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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Silver Falcons e Golden Falcons: Eastern Air Lines na década de 1950

 


A EASTERN DEPENDIA FORTEMENTE DE SUA FROTA DE TURBOÉLICES LOCKHEED L-188 ELECTRA, À MEDIDA QUE OUTRAS COMPANHIAS AÉREAS FAZIAM A RÁPIDA TRANSIÇÃO PARA JATOS PUROS.
ALFINETE


Numa era anterior aos computadores e antes dos jactos, a Eastern Air Lines operava voos diários através de uma enorme rede de rotas – concentradas principalmente a leste do rio Mississipi – proporcionando serviços aéreos fiáveis ​​de longa e curta distância a dezenas de cidades grandes e pequenas. Em 1959, a companhia aérea atendia 102 aeroportos no leste dos Estados Unidos e dois no Canadá, além de San Juan, Bermudas e Cidade do México, com serviços regulares diários.

EM 1959, A EASTERN ATENDIA 102 AEROPORTOS NO LESTE DOS ESTADOS UNIDOS E 2 NO CANADÁ, ALÉM DE BERMUDAS, SAN JUAN E CIDADE DO MÉXICO. MAPA DE ROTAS: COLEÇÃO DAVID H. STRINGER.

LINHA AÉREA DO CAPITÃO EDDIE

A empresa estava sob o governo autoritário do capitão Eddie Rickenbacker, um líder teimoso e teimoso que havia sido um ás da aviação na Primeira Guerra Mundial. Rickenbacker presidiu a Eastern com mão de ferro e, embora ele e Eastern tivessem seus detratores, sua empresa acumulou lucros todos os anos, de 1934 a 1959.

Rickenbacker apelidou a aeronave de Eastern de A Grande Frota de Prata . No final de 1949, a Eastern operava 88 aviões: 50 Douglas DC-3, 18 DC-4 e 20 Lockheed Constellations.  

UM EASTERN DC-3 NA RAMPA DO AEROPORTO NACIONAL DE WASHINGTON (DCA) COM UMA EMPRESA DC-4 AO FUNDO. FOTO: HOWARD M. SVENDSON ATRAVÉS DA COLEÇÃO JOHN WEGG.

FALCÕES DE PRATA

Rickenbacker encontrou seu substituto para o DC-3 na forma de um moderno projeto bimotor oferecido pela Glenn L. Martin Co. O Martin 404 (Four-Oh-Four) era uma aeronave robusta e pressurizada projetada para transportar 40 passageiros em uma cabine confortável com 10 fileiras de quatro assentos lado a lado (dois por dois). Eastern encomendou 60 deles.

VÁRIOS EASTERN MARTIN 404 SILVER FALCONS POVOAM A RAMPA DO AEROPORTO LA GUARDIA (LGA) DE NOVA YORK. FOTO: HARRY SIEVERS VIA COLEÇÃO JOHN WEGG.

O logotipo da empresa apresentava um falcão estilizado em vôo, levando o capitão Eddie a nomear seus novos aviões bimotores, que seriam o tipo predominante em sua frota, Eastern's Silver Falcons.

Embora a Eastern Air Lines esteja associada à sua crescente frota Constellation na década de 1950, foi o bando de Martin 404 Silver Falcons da empresa que fez o trabalho de curta distância, cobrindo o território da companhia aérea e trazendo serviço aéreo para cidades de Boston a Brownsville.

UMA ESCALAÇÃO DE EASTERN MARTIN 404 SILVER FALCONS NO AEROPORTO MUNICIPAL DE ATLANTA – ATL (HOJE AEROPORTO INTERNACIONAL HARTSFIELD – JACKSON). FOTO: COLEÇÃO DAVID H. STRINGER.

ATENDIMENTO LOCAL PARA PEQUENAS CIDADES

Rickenbacker não se importava com o Conselho de Aeronáutica Civil (CAB), a agência governamental que regulamentava as companhias aéreas americanas. Ele não aprovou o subsídio concedido pela Diretoria às transportadoras para atender pequenas cidades. Ele acreditava que o dinheiro perdido no atendimento às cidades menores deveria ser coberto pelas receitas geradas no atendimento às rotas populares entre as grandes cidades. E assim, enquanto outras transportadoras troncais entregavam alegremente suas pequenas estações às recém-criadas companhias aéreas de serviço local, a Eastern continuou a servir muitos lugares como Roma, Geórgia; Bowling Green, Kentucky; Anderson, Carolina do Sul; e Danville, Virgínia, com sua frota de cinco dúzias de Silver Falcons .

O L-749A CONSTELLATION N119A DA EASTERN REPOUSA NA RAMPA EM ST. LOUIS LAMBERT FIELD (STL) EM 1952. FOTO: JOHN WEGG COLLECTION.

SUPER CONSTELAÇÕES

Para acompanhar o ritmo em seus mercados de longo curso, a Eastern encomendou quatorze L-1049 Super Constellations para 88 passageiros, que foram entregues em 1951 e 1952. Os reluzentes aviões Lockheed prateados e de três caudas estavam se tornando sinônimos de Eastern.

FOTO PUBLICITÁRIA DE UMA CONSTELAÇÃO EASTERN L-1049C 'SUPER-C' EM VÔO. FOTO: COLEÇÃO PROCTOR/LIVESEY/THOMAS.

A primeira das dezesseis Constelações L-1049C Super-C avançadas entrou em serviço na companhia aérea em novembro de 1953.

Também naquele ano, Eddie Rickenbacker 'renunciou' ao cargo de presidente, tornando-se presidente do conselho e CEO da empresa, enquanto Thomas F. Armstrong ascendeu à presidência. Isso acabou sendo uma mudança vazia de título. O capitão Eddie não estava disposto a abrir mão do controle que exercia sobre “sua companhia aérea”.

A CAUDA TRIPLA DO EASTERN L-749A CONSTELLATION N118A É RETRATADA COMO UM DE SEUS NAVIOS IRMÃOS TÁXIS AO FUNDO. FOTO: JIM SHAUGHNESSY VIA GEORGE HAMLIN.

A EXPERIÊNCIA INSPIRA CONFIANÇA

O lema da empresa, “Experiência Inspira Confiança”, transmitia a crença da Rickenbacker de que a segurança e a confiabilidade eram fundamentais, enquanto o serviço era secundário. Termos como experiência, confiança e confiabilidade foram enfatizados em vez de atributos que outras operadoras promoviam, como melhor e mais rápido.

UMA CONSTELAÇÃO ORIENTAL L-1049C 'SUPER-C'. AS ESCADAS DE EMBARQUE NESTA FOTO NOS DIZEM QUE O LOCAL É A ESTAÇÃO AÉREA NAVAL DE QUONSET POINT, EM RHODE ISLAND. FOTO: COLEÇÃO PROCTOR/LIVESEY/THOMAS.

E, embora o capitão Eddie estivesse orgulhoso da recusa da Eastern em aceitar subsídios, a sua enorme rede de rotas de curta distância servindo cidades mais pequenas com uma grande frota de aviões bimotores seria um fardo para a companhia aérea quando a Era do Jato chegasse.

A COLONIAL AIRLINES ATENDEU DIVERSAS CIDADES EM UMA ESTRUTURA DE ROTA NORTE-SUL NO NORDESTE DOS EUA. A AUTORIDADE INTERNACIONAL PARA ATENDER AS BERMUDAS E O CANADÁ TORNOU A EMPRESA UMA AQUISIÇÃO ATRAENTE PARA A EASTERN. MAPA DE ROTAS: COLEÇÃO DAVID H. STRINGER.

Fusão e Expansão

Em 1º de junho de 1956, a Eastern adquiriu a Colonial Airlines, uma transportadora com um pequeno sistema que se estendia ao norte de Washington e Nova York até o Canadá. Sua autoridade em rotas internacionais para servir o Canadá e as Bermudas tornou-a um parceiro atraente para fusões.

UM COLONIAL AIRLINES DC-3 FOTOGRAFADO NO AEROPORTO NACIONAL DE WASHINGTON (DCA). A FROTA DA COLONIAL CONSISTIA EM DC-3 E DC-4 NÃO PRESSURIZADOS, QUE A EASTERN SUBSTITUIU POR EQUIPAMENTOS MAIS MODERNOS. FOTO: COLEÇÃO DAVID H. STRINGER.

A frota obsoleta da Colonial consistia em cinco DC-4 não pressurizados e oito DC-3 para 26 passageiros. Eram aeronaves que a Eastern não queria, pois representavam um retrocesso no processo de modernização da frota. Conseqüentemente, o antigo sistema colonial de Washington e Nova York ao norte foi operado como uma divisão separada por um ano, enquanto a empresa adquiria aeronaves mais modernas.

A EASTERN COMPROU 20 NOVOS CONVAIR 440 BIMOTORES PARA COMPLEMENTAR SUA FROTA DE MARTIN 404 E SUBSTITUIR OS DC-3 DA COLONIAL. OS CONVAIRS TAMBÉM ERAM CHAMADOS DE SILVER FALCONS. FOTO: COLEÇÃO JOHN WEGG.

CONVAIR FALCÕES DE PRATA

Vinte novos Convair 440 para 44 passageiros foram encomendados. O 440 era mais um tipo de pistão bimotor e, assim como os Martin 404, os Convair 440 foram designados Silver Falcons . A Eastern agora tinha 79 aviões bimotores de curto e médio curso em sua frota (um dos Martins havia se perdido em um acidente de pouso em Owensboro, Kentucky). Martins substituiu os antigos DC-3 no antigo sistema colonial, enquanto os novos Convairs foram empregados para complementar os Martins em outros lugares.

UMA CAPA DE INGRESSO ANUNCIANDO OS GOLDEN FALCONS DA EASTERN. COLEÇÃO DAVID H. STRINGER.

FALCÕES DOURADOS

Percebendo a necessidade de promover a satisfação do cliente, a Eastern equipou os primeiros 12 de seus novos DC-7Bs, entregues em 1955, com “os equipamentos mais luxuosos já incorporados em um transporte comercial”. Apelidados de Golden Falcons , essas 12 aeronaves faziam parte de um pedido inicial de 42 DC-7Bs. Além disso, dez dos mais recentes modelos L-1049G Super G Constellations foram encomendados à Lockheed e também foram designados Golden Falcons .

UMA CONSTELAÇÃO ORIENTAL L-1049G 'SUPER-G'. FOTOGRAFADO EM NEWARK POR JIM SINGER. FOTO: COLEÇÃO DAVID H. STRINGER.

Em 1958, nove Lockheed L-188 Electras a jato juntaram-se à frota da Eastern como Golden Falcons de 70 passageiros.

No final de 1958, a frota de 197 aviões da Eastern ficou no chão enquanto a transportadora era fechada por greves dos sindicatos que representavam engenheiros de voo, maquinistas e comissários de bordo de 24 de novembro a 31 de dezembro.

OBSERVE A COR DOURADA DO FALCÃO NO LOGOTIPO DESTA CONSTELAÇÃO SUPER-G, DENOTANDO QUE ESTE É UM DOS FALCÕES DOURADOS DO LESTE. FOTO DE JOHN PICKETT POR GEORGE HAMLIN.

A ERA DO JATO

Rickenbacker foi muito cauteloso quanto à transição para os jatos. Em vez disso, ele decidiu permitir que outras companhias aéreas os invadissem enquanto fazia um pesado investimento em turboélices Electras, encomendando 40 deles.

EDDIE RICKENBACKER APOSTOU SEU DINHEIRO NO TURBOÉLICE (JATO A HÉLICE) LOCKHEED L-188 ELECTRA PARA ATENDER SUAS ROTAS EM COMPETIÇÃO COM OS NOVOS JATOS DE OUTRAS TRANSPORTADORAS. FOTO: LOCKHEED AIRCRAFT CORPORATION VIA PROCTOR/LIVESEY/THOMAS COLLECTION.

Sua escolha para a primeira aeronave turbojato da Eastern foi o DC-8, e ele sacrificou as posições de entrega antecipada para esperar pelo modelo -21, que seria equipado com motores mais potentes do que a série inicial DC-8-10.

Em dezembro de 1959, companhias aéreas rivais voavam com novos jatos Boeing 707 e Douglas DC-8 em suas rotas mais lucrativas, enquanto a Eastern tentava ao máximo competir usando os Electras.

“A EXPERIÊNCIA INSPIRA CONFIANÇA” FOI O LEMA QUE RICKENBACKER COLOCOU NOS HORÁRIOS DA EASTERN NA DÉCADA DE 1950. COLEÇÃO DAVID H. STRINGER.

Rickenbacker reduziu seu pedido de jatos para apenas 15 DC-8, pretendendo contar com o turboélice Electras como amortecedor enquanto a indústria fazia a transição para jatos. Mas os Electras logo encontraram problemas quando a FAA reduziu a velocidade máxima permitida enquanto uma falha de projeto era corrigida. Vários acidentes mancharam a reputação do turboélice. No entanto, os modelos remodelados – referidos como Super Electras pela Eastern – continuariam a servir bem durante muitos anos.

PASSAGEIROS DESEMBARCAM DE UM EASTERN L-188 GOLDEN FALCON ELECTRA NESTA FOTO DE JIM SHAUGHNESSY DA COLEÇÃO GEORGE HAMLIN.

NUMA NOVA DÉCADA

A situação da frota da Eastern – jatos insuficientes e um enorme estábulo de Constellations, DC-7Bs e gêmeos com motor a pistão – causou problemas para a empresa quando ela entrou na década de 1960. Seria a década anterior – a era orgulhosa dos Falcões Prateados e dos Falcões Dourados – que seria encarada melancolicamente como os anos de glória do Leste

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