A Embraer transferirá parte da linha de montagem dos aviões executivos Phenom 100 e Phenom 300, dois dos mais vendidos pela companhia, aos Estados Unidos,
A Embraer transferirá parte da linha de montagem dos aviões executivos Phenom 100 e Phenom 300, dois dos mais vendidos pela companhia, aos Estados Unidos, segundo confirmou nesta terça-feira a empresa.
A montagem final do modelo, atualmente produzido em duas fábricas do estado de São Paulo, será realizado a partir de 2016 na planta de Melbourne, no estado da Flórida.
No entanto, apesar da transferência do modelo executivo aos Estados Unidos, a produção das estruturas do Phenom 100 e Phenom 300 continuará sendo fabricada em Botucatu, no interior de São Paulo.
Por sua vez, a fábrica de São José dos Campos produzirá os novos modelos comerciais da Embraer, os aviões E2, que absorverão toda a equipe atualmente dedicada à construção dos Phenom 100 e Phenom 300.
O Sindicato de Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa 40.000 trabalhadores e é filiado a CSP-Conlutas (principal central sindical que faz oposição à esquerda ao governo Dilma), afirmou que iniciará uma campanha para manter a produção do Phenom no Brasil e evitar a internacionalização promovida pela companhia.
"É absurdo que a Embraer continue com essa política de desnacionalização, que tanto prejudica o país e os trabalhadores", afirmou em comunicado o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros.
A Embraer respondeu que continuará investindo na ampliação e modernização de suas operações industriais no Brasil, assim como no exterior, com o objetivo de manter a competitividade em nível global.
A companhia também informou que os Estados Unidos se transformarão no centro de inteligência da aviação executiva da Embraer.
Num momento em que a indústria brasileira passa por uma importante crise e ataca os trabalhadores com milhares de demissões e layoff´s, a transferência de parte da produção da Embraer para os EUA tende a aprofundar ainda mais esta perspectiva.
Entreguismo petista aos Estados Unidos
Desde a VII Cúpula das Américas, o governo Dilma vem estreitando laços comerciais com os Estados Unidos (em função do aumento da dívida externa brasileira mediante a valorização do dólar) e este novo anúncio da Embraer reforça esta política de entrega dos recursos nacionais.
No mês passado, Joaquim Levy, ministro da Fazenda de Dilma, foi a Nova Iorque vender as “novidades” do PL 4330 e oferecer os trabalhadores brasileiros às grandes multinacionais norteamericanas. Nota-se que o discurso da “autonomia” petista diante dos EUA (assim como sua “defesa dos direitos trabalhistas”) também se negocia em dólares durante a crise do PT.
Ao se posicionar contra a transferência da produção, os operários da Embraer, através de seu sindicato, precisam se articular com o restante dos trabalhadores que vêm sendo ameaçados em outras fábricas e lançar um plano comum para barrar as demissões na indústria.
Um plano unificado como esse precisa começar defendendo que todos os contratados temporariamente, que são os primeiros a serem demitidos, sejam efetivados recebendo como piso o salário mínimo do DIEESE. Para que não haja nenhuma demissão, é necessária a divisão das horas de trabalho sem redução salarial. De onde virá os recursos para isso? Dos lucros bilionários que a Embraer acumulou no último período, que somam R$ 5,25 bilhões no último trimestre de 2014.
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