A aeronave interessou a VASP, que então operava uma frota de aeronaves Douglas DC-3 e SAAB Scandia. A empresa, então uma estatal paulista, desejava modernizar sua frota e ampliar suas atividades, e o Brigadeiro José Vicente Faria Lima, Presidente da VASP na época, firmou um contrato com a Vickers Armstrong encomendando cinco aeronaves novas do modelo V-827, uma versão alongada dos antigos V-700 e com quatro motores Dart de 1991 HP, capaz de levar 56 passageiros confortavelmente instalados.A aeronave logo ganhou a preferência dos passageiros. O Viscount podia voar a 352 MPH (566 Km/h), era muito mais rápido que qualquer aeronave a pistão da época. Além disso, voava bem mais alto, entre 23 e 26 mil pés, acima da maior parte da turbulência enfrentada pelos outros aviões que, sem pressurização, costumavam voar entre 6 e 8 mil pés.
O primeiro avião, matriculado PP-SRC, chegou em Congonhas em 28 de outubro de 1958, e foi apresentado oficialmente ao público em uma série de voos rasantes sobre a pista de Congonhas. Em uma das passagens, o comandante embandeirou três dos quatro motores e sobrevoou a pista facilmente, com apenas um deles funcionando, impressionando até mesmo os tripulantes e mecânicos mais experientes presentes ao evento.
Anos depois a Vasp comprou mais 10 unidades da série 700.
Com os Viscount, a Vasp ampliou suas linhas e passou a atender 42 cidades brasileiras, chegando até Belém, no Pará. Com a aquisição do Lóide Aéreo Nacional, em 5 de janeiro de 1962, a Vasp passou a atender 75 cidades, entre as quais 22 capitais de Estado, além da Capital Federal, Brasília.
Entretanto, a incorporação do Lóide não foi um bom negócio, já que essa empresas operava um frota de Douglas DC-6A e DC-4, além de vários Curtiss C-46, tornando a frota da VASP uma coleção heterogênea de aviões. Isso tornou o trabalho dos instrutores, mecânicos e pessoal de terra um pesadelo, especialmente nos já saturados aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. A rentabilidade caiu, e a empresa passou a operar no vermelho já em 1962.
Contudo, a operação dos Viscount mantinha-se em alta e o avião ainda mantinha a fama de rápido e confortável, embora alguns jatos Caravelle da Varig e da Panair já estivessem lhe fazendo concorrência no mercado doméstico.
A partir dessa aeronave, colocada em operação comercial pela British European Airways – BEA, o sucesso estava assegurado. De fato, o Viscount tornou-se o avião comercial inglês mais vendido no mundo até hoje, fabricadas nas unidades industriais de Weybridge e Hurn. Foi um dos mais bem sucedidos aviões da geração pós-guerra, sendo construídos no total 445 aparelhos. Era mais silencioso e tinha menos vibrações do que os outros aviões de sua época.Eles foram operados até 1975, quando os últimos modelos da série 800 foram retiradas dos serviços da Ponte Aérea Rio-São Paulo e foram vendidos à Pluna..
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