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sábado, 22 de junho de 2024

IAI F-21A Lion – O caça israelense nos EUA

 

Por Valter Andrade*

A Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA operaram apenas dois aviões estrangeiros em números significativos durante a Guerra Fria, primeiro foi o avião de ataque britânico Harrier e depois o caça Kfir desenvolvido por Israel. O Kfir foi adquirido durante a administração Reagan, foi utilizado pela US Navy e pelo US Marines como uma aeronave “Adversary” para treinamento de manobras de combate aéreo (ACM). Voando contra aviões diferentes ajudando a aprimorar as habilidades dos pilotos de caças.

No início da década de 1980, os pilotos da Marinha e dos Fuzileiros Navais empregavam o Northrop F-5E Tiger II, T-38 Talon e o Douglas A-4 Skyhawk nessa função. A Marinha queria o General Dynamics F-16 Fighting Falcon para treinamento ACM, mas a USAF e várias armas aéreas estrangeiras eram a prioridade para as vendas deste avião.

Este interesse chamou a atenção de Marvin Klemow, representante sênior da Israel Aircraft Industries IAI nos Estados Unidos, que tomou conhecimento desta situação. Ao mesmo tempo, soube que a Força Aérea Israelense (Heyl Avir Le) estava para aposentar os seus caças Kfir C.1 Klemow contatou a Marinha dos EUA em 1984 e propôs o avião israelense para a função de ACM. Mais tarde, posteriormente ele foi elogiado por lidar diretamente com o Pentágono, em vez de fazer lobby para o acordo através do Congresso.

Um ano depois, em 29 de abril de 1985, a US Navy aceitou os primeiros Kfir’s sendo recebidos em cerimônia na NAS (Naval Air Station) Oceana, na Virgínia.
O Kfir foi desenvolvido como resultado da pressão árabe contra a França após a guerra dos seis dias em 1967. Durante mais de uma década, a França foi o principal fornecedor de armas para Israel, incluindo vários tipos de aeronaves. Os franceses embargaram os 50 caças Mirage 5J que foram construídos e pagos por Israel. Posteriormente, foram redesignados e utilizados como, Mirage 5F e entregues à Força Aérea Francesa (Armée de l’Air).

Estes acontecimentos levaram à decisão de Israel de construir o seu próprio avião de combate. Com alguma cooperação não oficial da França e o roubo de documentos importantes por agentes israelenses, a Israel Aircraft Industries IAI produziu o Nesher (Eagle), uma cópia aproximada do Mirage 5. O Nesher voou pela primeira vez em 1969, e sessenta e nove foram produzidos até 1974.

As limitações do Nesher, especialmente sua baixa potência, levaram à conversão de um em um protótipo, o Kfir (Filhote de Leão). O desempenho foi significativamente melhorado com o uso da versão israelense do motor turbojato General Electric J79, que também impulsionava o McDonnell-Douglas F-4E Phantom II da IAF.

A aeronave de asa delta foi equipada com o radar de controle de fogo Elta EL/M-2001 com capacidade look-down/shoot-down.

Eles estavam armados com dois canhões DEFA 553 de 30 mm construídos pela Rafael que ficavam instalados nas raízes das asas, também podiam carregar dois mísseis ar-ar IR. Os caças também poderiam ser equipados com um tanque de combustível na linha central.

Segundo o piloto e veterano israelense, coronel Eliezer Cohen, “…a produção do primeiro modelo foi atrasada e não atendeu às expectativas…”. Os primeiros Kfir’s entraram em serviço em Israel em 1974 e, a partir de 14 de abril de 1975, dois esquadrões foram equipados com os 27 modelos de produção. Dois deles foram configurados para reconhecimento fotográfico.

As variantes C.1 estiveram em serviço por apenas alguns anos e, com as marcações israelenses tiveram apenas um “abate” . Isto foi em 27 de julho de 1979, enquanto escoltava aeronaves de reconhecimento sobre o Líbano, os Kfir’s encontraram caças MiG-21 Fishbed-J operados pela Síria. Um dos Kfir conseguiu abater um MiG-21 com os mísseis israelenses ar-ar Shafrir-2.

No início da década de 1980, os Kfir C.1 estavam sendo substituídos por caças mais novos, incluindo as variantes C.2 equipadas com canard.

O secretário da Marinha, John F. Lehman, reagiu rapidamente à abertura de proposta de Klemow. O Presidente Ronald Reagan tinha falado recentemente da vantagem única que os Estados Unidos tinham no Oriente Médio através da sua aliança estratégica com Israel.

Assim, com o incentivo do Secretário de Defesa Caspar W. Weinberger e do secretário Lehman, o pessoal da Marinha e os israelenses iniciaram as negociações. No início, os líderes da força aérea de Israel se opuseram à transferência, mas com o interesse de cooperação com os americanos, o governo israelense orientou a continuação das negociações.
Um acordo de três partes foi finalmente alcançado e da seguinte forma:

  1. Os Kfir C.1 seriam “alugados” à Marinha dos EUA sem qualquer custo para os Estados Unidos.
  2. O governo dos EUA garantiria que as aeronaves fossem mantidas de acordo com os padrões da Força Aérea Israelense para que, se necessário, pudessem ser devolvidas para o serviço em Israel.
  3. A Marinha dos EUA forneceria certos equipamentos numa base de locação gratuita semelhante a Israel. (Os israelenses não solicitaram qualquer equipamento da Marinha para abrigo desta disposição.)

Com ambos governos concordando com os termos, uma equipe de manutenção israelense, acompanhada por famílias, chegou à NAS Oceana, enquanto os pilotos da Marinha dos EUA viajaram para Israel para um breve curso de pilotagem da aeronave. Os israelenses eram necessários porque o pessoal americano não tinha treinamento na manutenção dos Kfir’s. Nos termos do acordo, a US Navy pagou as despesas.

Introduzido pela primeira vez na Escola de Armas de Caça da Marinha, amplamente conhecida como “Top Gun”, este programa ensina os pilotos a se defenderem contra aeronaves semelhantes às pilotadas por nações hostis. Como o Kfir era representativo do Mirage e suas características de voo se assemelhavam às do MiG-21, ele era visto como a escolha ideal para uma aeronave agressora, especialmente antes que os caças do bloco oriental estivessem prontamente disponíveis para exercícios de treinamento de combate aéreo.

Foi fechado acordo para o aluguel de aeronaves, equipes de manutenção e treinamento de pilotos, inicialmente para a Marinha e posteriormente para os Fuzileiros Navais. Em 1985, 12 Kfirs foram carregados em caminhões-plataforma e levados para a IAI para revisão e pequenas modificações antes de serem enviados para os EUA.

Os 12 Kfirs C.1 chegaram à NAS Oceana em 1985. Nos EUA foi dada a designação de F-21A Lion e receberam um Bu.No. (Bureau Numbers) “específico”, esses aviões foram pilotados pelo esquadrão “Adversary” VF-43 (Challengers). Posteriormente, em 1987, o US Marines também criou uma unidade de treinamento ACM, o VMFT-401 (Snipers) baseados na MCAS de Yuma, Arizona. 13 Kfirs foram fornecidos para este esquadrão.

O capitão da US Navy John Manning, cujo Fighter Wing 1 incluía o VF-43, descreveu o F-21A Lion como;

“Um bom simulador de MiG-23 Flogger. Ele tinha uma aceleração de voo de nível muito bom e uma alta velocidade de ponta. O Kfir poderia atropelar um F-14 Tomcat e quase qualquer caça do inventario americano sem problemas.

Suas deficiências incluíam pouco combustível, baixo desempenho nas curvas e, pelo que me lembro, não tinha um bom campo de visão fora da cabine. As limitações de combustível não foram um grande problema para as missões de treinamento que realizamos na faixa instrumentada. O desempenho nas curvas foi típico de um avião de asa delta. Você tem uma curva difícil de fazer no Kfir antes de ficar sem energia, mas ele é fácil de manobrar.”

A Marinha voou com os caças israelenses até 1988, quando os F-16N Fighting Falcon os substituíram na função de ACM. Os fuzileiros navais voaram com F-21A Lion até 1989, quando os caças F-5E Tiger II os substituíram. Os aviões foram então devolvidos a Israel, mas não para o serviço. Vários foram retirados para museus.

Em ação

Na NAS Oceana, os F-21A Lion acumularam cerca de 5.000 horas de voo por ano, com cada aeronave realizando três a quatro missões por dia. O US Marines também mantiveram seus Lion´s ocupados, realizando mais de 4.000 surtidas no primeiro ano.

As equipes de manutenção lideradas por Israel mantiveram as aeronaves voando nesse ritmo operacional extraordinário, o dobro da taxa de uso regular de aeronaves de combate. Na opinião do experiente tenente coronel Yoran Peled da força aérea isaraelense, o número de voos e a disponibilidade consistente da aeronave foram a maior conquista do programa F-21.

O oficial da IAI que providenciou o fornecimento de Kfirs como aeronaves Adversary e enfatizou sua importância para a qualidade do treinamento da US Navy e do USMC. Ele também especulou que seu valor de treinamento se manifestou no sucesso da operação Desert Storm alguns anos depois.

Os F-21 Lions voaram por três anos com a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais antes do programa terminar em 1989. Enquanto isso, em Israel, o F-16 da General Dynamics (agora Lockheed Martin) passou a ser o principal caça da Força Aérea Israelense, relegando o Kfir a papéis secundários.

O F-21 provou seu valor em inúmeros combates aéreos contra caças da US Navy e do USMC.

Muitos americanos ficariam surpresos ao saber que, durante a segunda metade da década de 1980, aviões de combate israelenses se envolveram regularmente em combate ar-ar com os F-14 e F/A-18 da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. Tudo fazia parte de exercícios de treino em tempos de paz, é claro o F-21A Lion, da Israel Aircraft Industries, era frequentemente confrontado com caças norte-americanos em combates simulados.

Pilotos de F-21A

O comandante do esquadrão Kfir da Força Aérea Israelense, tenente-coronel Yoram Peled, foi enviado para a NAS Oceana, onde passou duas semanas voando com os Challengers. Para sua primeira surtida, Peled, que recebeu o indicativo pouco imaginativo de “Yoram”, foi confrontado com um F-14 pilotado por um dos melhores pilotos de Top Gun da Marinha. Em dois ou três combates com duração de talvez dois minutos cada, o F-14 derrotou o F-21A Lion. Os desafiadores teriam colocado Peled contra seu melhor piloto para dar ao convidado uma lição de humildade.

No entanto, Peled, que já havia registrado mais de 1.000 horas em F-15 Eagles israelenses, incluindo simulações de combates aéreos contra Kfirs, afirmou que mesmo antes de ir para os EUA ele sabia que perderia em um combate 1 x 1 contra com o F-14. Ele ressaltou que em combates com múltiplas aeronaves, um Kfir pode ser letal contra oponentes maiores e mais capazes. “Se você quer que eu me vanglorie”, comentou Peled, “direi que, se fosse eu quem pilotasse o F-14, teria feito isso mais rápido!”.

O Kfir foi retirado do serviço israelense em 1996, embora a aeronave ainda esteja em uso nas forças aéreas do Equador, Colômbia e Sri Lanka. Os Kfir’s ainda voam nos Estados Unidos com a empresa ATAC (Airborne Tactical Advantage Company) operando aeronaves agressoras sob contrato com o governo dos Estados Unidos.

A empresa atualmente voa cinco Kfir C.2 na função de ACM, baseados nos aeródromos de Newport News, Virgínia, e Point Mugu, Califórnia. Uma operação comercial que oferece uma valiosa gama de serviços de treinamento de voo tático, mais de um quarto de século após o F-21A estrear em céus americanos ele ainda continua com suas garras afiadas.

As Camuflagens dos F-21A Lion

Os dois esquadrões “Adversary” que voaram o F-21A adotaram padrões distintos de camuflagens que atendiam as necessidades da US Navy e USMC para missões de combate aéreo.

O VF-43 foi um esquadrão de caças da US Navy, recebeu várias designações ao longo de sua vida operacional, originalmente criado como:

  • VF-74A em 1 de maio de 1945.
  • VF-74 em 1 de agosto de 1945.
  • VF-1B em 15 de novembro de 1946.
  • VF-21 em 1 setembro de 1948.
  • VA-43 Challengers em 1 de julho de 1959.
  • VF-43 em 1 de junho de 1973.

Foi desativado em 1 de julho de 1994.

Em junho de 1973, o esquadrão foi redesignado como; Fighter Squadron VF-43 e foi designado como Adversary Squadron da Frota do Atlântico baseado na NAS Oceana, Virgínia, prestando apoio ao treinamento de esquadrões de caça da Frota do Atlântico localizados na NAS Oceana. Nesta função, o esquadrão voo com; A-4F/J e TA-4F/J Skyhawk II, T-38A Talon, F-21A Lion e o F-16N Fighting Falcon.

O esquadrão também conduziu treinamentos de especialização em instrumentos e treinamento de rotação no T-2C Buckeye.

Após o fim da Guerra Fria e as subsequentes reduções no orçamento de defesa dos EUA, o VF-43 foi identificado para desesativação. Após a inativação do VF-43 em julho de 1994, sua missão foi assumida por esquadrões de caças de ataque e compostos de caças na Reserva Aérea Naval. Na NAS Oceana, esta missão é realizada principalmente pelo Fighter Composite Squadron 12 VFC-12.

O VF-43 Challengers, utilizava em suas aeronaves apenas um padrão de camuflagem.

Grey Scheme:
• FS 36251 – agressor grey
• FS 35237 – graysh blue
• FS 36307 – light sea grey

O Marine Fighter Training Squadron 401 (VMFT-401 Snipers) foi comissionado em 18 de março de 1986 na MCAS de Yuma, Arizona. Em junho de 1987, o esquadrão recebeu treze F-21A Lion (Kfirs) israelenses e durante aquele ano registrou mais de 4.000 horas de voo durante 16 exercícios importantes.

Em 1989, eles fizeram a transição para o F-5E Tiger II, que ainda usam. O USMC também tinha alguns F-21 pintados com as cores israelenses e esquemas de “Flogger”. Essas aeronaves foram substituídas pelos F-5E Tiger II quando os F-21A foram devolvidos em 1989 para Israel.

O VMFT-401 Snipers, utilizava em suas aeronaves quatro padrões de camuflagem:

Grey Scheme:
• FS 36251 – agressor grey
• FS 35237 – graysh blue
• FS 36307 – light sea grey

IAF Scheme 1980:
• FS 33531 – sand
• FS 30219 – brown
• FS 34424 – pale green
• FS 36375 – light grey

IAF scheme:
• FS 33531 – sand
• FS 30219 – brown
• FS 34102 – mediun green
• FS 36231 – dark gull grey

MiG-23 Flogger Scheme:
• FS 33531 – sand
• FS 30219 – brown
• FS 34097 – field green
• FS 35622 – light blue

Especificação do IAI F-21A Lion (Kfir C.1)

  • Motor: Um turbojato General Electric J79-J1E construído pela divisão Bedek da IAI, com 5.393,21kg seco e 8.504,85kg sem com pós-combustão.
  • Desempenho: Velocidade máxima (limpo) 2.440 km/h a 1.097m e 1.387 km/h ao nível do mar.
  • Autonomia: 3.704km com um tanque de 1.298,4L e dois tanques de 1.699L.
  • Raio de combate: 772,4km com dois AAM’s com um tanque de 825L e dois tanques de 1.298,4L.
  • Taxa de subida: inicial de 13.999m por minuto, uma altitude de 15.240m é atingida em 5 minutos e 10 segundos.
  • Teto supersônico: Estabilizado de 17.678m.
  • Dimensões: Envergadura 8.22 m, comprimento 15.65 m, altura 4.55 m, área das asas 34.8 m².
  • Pesos: 7.284,69kg vazio, 10.414,93kg carregado em decolagem normal, ou decolagem máxima com 16.499,87kg.
  • Armamento: os F-21A Lion da US Navy/USMC possuíam uma asa ao estilo do Mirage III (sem dente de cachorro), no lugar apenas uma cava no meio da asa), “canard’s” curtos e dois “strakes” no nariz, os modelos utilizados nos EUA não possuíam os canhões e nem utilizavam misseis, em seu lugar eram colocados pod’s com sensores para simular o disparo do míssil.

Índia aquece disputa por Mirage 2000-5 usados

A Força Aérea da Índia (IAF) vai adquirir 24 caças Mirage 2000 usados para reforçar sua frota e criar um 'pool' de peças de reposição.


A frota Mirage 2000 da IAF (Indian Air Force – Força Aérea da Índia) já computa mais de 35 anos de uso, tendo sido provada em combate (operação Balakot de 2019), agora está passando por uma atualização de meia-vida. Cerca de 300 peças foram consideradas críticas, o que serviu de ‘gatilho’ para a aquisição de “novas” aeronaves de segunda mão.

A IAF deve adquirir 24 caças Mirage 2000 de segunda mão diretamente da Dassault, numa tentativa de reforçar sua frota envelhecida de caças de quarta geração e também garantir peças de reposição para os dois únicos esquadrões de M2000. Uma fonte – sob condição de anonimato – disse que a IAF já assinou um contrato no valor de US$ 31 milhões com a Dassault. Dos 24 caças, 13 estão em perfeitas condições, com motor e fuselagem intactos, com oito deles (quase metade de um esquadrão) prontos para voar após a manutenção. Os 11 caças restantes estão parcialmente completos e servirão de fontes de peças, como tanques de combustível e assentos ejetáveis.

A IAF adquiriu 50 caças Mirage 2000 C e B em 1985, com um contrato de manutenção que expirou em 2005. Desde lá contratos de manutenção de curto período vem sendo assinados com o fabricante francês. A compra destaca a importância de transferir peças de reposição e cadeias de suprimentos de motores para a Índia para futuras aquisições, já que os caças no exterior atingem a obsolescência muito mais rápido do que na Índia. Até que o governo de Narendra Modi tomasse a decisão de adquirir os caças Rafale de 4,5 gerações (também da Dassault), o Mirage 2000 era o caça de linha de frente da Índia, posição que ocupa desde a guerra de Kargil. A nova administração deve garantir que o equipamento original e as peças sobressalentes sejam fabricadas na Índia para que não haja escassez de peças sobressalentes até o momento em que o caça for desativado.

A outra questão que decorre dessa aquisição de última hora é que a IAF e a Marinha indiana devem planejar a aquisição de caças de modo que haja sinergia entre as duas Forças e a coerência seja mantida no fornecimento de peças sobressalentes. Também aponta para a necessidade do Ministério da Defesa de acelerar as decisões sobre o reaparelhamento da frota de caças do país, especialmente porque a China já mudou para caças de quinta geração e drones armados.

sexta-feira, 21 de junho de 2024

O caça-bombardeiro BAC TSR-2

 

O TSR-2 é um daqueles aviões que pareciam ter um futuro promissor, mas que acabou cancelado pelos elevados custos de desenvolvimento e disputa política.

Segundo alguns, se tivesse entrado em serviço, o TSR-2 daria à Grã-Bretanha o mais avançado avião de combate do mundo, em missões de ataque supersônico a alvos de alto valor em altas e baixas altitudes.

Desenvolvido pela British Aircraft Corporation (BAC) para a Royal Air Force (RAF) no final dos anos 50 e início dos anos 60, o TSR-2 foi projetado para penetrar áreas bem defendidas com armas nucleares ou convencionais.

Outra missão pretendida era fornecer imagens fotográficas e inteligência de sinais e reconhecimento aéreo em alta altitude e alta velocidade empregando um radar de busca lateral.

Somente uma aeronave voou e realizou voos de teste, mas seu peso aumentou durante o projeto e as especificações planejadas tiveram que ser reduzidas.

Com a decisão controversa em 1965 de cancelar o programa, decidiu-se encomendar uma versão adaptada do General Dynamics F-111, mas essa decisão foi posteriormente revogada à medida que os custos e o tempo de desenvolvimento aumentaram.

Os substitutos incluíram o Blackburn Buccaneer e o McDonnell Douglas F-4 Phantom II, mas finalmente foi adotado o Panavia Tornado, de asa de geometria variável, desenvolvido por um consórcio europeu para atender a requisitos semelhantes ao TSR-2.

Alta performance

O protótipo do TSR-2 fez seu primeiro voo em 27 de setembro de 1964. A aeronave demostrou grande potencial e foi elogiada pelos seus pilotos.

Ele podia alcançar uma razão de subida de 15.000 pés por minuto e alcançar alvos a 1.300 km de distância sem reabastecimento.

O avião podia levar uma carga de armas de 2.700 kg em sua baia interna mais 1.800 kg de armas externamente.

Seria equipado com um radar “terrain-following” e sensores infravermelhos, para ataques de precisão em qualquer tempo, além de um computador central e um Head Up Display (HUD).

Das 49 aeronaves planejadas para a primeira etapa do programa, somente 3 foram construídas.

O único TSR-2 a voar registrou 13 horas e 9 minutos no ar antes do cancelamento do programa.

Acredita-se que o TSR-2 poderia ter uma performance de combate superior à do General Dynamics F-111.

Características gerais

  • Tripulação: 2
  • Comprimento: 27 m
  • Envergadura: 11,3 m
  • Altura: 7.2 m
  • Área da asa: 65,30 m2
  • Peso vazio: 24.834 kg
  • Peso bruto: 36.094 kg
  • Peso máximo de decolagem: 46.947 kg
  • Propulsão: 2 × motores turbojato Bristol Siddeley B.Ol.22R Olympus Mk.320 de 22.000 lbf (98 kN) de empuxo seco e 30.610 lbf (136,2 kN) com pós-combustor
  • Velocidade máxima: Mach 2.35 (M1.1 ao nível do mar)
  • Alcance máximo: 4.600 km (2.500 mn)
  • Alcance de combate: 1.360 km
  • Teto de serviço: 40.000 pés (12.000 m)
  • Taxa de subida: 15.000 pés/min (76 m/s)
  • Razão empuxo/peso: 0,59