O consórcio europeu responsável pelo caça Eurofighter Typhoon atingiu um marco histórico ao superar a marca de 600 aeronaves entregues em todo o mundo. Segundo um relatório oficial da Airbus Defence and Space, até setembro de 2025 já haviam sido entregues 613 caças Typhoon, de um total de 761 unidades encomendadas. O número de aeronaves em operação também passou das 600, consolidando o Typhoon como o caça europeu mais produzido de sua geração.
O primeiro Typhoon de produção voou em fevereiro de 2003 e entrou oficialmente em serviço na Luftwaffe (Força Aérea Alemã) em agosto do mesmo ano. Desde então, o programa — desenvolvido por Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha — tornou-se o principal pilar da defesa aérea europeia, com uma das maiores taxas de produção entre os caças de quarta geração. A montagem final é dividida entre quatro centros: Airbus em Manching (Alemanha), Airbus em Getafe (Espanha), BAE Systems em Warton (Reino Unido) e Leonardo em Turim (Itália).
Nos últimos anos, a cadência de produção manteve-se estável, com cerca de 20 aeronaves entregues anualmente. Em comparação, o caça francês Dassault Rafale atingiu recentemente a marca de 300 unidades produzidas, enquanto o sueco Saab Gripen ultrapassou 250 exemplares — números que reforçam a relevância do Eurofighter no cenário europeu.
Atualmente, os países parceiros do consórcio — Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha — respondem pela maior parte das encomendas, com 585 pedidos e 486 entregas concluídas até setembro. No Oriente Médio, o Typhoon também se destaca como vetor de exportação, operando em Arábia Saudita, Kuwait, Catar e Omã, totalizando 136 aeronaves.
Em outubro de 2025, o programa ganhou novo fôlego com dois contratos importantes. A Alemanha aprovou a compra de 20 novos Eurofighter Tranche 5, em um pacote de defesa avaliado em €3,75 bilhões (aproximadamente US$ 4,3 bilhões). O contrato inclui 52 motores, peças sobressalentes e suporte logístico, com entregas previstas entre 2031 e 2034. Esses caças contarão com radares AESA ECRS Mk1 e sistemas de guerra eletrônica aprimorados, fortalecendo a capacidade de combate e interoperabilidade da Luftwaffe.
Poucos dias depois, em 27 de outubro de 2025, o Reino Unido e a Turquia assinaram um acordo avaliado em US$ 10 bilhões para a aquisição de 20 novos Eurofighter Typhoon. O contrato, que também prevê um pacote de armamentos, amplia a presença do caça europeu na região e reforça a cooperação industrial entre Londres e Ancara. Fontes próximas ao Ministério da Defesa turco afirmam que Ancara ainda negocia a compra de aeronaves usadas do Catar e de Omã, o que elevaria a frota turca para até 44 aeronaves.
Com esses novos contratos, o Eurofighter Typhoon mantém sua posição como o principal caça europeu multirole em serviço e assegura a continuidade da linha de produção para além da próxima década. A Airbus, BAE Systems e Leonardo seguem trabalhando em atualizações que permitirão ao Typhoon operar em conjunto com futuros programas de sexta geração, como o FCAS (Future Combat Air System), da França, Alemanha e Espanha, e o GCAP (Global Combat Air Programme), do Reino Unido, Japão e Itália.
O avanço das encomendas e as novas versões do Typhoon demonstram que o programa, iniciado há mais de 30 anos, continua sendo uma das maiores histórias de sucesso da indústria aeronáutica militar europeia — e um símbolo de cooperação internacional em defesa e tecnologia.

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