No dia 21 de setembro foram realizados os últimos voo do Boeing 727 no Brasil, quando a empresa Total Cargo encerrou suas operações com as icônicas aeronaves trijato, após 54 anos de operações contínuas no país.
As aeronaves 727, de prefixos PR-TTO e PR-TTW, realizaram suas derradeiras missões de transporte de carga, finalizando um processo de desativação que já estava em andamento desde a chegada dos novos Boeing 737-400F, recebidos em agosto. De acordo com a Total Linhas Aéreas, os PR-TTO e PR-TTW continuarão suas operações com novos operador
A última aeronave, o Boeing 727-200 com prefixo PR-TTP, permanece estacionada no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Com 46 anos de uso, a aeronave teve seus sistemas danificados após ser atingida por uma enchente em maio, quando a água submergiu seu trem de pouso e comprometeu seus sistemas eletrônicos.
Embora tenha sido movida para outra área do aeroporto, seu futuro ainda é incerto e especula-se que poderá ser desmontada. A Total Cargo não confirma oficialmente essa possibilidade.
O PR-TTP era um dos raros trijatos em operação no Brasil e fazia parte da frota da Total Cargo, que realizava voos noturnos ligando diversas capitais para o transporte de cargas de grandes clientes, como Petrobras, Correios e Banco Central.
A empresa de carga aérea anunciou recentemente em suas redes sociais que encerrou o uso dos Boeing 727 no país, sendo a última companhia a operar esse modelo, apelidado de “Cadillac do ar” por sua robustez e conforto.
Os últimos voos dos Boeing 727 da Total Cargo ocorreram em 20 de junho. A frota contava com duas aeronaves ativas além do PR-TTP, que foi danificada na enchente. Em uma mensagem compartilhada pela empresa, o texto remonta à história do PR-TTP, que originalmente foi utilizado para transporte de passageiros e, mais tarde, foi convertido em cargueir
Ao longo dessas cinco décadas, o Boeing 727 operou de forma ininterrupta, com apenas dois acidentes fatais registrados — o voo 303 da Transbrasil em 1980 e o voo 168 da Vasp em 1982. Reconhecido por revolucionar o transporte aéreo, o 727 foi um projeto inovador que resistiu às flutuações de mercado, aos aumentos no preço do combustível e às mudanças tecnológicas, provando sua longevidade e eficiência.
O 727 atraiu investimentos consideráveis de empresas especializadas em tecnologias para a instalação de hush-kits (silenciadores) e até em reconfigurações de motores, visando prolongar sua vida útil.
Há ainda um quarto Boeing 727-200 no país, de prefixo PR-IOC, que pertenceu à Rio Linhas Aéreas (hoje extinta). Após anos fora de operação, foi levado a Brasília para uma revisão completa, com a intenção de retornar aos céus com as cores da Asas Linhas Aéreas. No entanto, o processo de manutenção não foi concluído, e a aeronave segue parada.
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