A Boeing deu mais um passo significativo no programa do F-15EX Eagle II, uma evolução moderna do icônico caça da era da Guerra Fria, ao iniciar as entregas do Lote 2 para a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), enquanto a fabricante acelera a produção do jato em St. Louis.
Recentemente, a nona aeronave deste modelo foi entregue, sendo a primeira do segundo lote de produção, com destino ao 142º Esquadrão de Caças da Guarda Aérea Nacional do Oregon. O F-15EX de número de cauda 009, transferido para a base de Portland na primeira semana de maio, é o terceiro jato operacional e o primeiro do Lote 2, que prevê a entrega de 12 unidades até o final de 2024. O Lote 1, concluído em junho do mesmo ano, incluiu seis aeronaves de teste e duas configuradas para missões reais.
Steve Parker, diretor executivo da divisão de defesa da Boeing, destacou em uma publicação no LinkedIn que o Eagle II representa o ápice tecnológico da linha F-15, incorporando sensores de quinta geração, aviônicos avançados e sistemas de armas modernos. “Esta plataforma combina a velocidade, o alcance e a capacidade de carga excepcionais do F-15 com inovações que elevam sua letalidade e sobrevivência em cenários de combate contemporâneos”, afirmou.
A produção do F-15EX está sendo acelerada na fábrica da Boeing em St. Louis, Missouri, com a meta de atingir um ritmo de duas aeronaves por mês até 2026. O aumento na produção ocorre em meio a melhorias relatadas na eficiência da fábrica e no controle de qualidade.
De acordo com a Boeing, as recentes atualizações operacionais levaram a uma redução mensal no retrabalho e nos ajustes de tarefas não planejados, conhecidos como “trabalho itinerante”.
“O desempenho da fábrica tem melhorado nos últimos meses, com as taxas de retrabalho e trabalho itinerante diminuindo mês a mês, aumentando a produtividade do fluxo de trabalho e apoiando a estabilização da fábrica”, disse Tom Altamuro, diretor de fabricação e segurança do F-15 da Boeing.
A iniciativa interna da empresa, chamada “Cut the CoRRS” (Custo de Retrabalho e Sucata Repetitiva), inclui uma “Hora de Energia de Qualidade” diária, na qual as equipes abordam problemas de produção em tempo real para evitar atrasos e defeitos.
Entre as principais melhorias nas novas aeronaves em relação aos modelos anteriores está a introdução de um sistema digital fly-by-wire, que não apenas melhora a estabilidade em baixas velocidades, mas também viabiliza a inclusão de duas estações de armas adicionais sob as asas. Esses novos pontos de fixação, antes problemáticos devido a limitações aerodinâmicas nos sistemas mecânicos de voo, ampliam a capacidade de carga do jato para impressionantes 13.300 kg (29.500 lb), permitindo o transporte de até 12 mísseis ar-ar ou três mísseis AGM-158 JASSM de longo alcance.
Embora o F-15EX não possua características furtivas como o F-35 ou o F-22, a Boeing, em parceria com a BAE Systems, desenvolveu um sistema de guerra eletrônica avançado para aumentar sua capacidade de sobrevivência em ambientes aéreos disputados. Essa tecnologia posiciona o Eagle II como um complemento estratégico para caças stealth, oferecendo maior poder de fogo em missões de superioridade aérea e ataque ao solo.
A USAF planeja adquirir um total de 98 F-15EX, distribuídos em seis lotes de produção, como parte do esforço para substituir os envelhecidos F-15C, muitos dos quais já estão sendo retirados de bases críticas, como Kadena, no Japão. Contudo, discussões orçamentárias no Congresso sugerem a possibilidade de expansão desse número, realinhando-se a uma meta anterior de até 144 aeronaves.
Além do uso doméstico, a Boeing busca consolidar vendas internacionais, com negociações em andamento com Indonésia, Israel, Polônia e Cingapura. Enquanto isso, a USAF prepara o envio de 36 F-15EX para Kadena, reforçando a presença militar dos EUA no Indo-Pacífico, enquanto o restante da frota será distribuído por bases da Guarda Aérea Nacional nos EUA continental.
Com sua combinação de poder de fogo, atualizações tecnológicas e flexibilidade operacional, o F-15EX Eagle II consolida-se como uma peça-chave na modernização da aviação de combate norte-americana, mantendo o legado de um dos caças mais bem-sucedidos da história.
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