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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Boeing mostra “juízo” e não aceita condições da Força Aérea dos EUA para novo avião do “juízo final”

 Companhia teria discordado dos termos do contrato após vencer os programas do KC-46A e do novo Air Force One, que têm valores a preço fixo. Sierra Nevada Corporation permanece como única participante

O E-4B Nightwatch é baseado no Boeing 747-200, umas das primeiras versões do Jumbo (USAF)

A Boeing deixou a concorrência para o novo Centro de Operações Aerotransportadas de Sobrevivência (SAOC na sigla em inglês), que dará origem ao sucessor do E-4B Nightwatch, aeronave da Força Aérea dos EUA (USAF) também conhecida como “avião do juízo final”.

Baseados em antigos Boeing 747-200, os E-4B têm a missão de manter ativo o comando e controle da segurança dos EUA em caso de um apocalipse nuclear, daí o apelido. Eles são preparados para voar em condições bastante críticas.

A aeronave possui proteções especiais para resistir aos pulsos eletromagnéticos causados por uma explosão nuclear e contramedidas ativas e passivas contra ataques de mísseis. Além disso, ele pode permanecer voando por 72 horas ininterruptas com o auxílio de aviões de reabastecimento aéreo.

O motivo do afastamento da fabricante teria sido a discordância com os termos do edital proposto pela USAF, que inclui uma proposta por preço fixo. Ou seja, qualquer tipo de imprevisto no programa, o prejuízo terá de ser arcado pelo contratado.

A relutância da Boeing faz todo o sentido já que ela tem perdido dinheiro com os contratos do avião-tanque KC-46A Pegasus e os dois novos Air Force One, aviões presidencias – em ambos ela topou receber um valor fixo.

Um clássico da Guerra Fria, os E-4B da USAF ainda são uma peça importante de dissuasão dos EUA (USAF)

Sierra Nevada segue na competição

A USAF lançou a concorrência orçada em US$ 8 bilhões em 2019 e pretende escolher o vencedor em 2024. Além da Boeing, também havia enviado proposta a Sierra Nevada Corporation, empresa conhecida por ser parceira da Embraer no A-29 Super Tucano.

Ao site Breaking Defense, a Boeing afirmou que está “abordando todas as novas oportunidades de contrato com disciplina adicional para garantir que possamos cumprir nossos compromissos e apoiar a saúde de nosso negócio a longo prazo.”

A empresa reforçou, no entanto, que sua proposta é baseada em 60 anos de experiência em desenvovler aeronaves militares a partir de modelos comerciais, como é o caso do E-4B.

Um dos Boeing 747-8i usados que estão sendo convertidos para serem os novos Air Force One (Reprodução/Youtube)

Conversão de Boeing 747-8

Sigiloso, o programa SAOC não esclarece certos detalhes como a aeronave a ser usada, mas é praticamente certo que o jatos Boeing 747-8 usados servirão como base para a instalação dos sistemas e equipamentos necessários para a missão.

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A Sierra Nevada, inclusive, inaugurou em agosto uma ampla facilidade em Dayton, Ohio, capaz de modificar aeronaves de grande porte como o 747. A tendência é que o vencedor da concorrência siga um modelo semelhante ao VC-25B, as duas novas aeroanves presidenciais dos EUA.

Em vez de produzir jatos 747 novos, como fez com o VC-25A, que possuem receptáculos de reabastecimento em voo, a Boeing escolheu dois 747-8 que estavam armazenados para adaptá-los para o padrão VVIP.

 

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