Um dos maiores sucessos da aviação está completando hoje (17) incríveis 88 anos desde a sua primeira decolagem. Estamos falando do DC-3, uma aeronave que foi um marco nas décadas de 30 e 50, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial.
Tudo começou com uma solicitação da Transcontinental and Western Airlines (TWA) para a Douglas no início dos anos de 1930. Na época, a United Airlines começava a receber seus primeiros Boeing 247 e a Boeing havia se recusado a vender o modelo para outras empresas até que entregasse todas as 60 unidades para a United. Em resposta a esse movimento, a Douglas lançou o DC-1, que teve somente um exemplar produzido, depois o DC-2 (quase 200 produzidos) e por fim chegou ao DC-3, que era uma versão mais elaborada e com melhorias em relação aos antecessores.
Entre os benefícios do então novo DC-3 estava a possibilidade da instalação de camas no lugar dos assentos e a aeronave também ficou conhecida como DST (Douglas Sleeper Transport).
O primeiro voo aconteceu em 17 de dezembro de 1935 e foi comandado por Carl Cover, um dos pilotos mais experientes da Douglas na época. Ele havia realizado os primeiros voos do DC-1 e DC-2, e depois ainda do DC-4 e DC-5. A fabricante utilizou somente um protótipo para os testes e os próximos sete exemplares produzidos já foram entregues à American Airlines. A companhia inaugurou os serviços regulares de passageiros com o DC-3 em 26 de junho de 1936, cumprindo voos entre Newark e Chicago.
Naquele mesmo ano, a KLM colocou o bimotor para voar entre Amsterdã e Sydney, com paradas intermediárias no caminho. Era a rota mais longa do DC-3 naquela época.
A aeronave foi responsável por popularizar a viagem em aviões nos Estados Unidos e também no mundo. Sua capacidade, performance e versatilidade seduziu empresas aéreas de todos os cantos o planeta, incluindo a Varig, Cruzeiro, South African Airways, KLM, TAP, LAN, Air France, Qantas, Japan Airlines, Delta Air Lines, East African Airways, TWA, Air India, entre muitas outras. Não ter um DC-3 em sua frota naqueles tempos era praticamente estar fora de moda.
Com o passar dos anos, a Douglas fez modificações na aeronave, como a implementação de novos motores e pequenas mudanças aerodinâmicas. A versão comercial do DC-3 teve 607 exemplares construídos.
Na Segunda Guerra Mundial, o bimotor ganhou sua versão militar: o C-47 Skytrain e também o C-53 Skytrooper, para transporte de tropas. A Douglas produziu mais de 10 mil exemplares destas derivações. O DC-3 ainda foi produzido na União Soviética como Lisunov Li-2, com quase 5 mil exemplares e no Japão como L2D Type, com pouco mais de 400 exemplares. Ao todo, somando todas as variantes, mais de 16 mil unidades do modelo foram construídas, colocando o bimotor como um grande sucesso para a Douglas.
A aeronave ainda ganhou uma atualização como turbo-hélice, o Basler BT-67. Com motores PT6A-65AR ou PT6A-67R da Pratt & Whitney Canada, o avião teve sua fuselagem levemente alongada e performance aprimorada.
Até hoje existem Douglas DC-3 ativos ao redor do mundo, comprovando assim a eficiência e confiança do modelo. Uma aeronave à frente do seu tempo.
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