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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O revolucionário Mikoyan Gurevich MiG-31 ‘Foxhound’

 

MiG-31

Por Sérgio Santana*

Com o avanço da tecnologia soviética de mísseis superfície-ar durante a década de 1960 (demonstrada principalmente com o abate do Lockheed U-2 pilotado por Francis Gary Powers no início daqueles anos), as forças aéreas da OTAN concentraram-se cada vez mais em táticas e sistemas de armas para ataque de baixo nível que prometiam ser altamente eficazes para penetrar nas defesas aéreas adversárias, a exemplo do Rockwell B-1 e dos mísseis de cruzeiro Tomahawk. Em resposta, os soviéticos investiram muito esforço na construção dessas defesas, principalmente onde não havia possibilidade de instalar radares terrestres. Depois de considerar várias opções diferentes, em 1968 o trabalho foi autorizado em uma continuação da série de interceptadores Mikoyan Gurevich MiG-25.

A aeronave aprimorada deveria fornecer um aumento geral na capacidade e eficácia sobre o “Foxbat”. O Mikoyan OKB considerou projetos mais radicais para atender aos requisitos desde o início, incluindo configurações de asa de geometria variável e asas delta, mas decidiu que seria mais eficaz manter o arranjo básico do MiG-25 e dar-lhe uma revisão completa.

A investigação do OKB levou a um pedido de desenvolvimento completo e dois protótipos, com o esforço de design conduzido por uma equipe sob o projetista Gleb Lozino-Lozinsky. O primeiro protótipo “Ye-155MP” realizou seu voo inicial em 16 de setembro de 1975, com Aleksandr Fedotov nos controles, e o segundo em maio de 1976.

Viktor Belenko (no texto publicado recentemente no Poder Aéreo) mencionou o novo interceptador durante seu interrogatório pela inteligência ocidental, descrevendo um “Super Foxbat”, com dois assentos, uma fuselagem reforçada para voo de baixa altitude e um poderoso radar look-down/shoot-down. Detalhes exagerados vazados na imprensa ocidental levaram a um romance technothriller best-seller, “FIREFOX”, de Craig Thomas, envolvendo um supercaça soviético com desempenho de Mach 6 e controle mental direto sobre os seus sistemas, publicado em 1977; que por sua vez, originou o filme homôninmo estrelado por Clint Eastwood cinco anos depois.

O trabalho no que se materializaria num total de oito máquinas de pré-produção começou na fábrica em Gorky em 1977. Em fevereiro do ano seguinte, um satélite espião norte-americano confirmou a confissão de Belenko sobre as capacidades do novo MiG: dez alvos voando a altitudes entre 1.400m e 9.600m foram detectados por um MiG-31 voando a 5.000 metros

Os testes continuaram até a autorização formal em 1981 para a produção total do que originalmente seria designado como “MiG-25MP”, mas emergiu como “MiG-31”. O tipo entrou na linha de frente do serviço PVO em 1982, substituindo o Tupolev Tu-128 Fiddler.

A OTAN atribuiu ao MiG-31 o nome de “Foxhound”, designação de uma raça canina de olfato extremamente apurado. O Ocidente finalmente conseguiu boas fotos do MiG-31 em 1985, quando um piloto de F-16 norueguês interceptou um sobre o Mar de Barents e tirou algumas fotos dele.

Detalhes Técnicos

O MiG-31 era claramente um derivado do MiG-25; eles eram semelhantes o suficiente para os dois serem confundidos em um olhar casual. Ambos eram aeronaves bimotoras com entradas de ar de configuração igual, asas enflechadas montadas no alto, caudas duplas e barbatanas ventrais.

A primeira diferença visível foi que o MiG-31 foi construído desde o início como uma aeronave de dois lugares. Os soviéticos finalmente decidiram que uma abordagem totalmente controlada pelo solo para a defesa aérea era muito inflexível e, portanto, o MiG-31 foi projetado para ser capaz de caçar e lutar da forma mais independente possível, com um tripulante no assento traseiro direcionando o piloto para alvos usando um conjunto de sensores muito melhorado e controle dos sistemas de armas.

Os dois tripulantes em tandem (embora a equipe de design também tenha considerado um arranjo lado a lado, como no contemporâneo Sukhoi Su-24 “Fencer”) acomodados em canopis individuais, sentavam-se nos assentos ejetáveis Zvezda K-36DM “zero-zero” (velocidade zero, altitude zero), que tinham almofadas de massagem embutidas para manter a tripulação mais confortável em longas missões de patrulha. O cockpit traseiro, apresentava um conjunto simples de controles de voo e um periscópio retrátil, para permitir que o seu ocupante conduzisse a aeronave em caso de emergência, bem como para fornecer treinamento de voo sem uma variante de treinamento especializada.

As asas do MiG-31 também eram visivelmente diferentes das do MiG-25, com extensões de raiz do bordo de ataque (as “LERX”, do inglês Leading Edge Root eXtension, instaladas para favorecer a sustentação em curvas fechadas e altos ângulos de ataque) e seção transversal mais fina. Cada asa apresentava slats de bordo de ataque de quatro seções; slats de bordo de fuga traseira de duas seções; e flaperons externos. Os flaps de ponta se desdobravam automaticamente em baixas velocidades e eram usados para manobras de combate.

A fuselagem e as entradas do motor foram projetadas para contribuir para a sustentação, com estas apresentando uma rampa de entrada móvel superior e outra de entrada móvel inferior, além de existirem portas auxiliares de admissão de ar no topo das entradas. A fuselagem redesenhada, apresentando mais titânio e liga de alumínio do que no MiG-25, também apresentava maior capacidade de combustível, indo para 18.500 litros em 13 tanques distribuidos também nas asas e mesmo nas derivas. Os freios aerodinâmicos foram instalados sob as entradas do motor e à frente das portas do trem principal.

O trem de pouso também era totalmente novo. A unidade de rodas duplas do nariz foi movida mais para frente em relação ao MiG-25, retraindo-se para trás, e o trem principal apresentava duas rodas, dispostas em tandem, mas deslocadas, assim evitando que a roda traseira seguisse o sulco criado pela roda dianteira ao rolar sobre neve ou lama. O MiG-31 usa paraquedas de freio duplos cruciformes, guardados em uma carenagem entre e acima dos escapamentos do motor.

Para cumprir o requisito de patrulhas de longo alcance, a motorização da nova aeronave fica a cargo de motores turbofans de consumo reconhecidamente mais econômico que os turbojatos, os Soloviev/Aviadvigatel D-30F6 (que impulsiona aeronaves comerciais soviéticas, como o Ilyushin Il-62 “Classic”) cada um fornecendo empuxo seco máximo 9.270kg aumentando para 15.510kg em regime de pós-combustão.

A principal arma do Foxhound é o grande míssil Bisnovat “R-33” (NATO “AA-9 Amos”) de guiagem por radar ativo, da mesma classe e muito parecido visualmente com o Hughes AIM-54 Phoenix usado no Grumman F-14 Tomcat, o que levou algumas fontes a sugerirem que o R-33 é na verdade, em menor ou maior grau, uma cópia do Phoenix, com os detalhes do projeto obtidos de amostras do Phoenix repassadas ao Irã após a Revolução Islâmica naquele país. O MiG-31 poderia transportar quatro R-33s em recessos sob a fuselagem, em um arranjo semelhante ao usado pelo Tomcat para transportar seus AIM-54. Para o lançamento, um R-33 é baixado em dispositivo acionado hidraulicamente. Todos os quatro mísseis podem ser lançados em salva, cada um buscando um alvo individual.

O Foxhound tem quatro pilones sob as asas, embora aparentemente os primeiros exemplares tivessem apenas dois, que poderiam ser usados para transportar os R-40TM/AA-6 Acrid de médio alcance ou os R-60M/AA-8 Aphid de curto alcance. Uma das configurações típicas era de quatro R-33s sob a fuselagem e dois ou quatro R-60s sob as asas, ou três R-33s sob a fuselagem, a quarta posição sendo ocupada por um pod controlador para dois R-40s sob as asas.

Um tanque externo de 2.500 litros pode ser transportado por cada pilone externo. Apesar de ser um sistema de armas notavelmente para combates BVR, o MiG-31 aproveita-se das já mencionadas LERX para combater a curtas distâncias, o que é demonstrado pelo fato de a aeronave ser armada com um canhão Gryazev Shipunov GSh-6-23 de seis canos e 23 milímetros montado em uma carenagem logo atrás da porta do seu trem de pouso principal direito. O canhão tem cadência de 8.000 tiros por minuto, estando carregado com 260 projéteis.

Os aviônicos foram significativamente melhorados. O sensor principal era o SBI-16 (S-800) “Zaslon” (NATO “Flash Dance”) de varredura eletrônica, o primeiro sistema deste tipo a equipar uma aeronave de combate, com cobertura de 120 graus; alcance máximo de detecção de 210 quilômetros e alcance máximo de rastreamento de 120 quilômetros. O radar podia rastrear dez alvos e engajar quatro deles ao mesmo tempo, com os alvos priorizados pelo computador de missão do interceptador. Um IRST TP-8 semi-retrátil também foi instalado como sensor passivo, com alcance de 40km. Ambos foram conectados a um computador digital de controle de fogo Argon-15.

Cockpit dianteiro e traseiro do MiG-31

Embora o MiG-31 fosse projetado para operação autônoma, também poderia ser direcionado semi-automaticamente pela rede de orientação automática baseada em solo AK-RLDN, usando o da aeronave e o link de comando Raduga-Bort MB. O datalink digital APD-518 lhe daria conexão com uma aeronave AWACS Ilyushin A-50 “Mainstay” ou com outras aeronaves (incluindo MiG-23/25/29 Su-27/30), bem como permitiria que esquadrilhas de quatro MiG-31s cooperem sob o controle de um líder, cobrindo uma faixa de espaço aéreo de 900 quilômetros de largura. O líder de vôo poderia direcionar seus três companheiros para alvos específicos sob silêncio eletrônico.

O MiG-31 apresentava outros aviônicos aprimorados, incluindo rádios atualizados; RHAWS SPO-15; e particularmente um sistema de navegação NK-25, com receptores para o sistema de rádio navegação de médio alcance Tropik, similar ao LORAN norte-americano, e o sistema de rádio navegação de longo alcance Marshrut , similar ao Omega dos EUA. Uma das motivações para tal extenso equipamento de navegação era permitir que o Foxhound patrulhasse profundamente o espaço aéreo do Ártico em busca de aeronaves lançadoras de mísseis de cruzeiro. Voos de teste incluíram surtidas nas profundezas do Ártico, incluindo uma que sobrevoou o Pólo Norte em 1987.

As versões do Foxhound

Um MiG-31 soviético exposto pela primeira vez no Paris Air Show em 1991

Em 1985, a segurança soviética prendeu Adolf Tolkachev, chefe do escritório de design de radar Phazotron, por repassar segredos para o Ocidente. Descobriu-se que desde o fim dos anos 1970 Tolkachev havia comprometido os sistemas de radar da maioria das aeronaves de combate de primeira linha da URSS. No ano seguinte Tolkachev foi executado, mas o estrago já estava feito: o radar do MiG-31 havia sido comprometido, permitindo que fosse neutralizado por meio de contramedidas.

Apesar disso, o MiG OKB já vinha trabalhando em melhorias para o Foxhound e surgiu com uma nova variante da aeronave, o “MiG-31B”, que apresentava um novo radar Zaslon com alcance aprimorado e contra-contramedidas, bem como outros aviônicos atualizados, incluindo processadores digitais modernizados; além de suporte aprimorado para os mísseis R-33S de ogiva nuclear e a instalação do receptáculo de reabastecimento em voo como equipamente padrão.

O MiG-31B entrou em produção em 1990. A fábrica de Gorkiy atualizou muitos MiG-31 de produção inicial para o mesmo padrão, com essas máquinas recebendo a designação “MiG-31BS”.

Houve várias modificações e variantes menores e propostas do Foxhound. Um dos primeiros MiG-31 foi usado para tarefas de teste no centro de voo de Zhukovsky e recebeu a designação de “MiG-31LL”, o “LL” significa “letuchaya laboritoriya (laboratório voador)” – um sufixo comum para aeronaves de teste soviéticas.

Sob o programa “Kontakt” (contato), dois MiG-31s especializados foram construídos em 1987 como portadores de um míssil antissatélite (ASAT) 79M6, imitando um programa ASAT contemporâneo dos EUA que usava um McDonnell Douglas F-15. Esses dois Foxhounds, designados MiG-31D, apresentavam pontas de asas verticais triangulares, como aquelas instaladas em alguns protótipos do MiG-25, neste caso destinadas a fornecer estabilidade de voo aprimorada na atmosfera rarefeita das grandes altitudes para lançamentos de mísseis. Um único grande míssil seria transportado sob a fuselagem, e um radar especial voltado para cima e um sistema de controle de fogo de interceptação associado seriam instalados nas máquinas de produção. O programa foi suspenso na década seguinte, para ser ressuscitado no final da mesma como a proposta “MiG-31A”, com a aeronave sendo usada para lançar um pequeno satélite com carga útil de até 100 quilos em órbita, em vez de um Interceptador ASAT.

Este programa também não avançou, mas em 2005 uma colaboração de organizações russas e cazaques anunciou que um programa para realizar lançamentos espaciais com o MiG-31 havia sido iniciado com o apoio dos governos de ambos os países. Um propulsor de combustível sólido denominado “Ishim”, em homenagem a um rio que atravessa a Rússia e o Cazaquistão, seria projetado e construído como parte do programa, com o Ishim capaz de colocar um satélite de 160 kg em órbita baixa da Terra.

O MiG OKB exibiu uma variante de caça multifuncional do MiG-31B no Paris Air Show em 1995. Esta máquina foi designada como “MiG-31F”, com “F” significando “frontovoy” (“tático”), sendo equipada para o lançamento de armas ar-superfície, particularmente para a função SEAD.

O MiG OKB propôs um interceptador “MiG-31E” para o mercado de exportação, que era essencialmente um MiG-31B com aviônicos rebaixados do padrão. Um ou dois protótipos foram construídos. A organização MiG apresentou propostas aprimoradas de exportação, mas assim como no caso do MiG-31F, o MiG-31E não atraiu compradores.

MiG-31BM e MiG-31K, as mais novas versões do Foxhound

Atualmente, as mais novas versões do Foxhound são a MiG-31BM e a MiG-31K. O MiG-31BM foi revelado em janeiro de 1999 como uma versão atualizada do já mencionado MiG-31B, que só entraria oficialmente em serviço com a então Força Aérea da Federação Russa (hoje redesignada Força Aeroespacial da Federação Russa) em outubro daquele ano.

O MiG-31B “58” foi o primeiro MiG-31BM, iniciais em russo para “Grande Modernização”. Mudanças na direção do projeto determinaram que ele reaparecesse dois anos depois, embora a aeronave só voasse pela primeira vez em 2005, seguido por mais dois exemplares (“59” e “60”), que completaram o conjunto de alterações do modelo BM, que deviam ser aplicadas a 125 exemplares do MiG-31B entre 2007 e 2018.

Os dois primeiros MiG-31BM concluídos foram entregues em 2008 para a conversão inicial de tripulantes.

Cockpit dianteiro e traseiro do MiG-31BM

O seu sistema de controle de fogo, “Zaslon-AM”, é composto pelo radar aperfeiçoado 8BM de varredura eletrônica passiva, computador Baget 55-06-08 e rastreador de infravermelho 8TK, também presente no MiG-31B, este sendo o dispositivo primário de detecção de alvos, permitindo que a tripulação do “Foxhound” somente acione o seu radar quando julgar necessário. Considerando o ambiente do Ártico, onde a emissão de radiação infravermelha destaca-se em meio às temperaturas extremamente baixas, o emprego do 8TK confere uma vantagem considerável ao MiG-31BM.

O radar 8BM, do tipo Doppler e alta frequência de repetição de pulso, com ângulo de varredura em azimute de ± 60 graus e elevação de ± 35 graus, possui alcance máximo de 320 km e capacidade de rastrear, detectar, identificar e acompanhar exclusivamente alvos aéreos a 280km (no total de 24 e a seguir e atacar oito deles ao mesmo tempo). Seus modos operacionais incluem capacidade de neutralização de alvos nos hemisférios dianteiro, traseiro, acima (look up) e abaixo (look down) da altitude de voo da aeronave; iluminação e transmissão de rádio-correção da trajetória dos alvos aéreos com comandos para controlar mísseis semiativos; identificação amigo/inimigo; operação sob contra-contramedidas eletrônicas e ataque por medição das coordenadas de um interferidor (jammer).

O MiG-31BM também recebeu uma nova suite de guerra eletrônica, a Kret L370K1 “Vitebsk”, um equipamento já instalado ou em previsão de equipar uma variada gama de aeronaves como os helicópteros Mil Mi-8 “Hip”, Mi-26 “Halo”, Mi-28 “Havoc”, Kamov Ka-52 “Hokum-B” e os transportes Antonov An-72 “Coaler”, An-124 “Condor”, Ilyushin Il-76/476 “Candid”, Il-78 “Midas” e Il-112V.

MiG-31BM com mísseis R-77

O equipamento permite o rastreio, a identificação e acompanhamento de ameaças que resultem em misseis disparados dentro de um raio de centenas de quilômetros, sejam guiados por calor ou laser, o que em seguida vai determinar a contramedida ativa a ser acionada. Seu principal subsistema é o interferidor digital L-370-3S, projetado para destruir misseis guiados a laser e por infravermelho.

Com relação ao seu armamento, o MiG-31BM conservou o canhão GSh-6-23. Em adição ao seu canhão, o novo “Foxhound” pode ser armado com os seguintes mísseis: quatro Vympel K-37M/RVV-BD (AA-13 “Arrow”/”Axehead”/”Andi”), que possuem sistema de guiagem por comandos de rádio/inercial e depois por radar ativo, alcance de até 398 km contra alvos voando entre 15 e 25.000 metros de altitude e manobrando a 8G’s, a serem destruídos por sua ogiva de 60kg detonada por proximidade ou por contato direto; quatro (ou dois) Vympel K-77-1/R-77-1 (AA-12 “Adder”), com o mesmo sistema de guiagem do K-37M, mas alcance entre 300 metros e 110 km, contra alvos voando em todas as direções, entre 20 e 25.000 metros de altitude e manobrando a até 12G, a serem destruídos por sua ogiva de 22.5kg detonada também por proximidade a laser e contato direto; e, finalmente, quatro (ou dois) Vympel R-73 (AA-11 “Archer”), guiados por radiação infravermelha emitida pelo alvo, com alcance entre 300 metros (contra alvos no hemisfério traseiro) e 30.000 metros (alvos no hemisfério dianteiro), contra alvos voando entre 20 metros e 20.000 metros de altitude, manobrando a até 12G, a serem neutralizados por sua ogiva de 8 kg, detonada por proximidade a laser ou radar.

Em comparação ao MiG-31B do qual é derivado, o modelo BM tem comprimento maior (22.67m contra 21.62m), altura menor (6.10m contra 6.50m) e peso máximo de decolagem mais elevado (48.200kg contra 46.750kg). Mas ambos mantêm os dados de desempenho: velocidade máxima de 3.000km/h (Mach 2.83) em grande altitude e 1.500km/h (Mach 1.22) ao nível do mar. As duas aeronaves podem atingir e sustentar velocidade supersônica de cruzeiro de 2.500km/h (Mach 2.35) voando a 18.000m e cobrindo uma distância de 720km ou 900km/h (Mach 0.73) deslocando-se a 10.000m por uma distância de 1.450km. Com dois tanques subalares o “Foxhound-B” tem alcance de 3.000km, que pode ser ampliado para 5.400km com um reabastecimento em voo. O teto operacional é superior a 25.000m.

Quanto ao MiG-31K, um protótipo para o projeto foi convertido de um MiG-31B ou MiG-31 (izdeliye 01DZ) codificado como “06 Red”, fazendo seu primeiro voo em 31 de maio de 2006 com uma tripulação RSK MiG (piloto Mikhail Belyayev e WSO Stanislav V. Gorbunov). A aeronave tinha um par de cabeças de pitot em forma de L sob o nariz logo atrás do radome e duas antenas dorsais circulares de tamanho desigual. A antena maior montada próxima da entrada de ar era para o receptor PPA-5/V-4 SATNAV/LORAN, enquanto a pequena antena à frente do para-brisa da cabine era para o A-737 SATNAV/GLONASS. Os pilones de canhão e asa foram excluídos, mas os racks ejetores AKU-410 foram mantidos.

O protótipo MiG-31B de propriedade da RSK MiG, “592 Blue” (c/n N38400160188, f/n 01-5902) também foi convertido sob o programa MiG-31K; foi esta aeronave que estrelou o vídeo acima mencionado. Mais tarde, dez MiG-31BMs em serviço codificados de “89 Red” a “93 Red” e “95 Red” a “99 Red” foram convertidos para o padrão MiG-31K, iniciando a avaliação operacional no 929º GLITs em 1º de dezembro de 2017. Aqui, o a situação foi invertida: os racks ejetores foram excluídos, tornando o MiG-31K incapaz de carregar AAMs, mas o canhão foi mantido.

Em 9 de maio de 2018, a nova versão fez sua estreia pública quando os MiG-31Ks “92 Red” e “93 Red” carregando mísseis Kinzhal participaram do desfile anual do V-Day. Em meados de julho de 2018, os dez MiG-31Ks haviam registrado mais de 350 voos e mais de 70 com reabastecimento em voo.

MiG-31 com míssil Kinzhal

Em abril de 2018, os MiG-31Ks começaram a patrulhar rotineiramente o Mar Negro e o Mar Cáspio como parte dos testes de serviço do Kinzhal, derivado do sistema superfície-superfície Iskander.

Eles precisavam de novos equipamentos de bordo em conexão com o “retreinamento” de um interceptador para um vetor de ataque. O radar foi removido do avião. Seu suprimento de combustível aumentou, o que permitiu aumentar o tempo de patrulha. A cabine foi redesenhada – sistemas para controlar novas armas foram instalados lá. Além disso, novos equipamentos de comunicação foram necessários para receber sinais de designação de alvo.

As características gerais e de peso do míssil levaram ao fato de que o centro de massa da aeronave mudou, ou seja, o MiG-31K se comporta de maneira um pouco diferente em voo do que um interceptador convencional. Por conta disso, foi necessário mudar o método de uso em combate e principalmente treinar os pilotos para decolar e pousar com um “produto” suspenso sob a fuselagem.

A aeronave tem peso vazio de 21,545 kg, peso de decolagem de 41,947 kg com o míssil acoplado e um raio de combate de 600 km; o raio de combate geral do sistema de armas é de 2.000 km.

Emprego operacional do MiG-31 Foxhound

Sendo um sistema de armas altamente especializado que iniciou a sua vida operacional ainda durante a existência da União Soviética, boa parte dos detalhes operacionais do Foxhound permanece em segredo, embora saiba-se por exemplo que de acordo com documentação oriunda de ex-tripulantes e compartilhada com o autor desse texto e bem ao contrário da crença generalizada, não foram poucas as vezes em que tripulações de MiG-31 interceptaram com sucesso aeronaves Lockheed SR-71A “Blackbird”, que só não foram abatidas porque tais tripulações não foram autorizadas a fazê-lo.

Mais recentemente, há relatos de emprego real do MiG-31K no conflito com a Ucrânia, no qual mísseis Kinzhal atingiram alvos adversários importantes, bem como existem informações de que o tipo abateu aeronaves ucranianas em combate aéreo.

Um total de 505 MiG-31s foi construído pela fábrica em Gorkiy até 1994.

MiG-31 continua sendo a espinha dorsal da aviação de defesa aérea da Rússia

 

O desenvolvimento do caça-interceptador MiG-31 começou no Mikoyan Design Bureau em 1968. O MiG-31 foi construído com base no esquema do MiG-25, mas com uma tripulação de duas pessoas — um piloto e um navegador-operador, sentados um atrás do outro. O protótipo do MiG-31 fez seu voo inaugural em 16 de setembro de 1975.

Desenvolvido sob a liderança de G.E. Lozino-Lozinsky, o interceptador foi o primeiro avião do mundo com um sistema de radar de matriz em fase, permitindo ao MiG-31 rastrear simultaneamente 10 alvos e atacar quatro deles. Além disso, o MiG-31 é uma das aeronaves mais rápidas da aviação mundial e, nos últimos anos, tornou-se um portador do míssil Kinzhal 9-A-7660 (também conhecido como Kh-47M2 Kinzhal). O MiG-31 entrou em serviço em 1981 e ainda é a base da aviação de defesa aérea de longo alcance da Rússia.

Em 1997, começaram os trabalhos de modernização do MiG-31BM, baseados na modificação MiG-31B, adotada em 1990. O elemento mais importante da modificação foi a atualização da estação de radar Zaslon-M. Nos anos 1980, a criação da primeira versão desse radar para o MiG-31 foi um avanço na aviação militar, sendo o primeiro radar de matriz ativa em fase instalado em um caça a jato. Atualizado para o MiG-31BM, o Zaslon-M possibilita detectar alvos aéreos a uma distância de até 320 quilômetros e abatê-los a até 280 quilômetros.

Um MiG-31 soviético exposto pela primeira vez no Paris Air Show em 1991

Nos cockpits dos pilotos, surgiram monitores LCD informativos, exibindo dados táticos, de navegação, radar e outras informações. A nova aviônica e a presença de um cockpit “glass” ampliaram as capacidades do MiG-31, tornando-o uma unidade de combate que interage eficazmente com sistemas de mísseis antiaéreos de defesa aérea. O MiG-31BM pode agora direcionar alvos aéreos com mísseis guiados lançados de outros caças, aproximando-se do inimigo na distância do lançamento de mísseis em modo de silêncio de radar.

A RSC MiG continua a trabalhar na extensão do recurso do MiG-31BM por vários milhares de horas de voo, permitindo que os interceptadores permaneçam em serviço por mais cerca de dez anos. A estrutura de titânio dos aviões construídos há cerca de 30 anos é praticamente inesgotável. Com o equipamento e armamento atualizados, o MiG-31BM continuará sendo utilizado pelas Forças Armadas da Rússia até que um substituto mais moderno esteja disponível.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Embraer apresenta jato E195-E2 em Belgrado, na Sérvia

 

Belgrado, Sérvia, 17 de setembro de 2024 – O E195-E2, o mais novo jato da Embraer, visitou hoje o Aeroporto Nikola Tesla para um evento de demonstração com a presença de representantes da Air Serbia, companhia aérea nacional do país, do Governo da República da Sérvia, da indústria aeronáutica e da mídia. Esta foi uma oportunidade para que os principais formadores de opinião do país conhecessem o design inovador, o conforto e a eficiência operacional da aeronave. O E2 é o jato de corredor único mais eficiente e silencioso do mundo, oferecendo uma solução altamente confiável e eficaz para voos de curta e média distância.

Para a Air Serbia, a companhia aérea que mais cresce na Europa, a modernização e expansão da frota representam um objetivo estratégico fundamental. Para atender à crescente demanda de passageiros por voos de curta e média distância, a companhia aérea está avaliando continuamente a possibilidade de expandir e de introduzir mais aeronaves em operação. A frota da Air Serbia foi ampliada recentemente com dois jatos da Embraer, que possibilitarão mais conectividade entre Belgrado e cidades na região dos Bálcãs Ocidentais e Europa, além de apoiar a promoção do crescimento econômico na República da Sérvia, especialmente no setor de turismo.

“A malha e a frota da Air Serbia estão em constante crescimento e vamos introduzir dois jatos Embraer E195 em breve na nossa operação. As aeronaves têm 118 assentos e são perfeitamente adequadas aos nossos planos de expansão da malha da Air Serbia. Planejamos aumentar gradualmente nossa frota de Embraer adicionando mais exemplares deste modelo. Antes de decidirmos pelo E195, trabalhamos de perto com a equipe da Embraer para encontrar a melhor aeronave para atender às nossas necessidades. Hoje, tivemos a oportunidade de nos familiarizar com o mais recente Embraer E195-E2 aqui em Belgrado, e recebemos todas as informações dos representantes da empresa. Estamos honrados com a oportunidade proporcionada pela Embraer e ficamos ainda mais satisfeitos pela demonstração ter sido realizada no nosso aeroporto local”, disse Boško Rupić, Diretor Comercial e de Estratégia da Air Serbia.

“O voo de demonstração foi uma excelente oportunidade para apresentar a eficiência operacional, os baixos custos de manutenção e a versatilidade dos jatos E2. Em meio a um mercado em constante mudança, a família E2 é a opção ideal para a Sérvia”, afirma Fernando Mainardi, Vice-Presidente de Vendas para Europa da Embraer Aviação Comercial. “Nossa aeronave é 10% mais leve e usa 12,5% menos combustível do que a concorrência. Os passageiros também poderão usufruir da configuração característica da Embraer com dois assentos de cada lado – ou seja, sem assentos no meio, além de compartimentos de bagagem maiores, iluminação ambiente e uma cabine mais silenciosa. Estamos entusiasmados com as oportunidades que o E2 oferece à Air Serbia enquanto ela continua a crescer e fortalecer sua posição na região.”

Para as companhias aéreas que operam o Embraer E195-E1, a transição da tripulação para o E195-E2 é econômica e de fácil gerenciamento. Apesar de serem de gerações diferentes, apenas dois dias e meio de treinamento adicional são necessários para que os pilotos façam a transição entre os modelos. Isso significa que a introdução do E2 não gera altos custos de treinamento ou impacto significativo nas operações.

Sobre a Air Serbia

Como orgulhosa sucessora da Aeroput e primeira companhia aérea nacional da Sérvia, a Air Serbia celebrou 95 anos de tradição em 17 de junho de 2022. A empresa ocupa a oitava posição na lista das companhias aéreas mais antigas do mundo ainda em operação. A empresa tem sido uma das líderes da aviação civil desde seu início e integra a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) desde 1961.

A Air Serbia opera sob seu nome atual desde 26 de outubro de 2013 e, com o novo nome e identidade, oferece um novo conceito de conforto a bordo em sua malha em expansão. Hoje, a companhia aérea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da aviação na Sérvia e na indústria de viagens e turismo locais. A prioridade da Air Serbia é proporcionar um serviço de qualidade excepcional aos passageiros. O principal objetivo é garantir o máximo conforto durante os voos, independentemente da classe de viagem.

No transporte de passageiros e de cargas, a Air Serbia atende mais de 90 destinos em voos regulares e de charter na Europa, no Mediterrâneo, na América do Norte, na Ásia e na África. Em cooperação com companhias aéreas parceiras, a Air Serbia também oferece voos para destinos internacionais na Ásia, na Austrália, na América do Norte e na África.

A frota da Air Serbia atualmente consiste em três aeronaves wide-body Airbus A330-200, 13 aeronaves narrow-body da família Airbus A320, dez aeronaves regionais turboprop ATR e duas aeronaves Embraer E-195.

Além do Aeroporto Nikola Tesla em Belgrado, a Air Serbia também voa a partir do Aeroporto Constantine the Great em Niš e do Aeroporto Internacional “Morava” próximo a Kraljevo.

Sobre a Embraer

Empresa aeroespacial global com sede no Brasil, a Embraer atua nos segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva, Defesa & Segurança e Aviação Agrícola. A Companhia projeta, desenvolve, fabrica e comercializa aeronaves e sistemas, além de fornecer Serviços & Suporte a clientes no pós-venda.

Desde sua fundação, em 1969, a Embraer já entregou mais de 9 mil aeronaves. Em média, a cada 10 segundos, uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo, transportando anualmente mais de 150 milhões de passageiros.

A Embraer é líder na fabricação de jatos comerciais de até 150 assentos e a principal exportadora de bens de alto valor agregado do Brasil. A empresa mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa.

DIVULGAÇÃO: Embraer

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

JetBlue apresenta nova identidade visual de suas aeronaves

 

Nesta quarta-feira (14), a companhia norte-americana JetBlue divulgou a nova identidade visual que suas aeronaves ostentarão. As cores ousadas e os padrões diferenciados elevam a nova pintura como um ícone no céu à medida que a JetBlue cresce e se expande para novos mercados, segundo a empresa.

A primeira aeronave a ostentar a nova identidade visual é um Airbus A321 de matrícula N382JB e recebeu o nome de batismo A Defining MoMint, fazendo um trocadilho com o novo momento da empresa partir da nova pintura e pela aeronave apresentar a classe executiva denominada Mint. A previsão é que o avião entre em operação amanhã (15).

“As pinturas sempre fizeram parte da nossa identidade. Quando você vê uma aeronave JetBlue – seja no solo ou no ar – queremos que os clientes nos reconheçam como uma marca de viagens que os move de maneira diferente de todos os outros. A nova pintura nos ajuda a nos destacar entre um céu de companhias aéreas antigas e é um reflexo impressionante de nosso papel como um disruptor que combina de forma única tarifas mais baixas e excelente serviço”, disse Jayne O’Brien, diretor de marketing da JetBlue.

De acordo com a companhia, a nova pintura apresenta:

  • Uma fuselagem azul que combina com a cor homônima da empresa;
  • Padrões de caudas marcantes que se mesclam com a fuselagem e barriga da aeronave;
  • Um logotipo JetBlue maior para representar o impacto ousado que essas aeronaves têm na indústria;
  • Winglets coloridos que adicionam um toque extra de diversão com uma paleta atualizada de cores de destaque;
  • O padrão da aeronave e o logotipo da JetBlue aparecem na barriga, tornando-a instantaneamente reconhecível pelos planespotters.

Total Linhas Aéreas agora é membro da ALTA

 



A Total Linhas Aéreas S.A. se une à Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA) como novo membro. Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC), entre janeiro e dezembro de 2023, a empresa levou 1.347 passageiros em voos charter. Além disso, a companhia transportou 21,1 mil toneladas de carga e obteve 6,4% de participação no mercado nacional em termos de receita por tonelada-quilômetro (RTK), tornando-se a quarta maior companhia aérea de carga do Brasil.

“Estamos muito entusiasmados em receber a Total Linhas Aéreas como novo membro de nossa associação. O Brasil é um mercado muito dinâmico, por isso o intercâmbio com as companhias aéreas brasileiras são de grande benefício para todos os associados da ALTA. A Total opera tanto voos nacionais quanto internacionais, atendendo principalmente empresas e organizações que necessitam de soluções logísticas e de transporte personalizado. Portanto, tem muito a contribuir para os comitês de trabalho e as iniciativas locais e regionais que implementamos em prol da indústria e de seus usuários”, afirma José Ricardo Botelho, diretor executivo e CEO da ALTA.

“Quando decidimos nos tornar membros da ALTA, foi devido ao nosso comprometimento em manter os mais altos padrões de segurança. Fazer parte da ALTA elevará a visibilidade e a confiança da empresa dentro da indústria da aviação. A empresa está comprometida em identificar oportunidades de colaboração que agreguem valor para si mesma, bem como para seus potenciais parceiros e clientes, fortalecendo sua posição competitiva”, explica Ademir Knop, presidente da Total Linhas Aéreas.

Em maio de 2024, o Brasil registrou um movimento de 7,2 milhões de passageiros e 61.600 voos no mercado doméstico. O país também teve um aumento significativo de 18% no tráfego de passageiros internacionais, transportando 1,9 milhão de pessoas durante o mês de maio e adicionando 563 frequências.

Este ano, a Total Linhas Aéreas apresentou sua nova identidade corporativa, refletindo seu compromisso contínuo com a inovação e a excelência no serviço. A empresa pretende continuar sua trajetória de crescimento em 2024 ao se unir à ALTA. A parceria visa reforçar sua rede de colaboração e compartilhar as melhores práticas da indústria da aviação, promovendo o desenvolvimento do transporte aéreo na região.

“Desde o final de 2023, com um novo grupo econômico e uma nova diretoria à frente, a Total Linhas Aéreas planeja integrar regiões ao retomar os voos de passageiros, atendendo à demanda e impulsionando o desenvolvimento socioeconômico. Esse compromisso visa não apenas facilitar o transporte de pessoas, mas também promover o intercâmbio comercial e social entre diferentes localidades, contribuindo assim para o crescimento e progresso”, destaca Knop.

Embraer participa de importante show aéreo na Indonésia

Destaques no Bali Air Show incluem a família de jatos E2, C-390 Millennium e Super Tucano


A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, apresentará produtos e soluções inovadoras de seu portfólio em Aviação Comercial, Defesa e Aviação Executiva na primeira edição do Bali Air Show, que acontece no Aeroporto Internacional Ngurah Rai, Indonésia, de 18 a 21 de setembro.

Modelos em escala das aeronaves de última geração da Embraer, como a família de jatos narrowbody E2 e o jato de transporte militar multimissão C-390 Millennium, estarão em exibição no estande da Embraer (B11, Hall B).

As aeronaves da Embraer já operam no país. A Força Aérea da Indonésia adquiriu uma frota de A-29 Super Tucanos e uma frota considerável de jatos executivos fabricados pela companhia operam no país do Sudeste Asiático. A PT Wira Jasa Angkasa (WJA) é o centro de serviços autorizado nomeado pela Embraer Aviação Executiva na Indonésia.

A família de jatos E2 é composta pelo E190-E2 e pelo E195-E2, jatos com capacidade para até 114 e 146 passageiros, respectivamente. Os jatos E2 são os mais silenciosos e eficientes em termos de combustível entre as aeronaves de corredor único produzidas atualmente. Além de ser mais eficiente e líder em sustentabilidade no segmento, a família E2 oferece uma autonomia de voo de mais de seis horas, com flexibilidade operacional para conectar novas rotas na região, tanto em cidades próximas quanto distantes. A Indonésia oferece um importante exemplo da conectividade proporcionada pela família E2: a Scoot, companhia aérea subsidiária da Singapore Airlines, iniciará voos em 28 de setembro de 2024 entre Singapura e o Aeroporto Internacional de Kertajati (KJT) operando os jatos E190-E2.

O C-390 pode transportar mais carga (26 toneladas) em comparação com outras aeronaves de transporte militar de médio porte e voa mais rápido (470 nós) e mais longe, sendo capaz de realizar uma ampla gama de missões, como transporte e lançamento de carga e tropas, evacuação médica, busca e resgate, combate a incêndios e missões humanitárias, operando em pistas temporárias ou não pavimentadas. A aeronave configurada com equipamento de reabastecimento ar-ar, com a designação KC-390, pode operar tanto como um tanque quanto como um receptor, neste caso também recebendo combustível de outro KC-390 usando pods instalados sob as asas.

A atual frota de C-390 em operação com a Força Aérea Brasileira e a Força Aérea Portuguesa acumulou mais de 14.000 horas de voo, com taxa de capacidade de missão de 93% e taxas de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando produtividade excepcional na categoria. 

Boeing pagará mais de R$ 800 milhões à Embraer após deixar parceria

Empresas estavam em meio a um processo de arbitragem desde 2020 quando a Boeing abandonou uma joint venture pela divisão de aviões comerciais da fabricante brasileira
Boeing e Embraer: joint venture cancelada em 2020
Boeing e Embraer: joint venture cancelada em 2020 


 A Embraer e a Boeing chegaram a um acordo após um longo processo de arbitragem motivado pelo fim do projeto de joint venture na divisão de aviões comerciais da fabricante brasileira.

Segundo a Embraer, a Boeing concordou em pagar US$ 150 milhões (cerca de R$ 830 milhões) por ter abandonado a transação que previa o pagamento de US$ 4,2 bilhões para ficar com 80% dos negócios da aviação comercial, formado pelos E-Jets.

Em nota, a Boeing afirmou que estar satisfeita “por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer. De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira.”

O fim da parceria ocorreu em abril de 2020, logo após o início da pandemia e quando a Boeing já enfrentava graves problemas envolvendo o 737 MAX, na época com todas as aeronaves aterradas no mundo.

Boeing Brasil -Commercial seria o nome da nova empresa

Boeing Brasil -Commercial seria o nome da nova empresa

O processo de arbitragem começou logo em seguida, com a gigante dos EUA alegando que a Embraer não havia cumprido as condições previstas enquanto a empresa brasileira.

Em um comunicado aos seus acionistas, a Embraer revelou ter fechado um “acordo de colarinho” para encerrar a disputa.

Relembre o assunto

A Boeing e a Embraer começaram as conversas para um possível união de seus negócios em 2017 logo após a Airbus comprar o programa de jatos comerciais C Series, da Bombardier.

Após discussões ficou acertado que a Boeing pagaria US$ 4,2 bilhões para ficar com 80% das ações da nova empresa que seria responsável pelas aeroanves comerciais da Embraer como o E175 e os novos jatos E2.

Haveria também uma parceria em relação ao transporte tático C-390 Millennium.

A Embraer então iniciou um complexo processo de separar toda a divisão de aviação comercial do seu negócio, além de pausar vários desenvolvimentos à espera da fusão.

Jato E195-E2 da Embraer
Jato E195-E2 da Embraer

Em abril de 2020, pouco antes de vencer o prazo para que a transação fosse assinada, a Boeing veio a público afirmar que a Embraer não havia cumprido sua parte.

“A Boeing trabalhou diligentemente por mais de dois anos para finalizar sua transação com a Embraer. Nos últimos meses, tivemos negociações produtivas, mas, no fim das contas, malsucedidas sobre condições não satisfeitas do MTA (Master Transaction Agreement). Todos nós almejávamos resolver isso até a data de término inicial, mas isso não aconteceu”, disse Marc Allen, que liderou o processo na época.

A Embraer rechaçou as insinuações afirmando que havia cumprido todo os passos previstos e que a Boeing estava “fabricando pretextos” para deixar negócio.

Desde então, a empresa brasileira fez o caminho inverso ao reassumir a divisão de aviões comerciais e avançar com aprimoramentos em seu portfólio.