Paris, 18 de junho de 2025 – A Embraer anunciou hoje, durante o Paris Air Show, dois marcos importantes para seu programa de conversão de jatos comerciais para cargueiros (P2F): a empresa norte-americana Bridges Air Cargo será a primeira operadora do E190F, enquanto a Regional One dobrou seu pedido inicial para quatro unidades do modelo convertido. Os anúncios representam um grande avanço na consolidação do E-Freighter como solução estratégica para o transporte aéreo de carga regional.
A Bridges Air Cargo, pertencente ao grupo Bridges Worldwide — referência global em soluções logísticas para entregas expressas — será a cliente de lançamento do E190F. O primeiro dos dois jatos adquiridos deve entrar em operação no terceiro trimestre de 2025. “O porte da aeronave preenche um espaço único e pouco atendido no segmento de carga”, afirmou Guy Bridges, Diretor Geral da empresa. “Essa parceria com a Embraer e a Regional One representa um avanço fundamental para o transporte regional de carga.”
Ao mesmo tempo, a Regional One, empresa especializada em leasing e serviços no setor de aviação regional, anunciou a ampliação de seu compromisso com a Embraer ao adicionar duas conversões adicionais de E190 para cargueiro, totalizando quatro aeronaves encomendadas. “Estamos expandindo nossa frota de cargueiros para atender à demanda crescente por soluções eficientes e sustentáveis”, destacou George Mamangakis, Diretor de Investimentos da Regional One.
A escolha da Bridges como operadora de lançamento vem logo após a Embraer obter a certificação tripla para o E190F junto às autoridades aeronáuticas da FAA (EUA), EASA (Europa) e ANAC (Brasil). A empresa celebra 35 anos de operações e mais de um bilhão de quilos transportados, e vê o E190F como peça-chave para expansão de rotas e reforço de sua rede de entregas.
Segundo Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, os anúncios reforçam a atratividade do E-Freighter no segmento logístico. “Estamos muito satisfeitos com a confiança da Regional One e da Bridges. O E190F traz flexibilidade operacional, performance e eficiência que o tornam a plataforma ideal para a próxima geração de cargueiros regionais.”
Projetado para atender às exigências do comércio eletrônico e do transporte descentralizado de cargas, o E190F oferece um volume 40% maior que cargueiros turboélices de grande porte, alcance três vezes superior e custos operacionais até 30% menores que aeronaves narrowbody maiores. Com capacidade de carga estrutural máxima de 13.500 kg combinando os compartimentos principal e inferior, o E-Freighter promete preencher uma lacuna crítica no mercado global de carga aérea regional.
O programa P2F da Embraer se consolida, assim, como alternativa de alto valor agregado para operadoras que buscam desempenho, sustentabilidade e soluções logísticas adaptadas à realidade do comércio moderno.
Decisão estratégica, que abre caminho para a aquisição de três C-390, marca um passo significativo no aprimoramento da prontidão operacional e da interoperabilidade da Lituânia com outros membros da OTAN
O acordo incluirá cooperação industrial que fornecerá capacidades de MRO (Manutenção, Reparo e Revisão), co-produção de peças e parcerias com institutos de pesquisa
Paris, Le Bourget, 18 de junho de 2025 — O Ministério da Defesa Nacional da Lituânia anunciou a seleção do Embraer C-390 Millennium (NYSE: ERJ/B3:EMBR3) como a aeronave de transporte militar de próxima geração do país.
Esta seleção marca um passo significativo no aprimoramento da prontidão operacional e da interoperabilidade da Lituânia dentro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e abre caminho para o processo de aquisição que seguirá todos os procedimentos legais de acordo com a legislação lituana.
“Estudamos cuidadosamente diversos modelos de aeronaves de transporte militar disponíveis no mercado e nossa avaliação mostrou claramente que o C-390 Millennium é a plataforma ideal para atender aos nossos requisitos operacionais militares. Portanto, a Lituânia selecionou a Embraer para avançar nas negociações e esperamos finalizar o contrato de aquisição nos próximos meses”, disse Loreta Maskaliovienė, Vice-Ministra da Defesa Nacional, da Lituânia.
“Estamos honrados por termos sido selecionados pelas autoridades lituanas. Esta seleção reflete o compromisso da Embraer em fortalecer as capacidades de defesa de seus parceiros na Europa. Nesse sentido, o C-390, com sua versatilidade, desempenho e interoperabilidade com a OTAN, é a plataforma ideal — prontamente disponível para realizar as missões mais exigentes”, afirma Bosco Da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
O C-390 Millennium é uma aeronave de última geração projetada para operar em ambientes austeros e sob condições exigentes, oferecendo velocidade e capacidade de carga útil superiores, e flexibilidade de missão.
Este acordo posiciona a Lituânia entre o crescente número de aliados europeus e da OTAN, incluindo Portugal, Hungria, Holanda, Áustria, República Tcheca, Suécia e Eslováquia, que também escolheram o C-390 para modernizar suas forças aéreas. Ao adotar o C-390 Millennium, a Lituânia aprimorará significativamente suas capacidades operacionais, ao mesmo tempo em que se beneficiará do ecossistema e das sinergias presentes na Europa em termos de suporte e treinamento.
Desde que entrou em operação com a Força Aérea Brasileira em 2019, com a Força Aérea Portuguesa em 2023 e, mais recentemente, com a Força Aérea Húngara em 2024, o C-390 Millennium provou sua capacidade, confiabilidade e desempenho. A frota atual em operação demonstrou uma taxa de capacidade de missão de 93% e taxas de conclusão de missão acima de 99%.
O C-390 Millennium pode transportar mais carga útil (26 toneladas) em comparação com outras aeronaves de transporte militar de médio porte e voa mais rápido (470 nós) e mais longe, sendo capaz de realizar uma ampla gama de missões, como transporte e lançamento de carga e tropas, evacuação médica, busca e salvamento (SAR), combate a incêndios e missões humanitárias, operando em pistas temporárias ou não pavimentadas, como terra batida, solo e cascalho. A aeronave configurada com equipamento de reabastecimento aéreo (AAR), com a designação C-390, já provou sua capacidade tanto como reabastecedora quanto como receptora, neste caso recebendo combustível de outro C-390, utilizando pods instalados sob as asas.
Paris Le Bourget, França, 18 de junho de 2025 – A Embraer (NYSE: ERJ; B3: EMBR3) recebeu um pedido firme da SkyWest (NASDAQ: SKYW) para 60 aeronaves, com direitos de compra para 50 jatos adicionais. As entregas das aeronaves começarão em 2027. O preço de lista do contrato de pedido firme para 60 aeronaves, que será incluído na carteira de pedidos da Embraer do segundo trimestre, é de US$ 3,6 bilhões.
Com uma frota de 263 aeronaves e uma carteira de pedidos de 16 jatos, a SkyWest Airlines é a maior proprietária e operadora de E-Jets do mundo. Este pedido avança essa posição ainda mais.
“Como a maior proprietária e operadora de E175 em todo o mundo, temos a satisfação de continuar a expandir nossa frota de E175 e de aprimorar nossa presença nos dois segmentos. Este pedido nos permite avançar em nossa estratégia de frota de longo prazo e continuar a entregar o principal produto regional da indústria,” afirma Chip Childs, Presidente e CEO da SkyWest.
“Estamos entusiasmados em continuar nossa parceria de longa data com a SkyWest Airlines com este grande pedido. O E175 é a base fundamental da aviação regional na América do Norte, e este pedido reforça a confiança da SkyWest no desempenho, confiabilidade e conforto de passageiros de nossas aeronaves. Queremos apoiar o crescimento e o sucesso da SkyWest nos próximos anos,” afirma Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.
A Embraer e a SkyWest têm trabalhado em colaboração próxima por quase 40 anos, com início em 1986, quando a companhia norte-americana adquiriu cinco aeronaves EMB-120 Brasília. No final de 1997, a SkyWest celebrou seu 25º aniversário, enquanto já operava mais de 40 aeronaves EMB-120. Em 2013, a parceria foi renovada com a compra de 100 E175s. Hoje, a SkyWest é a maior operadora do E175, com mais de 260 aeronaves da Embraer.
Sobre a SkyWest
SkyWest, Inc. é a holding da SkyWest Airlines e da SkyWest Leasing, uma empresa de leasing de aeronaves. A SkyWest Airlines possui uma frota de aproximadamente 500 aeronaves conectando passageiros a mais de 265 destinos em toda a América do Norte. A SkyWest Airlines opera por meio de parcerias com a United Airlines, Delta Air Lines, American Airlines e Alaska Airlines, transportando mais de 42 milhões de passageiros em 2024.
Sobre a Embraer
A Embraer é uma empresa aeroespacial global com sede no Brasil. Fabrica aeronaves para a aviação comercial e executiva, defesa e segurança e clientes agrícolas. A empresa também fornece serviços e suporte pós-venda por meio de uma rede mundial de entidades próprias e agentes autorizados.
Desde a sua fundação em 1969, a Embraer já entregou mais de 9.000 aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, um avião fabricado pela Embraer decola de algum lugar no mundo, transportando mais de 150 milhões de passageiros por ano.
A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e é a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviços e de distribuição de peças nas Américas, África, Ásia e Europa.
Paris, França – [EXCLUSIVO] – A Embraer e a Pratt & Whitney vêm trabalhando juntas em melhorias nos jatos E2, com foco especial nos motores.
Nos últimos anos, a Pratt & Whitney tem enfrentado sérios desafios com os motores da família Geared Turbofan (GTF), como o PW1100G (usado na família A320neo), o PW1500G (no A220) e o PW1900G (nos E2 da Embraer).
Embora os impactos nos E2 não tenham sido tão severos quanto em outras aeronaves, a Embraer teve alguns clientes afetados, como a KLM, que precisou manter pelo menos seis jatos E195-E2 fora de operação devido a problemas nos motores.
Durante o Paris Air Show 2025, o AEROIN conversou com exclusividade com executivos da Embraer e da Pratt & Whitney para entender os próximos passos na evolução dos motores e dos jatos da nova geração.
Em entrevista durante um coquetel promovido pela Embraer na Torre Eiffel, o CEO Francisco Gomes Neto comentou sobre o futuro da família E2: “Estamos trabalhando em várias campanhas de vendas do E2. Os motores estão cada vez mais maduros, e mais clientes demonstram interesse. Essa aeronave é extremamente eficiente e confortável. Se visitar a feira, conheça o avião da KLM e converse com os pilotos e comissários — eles elogiam muito o E2. Estou bastante otimista em receber novos pedidos ainda este ano.”
Rick Deurloo, presidente da divisão de motores civis da Pratt & Whitney, também falou sobre as atualizações previstas para o GTF Advantage, um retrofit que será oferecido a partir do fim deste ano. A nova configuração promete dobrar o tempo de uso dos motores sem necessidade de manutenção, além de melhorar entre 4% e 8% a potência de decolagem. Inicialmente, será aplicado nos A320neo e A321neo, mas há possibilidade de expansão para o A220 e o E2.
“Recebemos essa solicitação com frequência da Airbus e da Embraer. Estamos investindo na evolução do motor, fazendo análises e certificações. Vamos avaliar no futuro a viabilidade de implementá-lo em outras aeronaves“, afirmou Deurloo.
Ele também destacou o envolvimento da Embraer no processo de melhoria: “Levamos o Francisco para visitar uma de nossas fábricas. Depois de nove minutos, ele disse que já havia entendido tudo o que estávamos fazendo. Isso mostrou que recuperamos a confiança da Embraer.”
A Pratt & Whitney não divulgou quantas aeronaves ainda estão paradas por causa dos motores GTF, mas afirmou que, desde o ano passado, a curva de problemas se estabilizou e que em 2025 já há uma redução significativa, indicando progresso na resolução das falhas
Para os nostálgicos da aviação – que não são poucos -, uma informação recente tem gerado burburinho: o possível retorno de voos regulares da Pan American World Airways, ou simplesmente Pan Am, companhia aérea dos Estados Unidos que fez muito sucesso até o início dos anos 90, quando fechou as portas. A Pan Am Global Holdings, que detém a propriedade intelectual da marca, iniciou uma parceria com a consultoria e empresa de investimentos AVi8 Air Capital, especializada em aviação, para tentar reviver a companhia aérea.
Até o momento, não há confirmação de que a Pan Am voltará de fato a existir, apenas estudos que envolvem a estrutura operacional, planejamento financeiro e viabilidade de longo prazo. Além disso, a AVi8 está debruçada nas condições de mercado e na composição de frota. Já é alguma coisa, enquanto também esperamos para saber se a “nova” Pan Am, caso realmente saia do papel, conseguirá emular seu passado glorioso ou será só mais uma na multidão!
Uma breve história da Pan Am
A Pan Am foi criada em 19 de outubro de 1927, inicialmente com serviços aéreos postais para Cuba. Quase três anos depois, iniciaria a operação regular de passageiros, que se estenderia por mais de 60 anos ininterruptos.
Por muito tempo, a empresa se beneficiou de algo muito próximo de um monopólio na exploração de rotas internacionais a partir dos Estados Unidos, o que era uma vantagem e tanto. A Pan Am ficou conhecida pela sua capacidade de conexões entre inúmeros destinos – a título de exemplo, uma das primeiras rotas da companhia ligava Nova York a Mar del Plata, em um percurso que incluía diversas paradas no México, no Caribe e na América do Sul. A estratégia se estendeu para outros continentes e outras rotas, e a marca logo se tornou globalmente conhecida.
A Pan Am foi pioneira em muitos aspectos. Foi a primeira a operar aviões a jato, com a introdução do Boeing 707 nos anos 50, o que garantiu uma vantagem importante sobre a concorrência, e influenciou a fabricante a criar nada mais nada menos do que o Boeing 747.
A bordo, era reconhecida pelo conforto, sofisticação e inovação. Com assentos amplos e um menu com variedade de opções, especialmente nas classes premium, ninguém passava necessidade. Além disso, foi a primeira a criar uma classe turística (a nossa famosa classe econômica) em voos para fora dos Estados Unidos.
Se até o fim dos anos 1960 a Pan Am era praticamente imbatível, a empresa sentiu o primeiro impacto significativo nos anos 70, com o choque do petróleo. A companhia aérea teve de encarar o aumento nos preços de combustíveis em um momento em que buscava ampliar a sua frota de Boeing 747, uma aeronave de alto custo operacional.
Para completar, a Pan Am não era autorizada a operar voos domésticos, o que era crucial em um momento de dificuldades econômicas e para, obviamente, alimentar as operações internacionais. Para driblar o bloqueio, a empresa apelou para a compra da National Airlines, em 1980. Só que logo depois veio a surpresa: o governo dos Estados Unidos anunciaria a desregulação do setor aéreo local – ou seja, a Pan Am havia desembolsado um valor altíssimo para nada, e ainda teria de encarar a concorrência de empresas low cost que entraram com força no mercado doméstico dos Estados Unidos.
Os problemas seguiram pelos anos seguintes e se agravavam à medida que a Pan Am continuava agregando aviões de grande porte a sua frota. Com o acúmulo de dívidas obrigando a Pan Am a vender ativos importantes e renunciar a diversas rotas. A cascata de problemas levou a companhia aérea a fechar as portas em 1991.
Pan Am no Brasil
A Pan Am teve uma relação muito próxima com o Brasil. Os primeiros voos para cá foram operados já em 1930, e, ao longo da história, e em diferentes épocas, cidades como Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Natal foram servidas pela Pan Am. Os voos costumavam seguir pelo menos até Buenos Aires. Incrivelmente, o Brasil também teve voos da capital potiguar para a Monróvia (Libéria), em uma rota que começava em Miami e terminava no Congo!
Além disso, a Pan Am chegou a ter uma subsidiária local, a Panair do Brasil, que ligava Belém a Manaus.
Diferentes aviões foram usados pela Pan Am em suas rotas no Brasil. O mais icônico, obviamente, foi o Boeing 747, que marcou a história da empresa. A bordo, o serviço nos voos de e para o nosso país definitivamente não decepcionava.
Em um relato no livro “Come fly with me”, o autor Gianfranco Beting fala sobre o menu a bordo em um voo do Rio de Janeiro para Nova York na primeira classe: o banquete incluía bebidas como champagne e vodka, entradas com caviar e lagosta, pratos principais que incluíam churrasco – “fatiado na sua frente”, segundo o autor – escalope de vitela, espetos de camarão, arroz com açafrão e legumes na manteiga. Algo inimaginável nos dias de hoje!
Nostalgia e tentativas de retorno
A essa altura, a saudade que muitas pessoas sentem da Pan Am já está mais do que justificada, especialmente em uma época de serviços de bordo cada vez mais escassos e cortes de custos recorrentes em companhias aéreas.
A Pan Am segue viva entre seus fãs por meio de souvenirs com a estética da época em que esteve nos ares, documentários, séries de TV e algumas ações especiais, como um restaurante temático em Brasília aberto em 2021.
Pelo menos duas chances de reviver a companhia aérea foram feitas ainda nos anos 90. No entanto, nenhuma das tentativas foi bem-sucedida no longo prazo, e as novas versões da Pan Am rapidamente saíram de cena.
Pan Am voltará aos céus em junho
Ainda não é o retorno definitivo, mas na próxima segunda-feira (16/06), um Boeing 757 nas cores da Pan Am decolará de Nova York para uma viagem privada de 12 dias em um projeto chamado Tracing the Transatlantic. A iniciativa promete resgatar todo o glamour que marcou a história da empresa.
A proposta é a de levar os passageiros por uma rota histórica que passará por Bermuda, Lisboa, Marselha, Londres e Foynes, na Irlanda. Para isso, cada um desembolsou nada menos do que US$ 65.500 (algo em torno de R$ 360 mil). A bordo, 50 assentos na configuração de classe executiva receberão os viajantes
Sexta aeronave permitirá expansão de capacidades da Força Aérea Portuguesa
Dez novas opções poderão ser utilizadas em futuras aquisições de outras nações europeias e da OTAN
Paris Le Bourget, França, 16 de Junho de 2025 – A Embraer (NYSE: ERJ/ B3:EMBR3), uma das líderes globais na indústria aeroespacial, anunciou hoje durante a 55ª edição do Paris Air Show que o Estado Português decidiu adquirir uma sexta aeronave KC-390 Millennium. Em agosto de 2019, o governo de Portugal e a Embraer assinaram contrato para a aquisição de cinco unidades do KC-390 e, com a potencial aquisição adicional, a frota de aeronaves de transporte da Força Aérea Portuguesa (FAP) contará com seis aviões de nova geração KC-390, expandindo sua capacidade para cumprir as missões das Forças Armadas e outras missões de interesse público.
Adicionalmente, a Embraer e o Estado Português pretendem incluir dez opções de compra no contrato atual visando potenciais futuras aquisições por nações europeias ou membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) por meio do Estado Português, em negociações de governo a governo. Isto permitirá o aumento da interoperabilidade e cooperação com novos operadores da aeronave KC-390, com benefícios na redução de custos associados a treinamento, apoio logístico e ciclo de vida e o crescente envolvimento e desenvolvimento do cluster aeronáutico português.
“Com esta decisão Portugal continua a investir nas capacidades da Força Aérea, num momento em que esta se assume como operador de referência desta aeronave, que possui caraterísticas únicas e que foram integradas e testadas em Portugal. A inclusão de dez opções de compra para futuras negociações governo a governo permitirá que outras nações europeias e NATO possam, através de Portugal, adquirir plataformas interoperáveis e versáteis, habilitando o contínuo desenvolvimento da Base Tecnológica e Industrial de Defesa, com o consequente retorno financeiro para o país, e a afirmação da Força Aérea Portuguesa como parceiro de excelência na operação e treino, através, por exemplo, do seu Centro de Treino KC-390”, disse Nuno Melo, Ministro da Defesa de Portugal.
“Estamos extremamente honrados com a possibilidade de expandir nossa parceria com a Força Aérea Portuguesa e com o Estado Português. A aquisição do sexto KC-390 pela FAP, que opera a aeronave desde 2023, será a primeira compra adicional de um operador, o que demonstra o reconhecimento da qualidade e do resultado operacional que esta aeronave tem conseguido. O interesse em colocar opções adicionais no contrato é a confirmação de que mais países ocidentais podem-se juntar muito brevemente a este grupo de operadores, beneficiando todos eles em sinergias econômicas ao longo do ciclo de vida do KC-390”, disse Bosco da Costa Junior, presidente & CEO da Embraer Defesa & Segurança.
O KC-390 Millennium pode realizar uma ampla gama de missões, como transporte e lançamento de cargas e tropas, evacuação aeromédica, busca e salvamento (SAR), ajuda humanitária e missões de resposta a desastres (HADR), combate a incêndios e reabastecimento aéreo (AAR), tanto como tanque quanto como receptor. Além disso, o KC-390 Millennium pode apoiar operações de vigilância marítima e SAR, aumentando seu alcance e tempo de permanência em voo por meio do reabastecimento em voo. Sua capacidade de operar em pistas curtas e reabastecer outras aeronaves é fundamental para atender aos requisitos de defesa de Portugal.
A aeronave alcançou a excelente taxa de 99% das missões cumpridas com baixos custos operacionais. Sua capacidade multimissão e interoperabilidade são integradas desde a fase de concepção, permitindo assim que a aeronave esteja pronta para cumprir todos os tipos de missão exigidos pelas Forças Aéreas.
Sobre a Embraer
Empresa aeroespacial global com sede no Brasil, a Embraer atua nos segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva, Defesa & Segurança e Aviação Agrícola. A empresa projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves e sistemas, e fornece serviços e suporte pós-venda aos clientes.
Desde sua fundação em 1969, a Embraer já entregou mais de 9.000 aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo, transportando mais de 150 milhões de passageiros anualmente.
A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviços e distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.
O Pentágono pode estar preparando uma mudança significativa na operação de suas plataformas de alerta aéreo antecipado, os chamados aviões AWACS.
Essas aeronaves com radares embarcados são fundamentais para garantir a superioridade aérea e desempenham um papel estratégico em combates modernos. Um exemplo claro disso ocorreu no conflito entre Índia e Paquistão, quando o Paquistão utilizou de forma mais eficaz seus turboélices Saab 340 AEW&C para guiar caças e abater aeronaves indianas.
Atualmente, os Estados Unidos operam dois tipos principais de aeronaves de alerta antecipado: o E-3 Sentry, baseado no Boeing 707 e operado pela Força Aérea (USAF), e o E-2 Hawkeye, um turboélice desenvolvido pela Northrop Grumman, usado pela Marinha (USN) em operações a partir de porta-aviões nucleares, como mostra a nossa foto de capa desta reportagem.
Embora o E-2 Hawkeye tenha origem nos anos 1960, ele passou por diversas atualizações e é produzido até hoje em sua versão mais recente, a E-2D Advanced Hawkeye. Já o E-3 Sentry, fabricado entre 1977 e 1992, possui unidades modernizadas na OTAN, com troca dos antigos motores TF33 pelo CFM56, o mesmo usado em jatos comerciais Boeing 737.
E-3 Sentry | Divulgação – OTAN
Com a frota da USAF envelhecida, o substituto do E-3 já havia sido definido: o E-7 Wedgetail, operado por países como Austrália, Coreia do Sul, Turquia e Reino Unido, além da própria OTAN em uma compra conjunta multi-nacional do bloco. A aeronave é baseada no Boeing 737-700, mas a Boeing tem enfrentado atrasos e aumento de custos em sua produção, o que gerou forte insatisfação no Pentágono.
Durante uma audiência no Congresso, o Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, criticou o cronograma do E-7, afirmando que a aeronave pode chegar obsoleta em 2028. Ele respondeu à senadora Lisa Murkowski, do Alasca — estado que abriga esquadrões de E-3 — alertando sobre a urgência da substituição.
“O E-7 está atrasado e ficou mais caro. Para preencher essa lacuna, e depois migrar para vigilância satelital, é o melhor que podemos fazer diante dos desafios atuais“, afirmou Hegseth.
E-7 | Divulgação – Boeing
A estratégia do Departamento de Defesa inclui o desenvolvimento de satélites com radares de ultra longo alcance, que permitiriam vigilância contínua do espaço aéreo norte-americano sem a necessidade de aeronaves em patrulha constante. No entanto, esses satélites ainda estão em fase de projeto e só devem entrar em operação na próxima década.
Por isso, o Pentágono agora propõe cancelar o orçamento para o E-7 no ano fiscal de 2026 (apesar da Boeing já estar montando os jatos e cumprindo o contrato assinado em 2022) e utilizar o E-2D Hawkeye também na USAF, como revelou o site The War Zone. A proposta foi endossada por Bryn Woollacott MacDonnell, assistente especial do Secretário de Defesa, que confirmou um orçamento de US$ 150 milhões para a compra conjunta de cinco E-2D e mais US$ 1,4 bilhão para aquisições futuras.
Apesar do apoio, a ideia enfrenta resistência dentro da própria Força Aérea. Oficiais apontam as limitações do E-2D, como alcance e velocidade inferiores, o que reduz sua efetividade. O General Mark D. Kelly, então comandante do Comando de Combate Aéreo da USAF, já havia criticado em 2020 a falta de investimento dos EUA em plataformas modernas de controle aéreo, ao contrário de seus aliados que já garantiram o E-7 em sua frota bem antes da decisão da USAF, feita apenas posteriormente.
Assim como ocorreu com o processo de substituição dos reabastecedores KC-10 e KC-135 pelo problemático KC-46, a USAF enfrenta dificuldades em modernizar sua frota de alerta aéreo. O risco é que, diante de atrasos, o governo opte por soluções improvisadas, enquanto aposta em tecnologias ainda não comprovadas — acreditando que guerras futuras poderão ser vencidas apenas com inteligência artificial e sistemas automatizados.