande parte das peças e partes utilizadas na sua fabricação, a sua aerodinâmica e sua estrutura, os sistemas elétrico, hidráulico, mecânico e eletrônico, enfim, a maior parte dos conceitos empregados já tinham sido testados e aprovados na aviação regional, pelo Embraer ERJ-135.
Isso significa que, quando nasceu, o Embraer Legacy já era uma aeronave madura em vários aspectos, e o resultado foi um sucesso de vendas no mercado mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Anos depois, o Embraer Legacy foi melhorado, ganhando várias versões e sub-versões, entre elas o Embraer Legacy 600 e o Embraer Legacy 650, este de maior alcance.
CONHECIMENTOS E EXPERIÊNCIA
A longa e respeitável trajetória da então empresa estatal Embraer foi iniciada na década de 1970, em parceria com o CTA – Centro Técnico Aeroespacial, com o projeto e a fabricação em larga escala do EMB-110 Bandeirante, turboélice bimotor para transporte regional de passageiros, seguida na década de 1980 com o turboélice bimotor EMB-120 Brasilia, também para transporte regional de passageiros, mantida na década de 1990, já como empresa privatizada, com o desenvolvimento e a fabricação do Embraer ERJ-145 Regional Jet, entre outros da mesma família, para transporte regional de passageiros, e na década de 2000 pela novíssima e moderna família Embraer E-Jet para transporte regional de passageiros, entre eles o bimotor Embraer E-190, um grande sucesso de vendas no mercado mundial de jatos comerciais.
Um exemplo interessante de como a experiência adquirida na fabricação de aviões regionais pode, em certa medida, ser aproveitada na fabricação de aeronaves executivas é o ponto único de reabastecimento de combustível e o ponto de acesso externo para esgotamento do toalete.
Esses dois ótimos conceitos práticos, adotados na década de 1990 pela Embraer para o ERJ-135 foram, posteriormente, na década de 2000, de certa forma aplicados com sucesso no desenvolvimento do jato bimotor Embraer Phenom 300, um sucesso no mercado de transporte aéreo executivo.
Simplificar a operação de uma aeronave comercial para economizar tempo e dinheiro é vital para companhias aéreas regionais. O ponto único para reabastecimento de combustível do Embraer ERJ-135 reduziu o tempo e simplificou o reabastecimento da aeronave.
MERCADO
Existe uma forte tendência no mercado mundial de aviação comercial de padronização das frotas de aeronaves, reduzindo o máximo possível o número de famílias de aeronaves que compõem as frotas das companhias aéreas, com o objetivo de manter custos sob controle, sem abrir mão da segurança de voo. Isso é consequência de uma decisão estratégica unânime de investidores e principais executivos das empresas, no sentido de eliminar complicações desnecessárias e aumentar a eficiência das empresas para chegar à lucratividade, e mantê-la.
O índice de despachabilidade é um indicador usado por fabricantes de aeronaves e empresas de transporte aéreo regular para avaliar a confiabilidade e produtividade de aeronaves, ou seja, nos dias atuais é natural que aeronaves bem projetadas, fabricadas dentro de padrões rígidos de controle de qualidade e que apresentam no dia a dia de trabalho índices de cerca de 98%, ou mais, consigam se firmar no competitivo mercado de transporte aéreo regular de passageiros, pois as companhias aéreas precisam de aviões confiáveis para transportar com segurança seus passageiros, e na prática o Embraer ERJ-135 conserva quase todas as características dos demais modelos de aeronaves da família Embraer ERJ-145.
Mais de 1.000 unidades da família Embraer ERJ-145, incluindo o Embraer ERJ-140 e o Embraer ERJ-135, estão voando em vários países, incluindo os mais competitivos mercados, entre eles Estados Unidos e Europa Ocidental, comprovando assim as características desses aviões. Somando os números de vendas das versões militares, entre elas o Embraer AEW&C, e das versões executivas, entre elas o Embraer Legacy 600, são mais de 1.200 unidades fabricadas, portanto um grande sucesso de vendas.
Em 2006, a Embraer anunciou que a plataforma Embraer ERJ-145 alcançou o marco histórico de 10 milhões de horas de voo, após uma década em serviço e um total de mais de 8,5 milhões de viagens realizadas.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
FICHA TÉCNICA
EMBRAER ERJ-135 ER
- Capacidade: 37 passageiros;
- Tripulação: 1 piloto, 1 co-piloto e 1 comissária;
- Velocidade de cruzeiro: Aprox. 830 km / h;
- Comprimento: Aprox. 26 metros;
- Envergadura: Aprox. 20 metros;
- Altura: Aprox. 6,8 metros;
- Motorização (potência): 2 X Rolls Royce AE3007A (7.470 libras / cada);
- Peso máximo de decolagem: Aprox. 19.000 kg;
- Pista pouso: Aprox. 1.999 metros (lotado / dias quentes);
- Alcance: Aprox. 2.400 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
- Teto de serviço: Aprox. 11.200 metros;
- Preço: Aprox.
SEGURANÇA DE VOO
Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Entretanto, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas.
Os aviões da família Embraer ERJ-145 sempre foram e ainda são bem construídos, a qualidade dessa marca é reconhecida no mercado mundial de transporte aéreo regional. Até o momento não foram registrados acidentes graves com vítimas fatais com as versões de linha aérea Embraer ERJ-135
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