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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Força Aérea Peruana estaria próxima de adquirir 24 caças Rafale

 


Depois do Oriente Médio, Ásia e Europa, o Rafale pode pousar em breve no continente sul-americano. Várias forças aéreas sul-americanas devem, de fato, modernizar suas frotas de caça mais ou menos rapidamente, e o Rafale é frequentemente citado pela imprensa local como um dos favoritos, ou mesmo o favorito, para a competição no Peru.

Até agora, era a Colômbia que parecia representar o potencial de curto prazo mais importante para o fabricante francês de aeronaves. Depois de se desentender com Jerusalém, Bogotá deve, de fato, substituir rapidamente os Kfir C10s que atualmente formam sua frota de caça, enquanto os fabricantes israelenses pararam de fornecer suporte para aeronaves colombianas.

Com toda a probabilidade, este caso deve, portanto, ser resolvido rapidamente, sabendo que o Rafale havia sido inicialmente escolhido pela Força Aérea Colombiana, em 2021, inclusive diante do Typhoon, que está sendo novamente contra ele hoje, para um contrato que abrange 18 aeronaves.

No entanto, a Colômbia pode não ser o único, nem o primeiro país sul-americano, a implementar o caça francês. De fato, a força aérea e as autoridades peruanas iniciaram o procedimento para substituir o Mig-29, o Su-25, bem como os 11 Mirage 2000P, e o Rafale seria, segundo confidências obtidas pela imprensa especializada, o grande favorito neste caso.

A Força Aérea Peruana atualmente opera uma frota de caças composta por aeronaves russas e francesas. Em 1997, Lima adquiriu 21 MIG-29s e 18 Su-25 de ataque, seguidos no ano seguinte por 3 MIG-29s adicionais para substituir os Su-22s adquiridos nos anos 70, após o golpe militar do general pró-soviético Álvaro, e para dar suporte aos 12 Mirage 2000Ps adquiridos em 1984 da França.

Dessa frota, apenas 8 Mig-29s modernizados em 2008, 2 Su-25s e 11 Mirage 2000Ps permanecem hoje, bem como cerca de vinte aeronaves de ataque leve americanas A-37 Dragonfly, datadas dos anos 60.

Já em 2013, Lima começou a lançar consultas para modernizar essa frota, o país tendo várias disputas territoriais, particularmente com o Chile. Vários modelos foram avaliados, incluindo o russo Su-35, o europeu Eurofighter e o francês Rafale.

No entanto, a realidade dos custos rapidamente se tornou aparente para um país cujo PIB é limitado a US$ 250 bilhões, e a ambição de adquirir 60 caças russos e 60 aeronaves europeias, que havia sido discutida por um tempo, foi rapidamente abandonada.

Desde então, a Força Aérea Peruana e o Ministério da Defesa continuaram suas avaliações, enquanto ao mesmo tempo a frota de caças do país foi inexoravelmente reduzida, particularmente em relação às aeronaves russas.

Após 10 anos de negociações silenciosas, a questão da modernização da frota de caças peruana voltou à tona nos últimos meses. Para responder a essa situação, o General Carlos Enrique Chavez Cateriano, Comandante-em-Chefe da Força Aérea Peruana, anunciou o lançamento de uma competição internacional, há alguns meses, com vistas à modernização dessa frota.

O Mirage 2000P continua a fornecer, em grande parte, segurança para os céus peruanos, particularmente em torno da tríplice fronteira com o Chile e a Bolívia.
Várias aeronaves foram avaliadas por Lima: o americano F-16, o sueco JAS 39 Gripen e o Rafale. Além disso, discussões teriam sido lançadas com a Coreia do Sul sobre o KF-21 Boramae, com a ambição declarada de Lima de coprodução local.

O anúncio feito sobre esse assunto em julho de 2024 deu muito pouca informação. Agora sabemos mais, pois o Ministro da Defesa peruano, General Walter Astudillo Chavez, informou à Comissão de Defesa Nacional do Congresso que o projeto de orçamento de 2025 para as forças armadas incluía o financiamento do programa de modernização da frota de caça peruana.

Assim, o objetivo deste programa é adquirir “24 aviões de caça de ponta (modernos)” para “ter um nível significativo de dissuasão na região”, segundo o Ministro Astudillo Chavez, perante a mesma comissão há alguns dias.

Segundo informações obtidas por correspondentes locais do site especializado infodefensa.com, o Rafale Dassault Aviation seria considerado por unanimidade o favorito nesta competição.

De fato, segundo o site, o F-16 americano sofreria, aos olhos dos militares peruanos, com as restrições de uso impostas por Washington, mas também com um design monomotor e uma grande entrada de ar ventral, tornando o voo em altitudes muito baixas mais perigoso, em particular devido ao risco de colisão com pássaros.

O JAS39 Gripen E/F, por sua vez, sofre com um preço alto, para um caça monomotor, enquanto, como o F-16, é uma evolução do Gripen dos anos 80, considerado por Lima como equivalente ao Mirage 2000P da Força Aérea Peruana.

De fato, após 40 anos de serviço, os Mirage 2000 peruanos continuam a realizar suas missões com eficiência e disponibilidade, com uma taxa de alocação extraordinariamente baixa de apenas 8%, onde dois terços dos MiG-29, quatro quintos dos Su-25 adquiridos em 1997, já foram retirados de serviço.

Não há dúvida de que essa confiabilidade, além da eficiência operacional do Mirage 2000 que continua sendo, ainda hoje, um dos interceptadores mais capazes, jogou a favor do Rafale neste relatório.

No entanto, a escolha do Rafale não será isenta de problemas significativos para Lima e a Força Aérea Peruana.

Obviamente, tal orçamento é muito insuficiente para adquirir 24 Rafale novos (mas também 24 novos F-16Vs ou 24 novos Gripen E/Fs, para esse assunto). Mesmo levando em conta um estoque reduzido de munições, devido a um risco menor, e suporte mais limitado, a criação de uma frota de 24 caças modernos requer um orçamento variando de US$ 3,5 a US$ 4 bilhões.

Este ponto certamente não terá escapado aos militares peruanos, especialmente porque eles estão em contato permanente com a Dassault Aviation e o BITD aeronáutico francês (Safran, Thales, MBDA, etc.) para a implementação e manutenção do M2000P.

Duas hipóteses podem, portanto, ser consideradas neste nível de informação. A primeira é que o orçamento de 2025 cobre apenas parte do pedido conforme previsto pela Força Aérea Peruana, e que uma segunda parte, de valor idêntico, intervirá posteriormente, para completar o pedido e atingir o formato de 24 caças.

Este foi o procedimento que Jacarta usou para desmembrar o pedido de 42 Rafale para a Força Aérea da Indonésia, em três lotes para atender ao financiamento anual dos programas de defesa.

Para a Grécia, os Rafale de segunda mão oferecidos pela França eram tanto uma solução orçamentária quanto uma resposta de emergência para manter Ancara sob controle, enquanto as tensões estavam altas no Mar Egeu.

A segunda hipótese, que não pode ser descartada, diz respeito a um pedido misto, misturando aeronaves novas e usadas, retiradas da frota de Rafale da Força Aérea Francesa.

Este modelo foi notavelmente usado para a Grécia, que tinha uma necessidade urgente do Rafale diante da ameaça turca no Mar Egeu. A França então concordou em transferir 12 Rafale B/C (incluindo seis oferecidos e seis vendidos de segunda mão) retirados do inventário da Força Aérea e Espacial Francesa, para a Força Aérea Helênica, após terem sido modernizados para o padrão F3R pela Dassault, enquanto Atenas também encomendou seis Rafale novos, depois mais seis novos dispositivos alguns meses depois.

Em julho de 2024, quando surgiram as notícias da modernização da frota de caças peruana, outra aeronave também atraiu o interesse do Estado-Maior da Força Aérea Peruana.

Assim, o novo KF-21 Boramae, o caça bimotor de geração 4,5 desenvolvido pela Coreia do Sul para substituir seus antigos F-5s e F-16s, chamou particularmente a atenção de Lima.

Não só o caça sul-coreano parece promissor em termos de desempenho e capacidades operacionais, e econômico para comprar, com um preço de aquisição estimado entre US$ 60 e US$ 80 milhões, mas Seul está supostamente se mostrando particularmente flexível em termos de compensação industrial para apoiar a exportação de sua primeira aeronave de combate.

Isso sugeriu, pelo Ministério da Defesa peruano, uma possível cooperação industrial em torno do dispositivo, aproveitando a distância tomada por Jacarta com este programa, justamente para se voltar para o Rafale francês.

Se a hipótese do Boramae permanecer viva hoje, parece, de acordo com informações obtidas pelo infodefensa.com, que está sendo considerada a longo prazo por Lima, o dispositivo ainda tendo que provar sua eficácia, confiabilidade e durabilidade, antes que o Peru se comprometa com esta questão.

Deve-se notar, a este respeito, que a frota de 24 caças prevista pelo estado-maior para o orçamento de 2025 é equivalente à atual frota de caças peruana. Portanto, é compreensível que a hipótese do KF-21 ainda seja muito vaga e distante para a força aérea peruana.

KF-21

A arbitragem de Lima em favor do Rafale constituiu um novo movimento estratégico para a Dassault Aviation, e isso, em mais de uma maneira. Primeiro, permitiria que o fabricante francês de aeronaves recuperasse uma posição com o Rafale na América do Sul (a menos que a Colômbia decida antes), após o fracasso retumbante do Rafale no Brasil em 2011, em benefício do JAS39 Gripen E/F sueco.

A América do Sul é, de fato, um navio de expansão estratégico para o fabricante francês de aeronaves nos próximos anos, enquanto várias forças aéreas neste continente terão que modernizar suas frotas de caça nos próximos anos.

Acima de tudo, o Peru seria o 6º país a recorrer ao Rafale, para substituir seu próprio Mirage 2000. Este último havia sido exportado para 8 países ao redor do mundo (Brasil, Emirados Árabes Unidos, Egito, Grécia, Índia, Catar, Peru, Taiwan), representando uma taxa de fidelidade excepcional de 75% para o fabricante de aeronaves francês, especialmente porque a França agora se recusa a exportar grandes armas para Taiwan, para não provocar Pequim.

Além disso, o fracasso no Brasil foi devido à gestão desastrosa do caso por Nicolas Sarkozy, então Presidente da República, enquanto Brasília já havia se declarado favorável ao avião francês, mas extraoficialmente.

Considerando que hoje, quatro dos usuários do Rafale (Egito, Grécia, Índia e Catar) encomendaram (ou o farão muito em breve, para a Índia), lotes adicionais de aeronaves, entendemos que os caças da Dassault Aviation são, hoje, e de longe, os melhores representantes de vendas do Rafale hoje, e do FCAS, amanhã, se for o caso.

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