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terça-feira, 30 de abril de 2024

Modelo 1600: a proposta do F-16 da General Dynamics e da Vought para a Marinha dos EUA

 

A competição entre o YF-16 e o YF-17 no programa Light Weight Fighter (LWF) da Força Aérea dos EUA (USAF) e a subsequente proposta do YF-16 para o programa Navy Air Combat Fighter (NACF) da Marinha dos EUA destacam como as necessidades específicas de cada força armada influenciam o desenvolvimento e a escolha de aeronaves de combate. No final da década de 1970, a USAF lançou o programa LWF visando um caça mais leve e ágil para complementar o caças mais pesado F-15 Eagle.

O YF-16, desenvolvido pela General Dynamics, emergiu como um dos principais concorrentes no LWF, impressionando pela sua manobrabilidade e eficiência, o que levou à sua escolha pela USAF. O design incluía um cockpit tipo bolha, controles de voo eletrônicos fly-by-wire e uma configuração aerodinâmica avançada.

YF-16 e YF-17

Para a competição na Marinha, o YF-16 foi adaptado em um projeto colaborativo entre a General Dynamics e a Vought, conhecido como Vought Model 1600. A Vought, que já havia projetado os bem-sucedidos F-8 Crusader e A-7 Corsair II para a Marinha, propôs modificações que incluíam reforços estruturais para suportar operações em porta-aviões. Se selecionado, a Vought teria produzido a versão naval do F-16.

Modelo 1601 com melhorias

Contudo, apesar da proposta robusta do Modelo 1600, a Marinha dos EUA tinha preocupações quanto à capacidade do F-16 modificado de atender plenamente às demandas de operações navais, que exigiam não só uma estrutura capaz de suportar decolagens e pousos por catapulta e arresto, mas também capacidade de manobra em baixas velocidades para operações em porta-aviões.

Terceiro protótipo do F/A-18 Hornet pousa no porta-aviões USS America (CV-66), em testes no mar em 01/11/1979

O YF-17, projetado pela Northrop, com maior robustez e dois motores, apresentava-se como uma solução mais adequada para esses requisitos. Isso levou à escolha do YF-17 para desenvolvimento posterior, evoluindo para o F/A-18 Hornet, que combinava a robustez necessária com a flexibilidade para realizar missões de combate aéreo e ataque ao solo.

Em seu livro “Aircraft Carriers at War: A Personal Retrospective of Korea, Vietnam, and the Soviet Confrontation”, o ex-Chefe de Operações Navais, Almirante James L. Holloway, explicou como ele defendeu o F/A-18, que era a preferência da Marinha. Holloway escreveu que já havia enfrentado membros do Congresso que queriam impor o F-16 à Marinha: “Eu testemunhei que a Marinha não estava interessada em um caça que só pudesse entrar e sair de um porta-aviões por meio de um guindaste, não importa o quão barato ele custasse.”

Enquanto isso, o F-16, sob a denominação Fighting Falcon, consolidou-se como uma das principais aeronaves da Força Aérea, evidenciando a importância de desenvolver aeronaves que atendam especificamente às necessidades de cada ramo das forças armadas.

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