Este terceiro contrato poderá ser da Índia, que anunciou acordo para 36 caças mas ainda não assinou com a fabricante Dassault. Informação sobre possibilidade de aumentar produção foi dada pelo CEO da empresa, Eric Trappier
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O diretor-executivo (CEO) da empresa aeronáutica francesa Dassault, Eric Trappier, disse à imprensa nesta quarta-feira (13/5) que a taxa de produção do caça Dassault Rafale poderá ser aumentada caso se assine um terceiro contrato de exportação da aeronave.
Até o momento, dois contratos de exportação de 24 caças cada um foram assinados com o Egito e o Qatar (Catar), somando 48 exemplares, e há um terceiro contrato potencial para 36 jatos Rafale entre a França e a Índia, mas que ainda precisa ser completado. As informações foram divulgadas em reportagem da agência Reuters.
Perguntado se a Dassault pretende abrir uma segunda linha de montagem, Trappier afirmou: “Há uma linha de produção, mas poderemos aumentar sua cadência caso assinemos um terceiro contrato.” Atualmente, essa linha de montagem na França produz 11 caças Rafale por ano, mas segundo Trappier há capacidade para duplicar essa taxa de entregas “sem nenhum problema”e com “muito pouco” investimento para tanto.
O executivo também afirmou: “No momento temos os dois primeiros contratos, que se encaixam na nossa linha de produção existente porque a França está substituindo jatos de exportação por seus próprios aviões (encomendados)”. As declarações de Trappier foram dadas em encontro de acionistas da Thales, empresa francesa que também participa do programa do Rafale (nota do editor: para saber mais sobre a taxa anual de produção do Rafale e a decisão do governo francês de reduzir a incorporação do caça para menos de 11 exemplares por ano, veja os últimos cinco links da lista de matérias já publicadas pelo Poder Aéreo sobre o assunto, ao final).
O primeiro contrato de exportação do caça francês, obtido após anos de negociações para conseguir um comprador fora da França, foi assinado com o Egito em fevereiro deste ano, para 24 caças. Um contrato similar foi recebido no início deste mês com o Catar, no valor de 6,3 bilhões de euros (aproximadamente 7 bilhões de dólares ou 21,5 bilhões de reais) incluindo mísseis produzidos pela empresa MBDA.
Caminhos paralelos na Índia – No mês passado, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi anunciou ter encomendado 36 caças Rafale “prontos para voar” (leia-se “de prateleira”, ou diretamente do fabricante) em conversações governo a governo com a França. Isso se deu após três anos de esforços infrutíferos para finalizar um programa que seria muito maior, compreendendo 126 jatos, dos quais apenas 18 seriam fornecidos diretamente pela Dassault e 108 seriam produzidos na estatal indiana de aviação HAL, com transferência de tecnologia.
O anúncio dessa compra direta de 36 caças, para a qual o contrato ainda precisa ser assinado, trouxe incertezas quanto à Índia prosseguir com o projeto inicial de adquirir 126 aviões dentro do programa conhecido como MMRCA (avião de combate multitarefa de porte médio), concorrência na qual a proposta do Dassault Rafale foi selecionada frente a outros cinco competidores, no início de 2012, para negociações exclusivas que se arrastaram desde então.
Sobre os caminhos que a Índia poderá seguir, Trappier disse: “A Índia afirmou que tem pressa em comprar o Rafale e que está pronta para receber 36 agora, em negociações governamentais aceleradas. Após isso, nós teremos que ver… Há dois caminhos paralelos , e em algum momento é preciso decidir qual deles será tomado.” O executivo disse não saber quando o contrato entre os dois governos para os 36 caças Rafale “de prateleira” será assinado.
Pode-se dizer que os caminhos são, por um lado, prosseguir na compra de caças “de prateleira” (do qual uma variante seria ficar apenas nestes 36 exemplares) e, por outro, viabilizar o programa MMRCA para produção dos aviões na Índia.
EAU, uma nova esperança – Somado às encomendas do Egito e do Catar, a assinatura de um contrato com a Índia elevaria o total de caças Rafale exportados para 84 exemplares (24+24+36), mas a França não quer parar por aí. Os Emirados Árabes Unidos (EAU) voltaram à mira do jato de combate francês, com a esperança de mais algumas dúzias de aeronaves a serem encomendadas.
O CEO da Dassault não quis comentar sobre progressos nas negociações com os Emirados, que há alguns anos aventaram uma compra do concorrente Eurofighter Typhoon. Ele apenas disse: “Veremos. Eu não quero comentar sobre os EAU”. Vale acrescentar que, no programa indiano MMRCA, o Typhoon chegou à seleção final juntamente com o Rafale, e que tanto na Índia quanto nos Emirados o consórcio internacional Eurofighter não abandonou as esperanças de conquistar uma venda.
FOTOS via Dassault (
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