Jato E190 E2 com pintura em homenagem a Ozires Silva, um dos pioneiros da Embraer. Foto: Embraer
A Embraer celebra hoje, 19 de agosto, seu aniversário de 55 anos. A data marca o Decreto-Lei Nº 770, de 19 de agosto de 1969, que criou a empresa, à época uma companhia de capital misto e controle estatal. A primeira missão foi conduzir o aperfeiçoamento, certificação e produção em série do projeto IPD 6504 que deu origem ao avião EMB-110 Bandeirante, sob a liderança do engenheiro Ozires Silva no CTA.
Cinco décadas e meia depois, a Embraer já registra mais de nove mil aeronaves produzidas e entregues para mais de 100 países. A empresa supera atualmente a marca de 800 documentos de patentes vigentes que, ao lado de diversas outras iniciativas, conduzem um ciclo virtuoso de inovação. Hoje, a Embraer tem uma carteira de pedidos avaliada em US$ 21,1 bilhões.
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O incentivo estatal e a relação próxima com a Força Aérea Brasileira foram fundamentais nessa trajetória. Ainda com poucos meses de existência, em 1970 a Embraer recebeu a missão de produzir o jato militar Xavante, de origem italiana, e o novo avião agrícola EMB-200 Ipanema. Ao longo desta primeira década de existência, a empresa realizou importantes contribuições para a integração nacional com o Bandeirante fortalecendo a aviação regional, desenvolveu o bimotor executivo EMB-121 Xingu e iniciou suas primeiras exportações.
Na década de 1980, com presença internacional crescente e consolidando-se como empresa estratégica para o Brasil, a Embraer obteve saltos tecnológicos e inovou no desenvolvimento de novos produtos como o turboélice de treinamento militar EMB-312 Tucano, o avião comercial com capacidade para 30 passageiros EMB-120 Brasilia e o jato subsônico de ataque AMX, um projeto ítalo-brasileiro. A aeronave permitiu o acesso a novas tecnologias que garantiriam os próximos passos.
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Um período mais intenso de turbulência financeira marcou o início da década de 1990 e levou a privatização da Embraer em dezembro de 1994. Sob nova gestão, em 1996 ocorreu o início das entregas dos jatos da família ERJ-145, com capacidade de 37 a 50 assentos. Na virada dos anos 2000, a Embraer já estava entre os maiores exportadores do Brasil. O capítulo seguinte seria a família dos E-Jets, aeronaves que consolidariam a empresa na liderança do segmento de aeronaves comerciais de até 150 assentos.
Listada nas bolsas de São Paulo e Nova Iorque, com fábricas no Brasil e China, a expansão global da companhia acompanhou uma estratégia de diversificação que criou a divisão de aviação executiva, com lançamento dos jatos da família Legacy 600/650, Phenom 100, Phenom 300, Lineage 1000, e os Legacy 450/500. Na área de defesa, o novo avião de ataque leve e treinamento militar EMB-314 Super Tucano iniciou operações na Força Aérea Brasileira e teve início os estudos para uma aeronave multimissão, o KC-390.
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Na mesma década, a empresa desenvolveu ainda o EMB-202A Ipanema movido a etanol, o primeiro avião do mundo certificado e produzido em série para voar com um biocombustível, certificado em 2004. Também é criado o Instituto Embraer que estruturou as ações sociais da companhia, com foco principalmente em educação.
A partir de 2010, a Embraer passou por um forte processo de internacionalização, com atividades industriais se consolidando agora no Brasil, EUA, Portugal e México, ampliação da rede de serviços e suporte gerida por uma estrutura de negócio dedicada e fortalecimento da área de defesa e segurança. A empresa passou a ir além dos aviões e atuaria também em novos projetos na terra, mar, espaço e cibersegurança por meio de aquisições e formação de empresas de tecnologias estratégicas.
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Na segunda metade da década chegam ao mercado novos produtos como os E-Jets de segunda geração, o E2, os jatos executivos médios Praetor 500 e Praetor 600 e o KC-390 Millenium, desenvolvido sob sofisticados requisitos da FAB. A aeronave militar hoje ganha espaço e prossegue o legado iniciado 55 anos atrás com o Bandeirante.
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