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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Boeing pagará mais de R$ 800 milhões à Embraer após deixar parceria

Empresas estavam em meio a um processo de arbitragem desde 2020 quando a Boeing abandonou uma joint venture pela divisão de aviões comerciais da fabricante brasileira
Boeing e Embraer: joint venture cancelada em 2020
Boeing e Embraer: joint venture cancelada em 2020 


 A Embraer e a Boeing chegaram a um acordo após um longo processo de arbitragem motivado pelo fim do projeto de joint venture na divisão de aviões comerciais da fabricante brasileira.

Segundo a Embraer, a Boeing concordou em pagar US$ 150 milhões (cerca de R$ 830 milhões) por ter abandonado a transação que previa o pagamento de US$ 4,2 bilhões para ficar com 80% dos negócios da aviação comercial, formado pelos E-Jets.

Em nota, a Boeing afirmou que estar satisfeita “por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer. De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira.”

O fim da parceria ocorreu em abril de 2020, logo após o início da pandemia e quando a Boeing já enfrentava graves problemas envolvendo o 737 MAX, na época com todas as aeronaves aterradas no mundo.

Boeing Brasil -Commercial seria o nome da nova empresa

Boeing Brasil -Commercial seria o nome da nova empresa

O processo de arbitragem começou logo em seguida, com a gigante dos EUA alegando que a Embraer não havia cumprido as condições previstas enquanto a empresa brasileira.

Em um comunicado aos seus acionistas, a Embraer revelou ter fechado um “acordo de colarinho” para encerrar a disputa.

Relembre o assunto

A Boeing e a Embraer começaram as conversas para um possível união de seus negócios em 2017 logo após a Airbus comprar o programa de jatos comerciais C Series, da Bombardier.

Após discussões ficou acertado que a Boeing pagaria US$ 4,2 bilhões para ficar com 80% das ações da nova empresa que seria responsável pelas aeroanves comerciais da Embraer como o E175 e os novos jatos E2.

Haveria também uma parceria em relação ao transporte tático C-390 Millennium.

A Embraer então iniciou um complexo processo de separar toda a divisão de aviação comercial do seu negócio, além de pausar vários desenvolvimentos à espera da fusão.

Jato E195-E2 da Embraer
Jato E195-E2 da Embraer

Em abril de 2020, pouco antes de vencer o prazo para que a transação fosse assinada, a Boeing veio a público afirmar que a Embraer não havia cumprido sua parte.

“A Boeing trabalhou diligentemente por mais de dois anos para finalizar sua transação com a Embraer. Nos últimos meses, tivemos negociações produtivas, mas, no fim das contas, malsucedidas sobre condições não satisfeitas do MTA (Master Transaction Agreement). Todos nós almejávamos resolver isso até a data de término inicial, mas isso não aconteceu”, disse Marc Allen, que liderou o processo na época.

A Embraer rechaçou as insinuações afirmando que havia cumprido todo os passos previstos e que a Boeing estava “fabricando pretextos” para deixar negócio.

Desde então, a empresa brasileira fez o caminho inverso ao reassumir a divisão de aviões comerciais e avançar com aprimoramentos em seu portfólio.

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