A Força Aérea Brasileira (FAB) anunciou no dia 20 de outubro a aquisição de 11 helicópteros UH-60L Black Hawk do Exército dos Estados Unidos, em um contrato avaliado em cerca de US$ 230 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bilhão).
A compra, realizada sem licitação, envolve aeronaves fabricadas pela americana ACE Aeronautics, que também será responsável pela integração de modernos sistemas de navegação e controle de voo, reforçando a capacidade operacional da FAB.
O contrato, publicado no Diário Oficial da União, ocorre em um momento estratégico para a política externa do Brasil, às vésperas de um encontro previsto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente norte-americano Donald Trump, marcado para 26 de outubro na Malásia, durante a cúpula da ASEAN.
O governo brasileiro busca, nesse contexto, negociar a redução das tarifas norte-americanas sobre produtos nacionais, em meio às tensões comerciais herdadas da administração Trump.
A compra faz parte do programa BEST (Blackhawk Exchange Sales Team), iniciativa do Exército dos EUA voltada à venda de helicópteros revisados a países parceiros. Além das 11 novas unidades, o contrato prevê a modernização de outras 13 aeronaves já operacionais pela FAB, com atualização de sistemas de navegação Garmin G5000H, elevando o total da frota de UH-60L para 24 helicópteros de última geração.
Esses helicópteros são empregados em missões de resgate, transporte de tropas, operações logísticas e ações humanitárias, especialmente em áreas remotas da Amazônia e do litoral brasileiro.
A negociação também reforça a parceria estratégica entre Brasil e Estados Unidos na área de defesa, alinhando-se a compras anteriores, como mísseis, veículos blindados e sistemas de guerra eletrônica, em um pacote de US$ 950 milhões com entregas previstas até 2028. O contrato foi classificado como inexigível de licitação, devido à exclusividade da ACE Aeronautics como fornecedora autorizada pelo governo americano, e será conduzido pelo Parque de Material Aeronáutico de São Paulo, ligado ao Comando da Aeronáutica e ao Ministério da Defesa.
Apesar do contexto de ajuste fiscal do governo federal, a aquisição é considerada estratégica para a modernização da FAB, garantindo que o Brasil mantenha capacidade tecnológica avançada em helicópteros de uso militar e humanitário.

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