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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Aviões turbo-hélice são seguros?

 Geração atual de aeronaves com esse tipo de motor possui uma série de equipamentos de voo e segurança que também são usados nos jatos


Não é em todo aeroporto que um avião com motores a jato consegue operar. O maior desafio não é nem o pouso, mas sim a decolagem. O motor a jato proporciona altas velocidades a aeronave em voo de cruzeiro, mas sua força de aceleração inicial ainda não é suficiente para decolar a partir de pistas curtas. Para um avião turbo-hélice é moleza, mas para alguns passageiros pode ser uma dureza…

No Brasil, esse tipo de aeronave voa principalmente para aeroportos de cidades pequenas, que normalmente não têm pistas com o tamanho adequado para jatos ou demanda de passageiros para a operação valer a pena. A principal companhia brasileira com esse tipo de aeronave no país é a Azul, que possui uma frota com mais 40 modelos ATR 72-600.

O ATR usado pela Azul é considerado a aeronave mais avançada dessa categoria no mundo. Mesmo assim, é um avião que desperta o medo em passageiros pelo simples fato dos motores com hélices.

“O ATR possui radar meteorológico, equipamentos de voo com telas digitais, controles automáticos. Todos esses recursos também são usados nos jatos. É um avião extremamente moderno e seguro”, contou o comandante Jacques Cardeal de Godoy Junior, que também é o gerente de operações e qualidade da Azul, em entrevista ao Airway.

Veja mais: Como funciona o motor turbo-hélice?

Voo diferente

Em relação ao motor a jato, a hélice proporciona maior tração no momento de aceleração inicial, no caso a decolagem. “Comparando com um automóvel, é como acelerar forte esticando a primeira marcha. Em ótimas condições, o ATR decola com metade da pista necessária para um jato”, compara Godoy.

No entanto, a hélice tem o que os pilotos chamam de “restrição de velocidade”. É como um carro muito bom em arrancadas, mas fraco em velocidade final. Jatos como o Embraer E190 e o Airbus A320 podem voar próximos dos 900 km/h, mas precisam de pistas mais longas. O ATR 72 alcança pouco mais de 500 km/h, mas aterra em pistas de 1,5 km.


O ATR 72 pode operar em aeroportos com pouca estrutura, como os de cidades pequenas (Mili99)

O ATR foi desenvolvido a pedido de companhias na Europa por aeronaves para os chamados “voos regionais”, que ligam grandes centros a cidades pequenas. Nesses casos, dependendo da demanda de ocupação e a estrutura aeroportuária disponível, não é preciso um avião de grande porte ou rápido, como um jato comercial. Desta forma, o turbo-hélice é uma necessidade do mercado e também um meio seguro do ponto de vista operacional.

Os aviões com motores turbo-hélice também voam em altitudes inferiores às dos jatos. Em voo de cruzeiro, o ATR 72 alcança cerca de 7.500 metros, enquanto um Boeing 737 ou um Airbus A320, viajam acima dos 10.000 metros. E entre essas altitudes, o comportamento da atmosfera apresenta algumas diferenças.

A regra é simples: quanto mais alto, menos denso é o ar e menor é a chance de ser acometido por uma turbulência. No entanto, voar em grandes altitudes é quase que uma exclusividade das aeronaves impulsionadas por motores a jato. O ATR, no caso, voa em uma faixa onde o ar pode ser mais “agitado”, por isso as viagens nesse tipo de avião costumam balançar mais, quando comparada a performance dos jatos.

“Na atmosfera mais baixa, o ar é um pouco mais agitado. Além disso, diferentemente dos jatos, o avião turbo-hélice demora mais para alcançar a altitude de cruzeiro, por isso fica mais exposto a essas condições”, explica o gerente da Azul.


A MAP voa para cidades no Amazonas, Pará e Rondônia com aeronaves ATR (MAP)

“Como todo projeto de aeronave comercial desse tipo, para ser homologado o ATR provou que podia voar com apenas um motor, no caso de uma emergência. Esse tipo de pane, porém, é muito rara de acontecer. De qualquer forma, o avião está preparado. Ao pé da letra, o aparelho pode voar nessa condição até ficar sem combustível. Mas antes disso ele já vai ter pousado em segurança”, conta o comandante Fabio Peres Fernandes, piloto de ATR na Azul há cinco anos.

Airbus com hélice

Os aviões da ATR (Avions de Transport Régional), empresa ítalo-francesa criada em 1981 pela Aérospatiale e a Aeritalia, atualmente lideram essa categoria e com larga vantagem. O sucesso foi tanto que despertou o interessa do Grupo Airbus, atualmente “dono” da empresa baseada na França. E isso foi ótimo para as aeronaves, que ficaram ainda mais avançadas.

As aeronaves da ATR são finalizadas e certificadas na fábrica da Airbus em Toulouse, na França, onde também são produzidos, por exemplo, os modelos das séries A320 e A350, além do “gigante” A380. E o critério de construção é o mesmo, não à toa os modelos com motor turbo-hélice estão entre os mais seguros da aviação, inclusive à frente de muitos jatos. A empresa já produziu cerca de 1.500 unidades.


O ATR 72-600 é considerado o avião mais avançado da categoria dos turbo-hélices comerciais (ATR)

Apesar da velocidade inferior, os voos comerciais do ATR normalmente são curtos. Nas rotas regionais, os trechos raramente cobrem distâncias maiores que 300 km, por isso nesse tipo de operação é comum o “pinga-pinga” de conexões. Entretanto, totalmente carregada (o ATR 72-600 pode decolar com 23 toneladas), a aeronave tem autonomia de voo para até 1.500 km.

Para os passageiros que reclamam dos turbo-hélices, a impressão que fica é de que viagem boa é aquela em que o avião não balança, embora casos de fortes turbulências sejam cada vez mais raros, mesmo nos ATR. Para quem gosta de avião, é a chance de voar em algo diferente.

Baixo custo

Um ATR 72-600 “zero km” custa cerca de US$ 25 milhões, quase um quarto do valor de um Airbus A320, e tem gastos com manutenção inferiores na mesma proporção. Outra opção são os modelos Q-Series, da Bombardier, praticamente o único concorrente da fabricante europeia.

Não só isso, permanecem na ativa aparelhos consagrados da “velha guarda” dos turbo-hélices, como o Saab 340 e o Embraer EMB-120, em operação no Brasil com a Sete Linhas Aéreas, de Goiânia (GO).


O consagrado Brasília continua em operação com a SETE, de Goiânia (Divulgação)

Além da Azul, outras companhias que voam de ATR no Brasil são a MAP, com base em Manaus (AM), a Passaredo, de Ribeirão Preto (SP), e a carioca Flyways Airlines.

Visitamos o Airbus A220 em tour pela América do Su


Rival da família de jatos brasileiros E-Jet E2 da Embraer, o A220 dispara na liderança global e mira nas empresas da América do Sul







Airbus A220 da Swiss International Air Lines na Fidae, no Chile - Juan Manuel Cerda

O AERO Magazine participou do tour que o Airbus A220-300 está fazendo pela América do Sul, desde o último dia 5 de abril. A aeronave de registro (HB-JCU) está em operação pela Swiss International Air Lines desde maio de 2021. Ela tem capacidade para receber até 145 passageiros em uma única classe em layout de duas e três fileiras.

Ela ficou em exposição até o último domingo (10) na Feira Internacional do Ar e Espaço (Fidae), em Santiago, no Chile. Em seguida, o avião partiu para o aeroporto de Congonhas (CGH), em São Paulo, onde foi apresentada na manhã desta terça-feira (12).

Airbus A220 da Swiss
O HB-JCU no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, nesta terça-feira (12) | Foto: AERO Magazine/Edmundo Ubiratan

Em uma entrevista exclusiva com o Diretor de Marketing de Interiores de Aeronaves da Airbus, Pierre-Antoine Senes, conhecemos todos os detalhes das amenidades que esta aeronave oferece aos passageiros. “Esta aeronave foi projetada do zero e queríamos obter espaços amplos, fuselagem larga e assentos amplos”, de acordo com Senes. "As laterais da aeronave são bem verticais, o que evita o atrito com os ombros e as pernas dos passageiros, proporcionando mais conforto."

Cabine de passageiros

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A cabine de passageiros do Airbus A220 é uma das maiores e foi apelidada de "Baby A350" justamente por ter uma cabine ampla em relação aos aviões de até 150 lugares. As fileiras contam com cinco assentos (2+3), o que permite o uso de poltronas mais largas, sem punir o corredor central. As laterais da aeronave são quase verticais e aumentam o espaço dos assentos localizados nas janelas.

No que diz respeito às janelas, esta aeronave é a que possui o maior número de janelas em seu segmento, com uma janela a cada 53 cm. Seu maior concorrente direto, os E-Jets da Embraer, tem uma janela a cada 79 cm. Na teoria o modelo da Airbus pode garantir que todas as fileiras de assentos tenham uma janela atribuída. Porém, dependendo da configuração adotada pela empresa aérea algumas alterações podem ocorrer. O projeto previu o maior número de janelas para obter uma maior entrada de luz natural, o que gera menor uso de energia elétrica.

Assentos largos

Na cabine apresentada no demo tour, na configuracão da Swiss, a largura máxima era de 47 cm, mas a Airbus oferece um assento de até 48,26 cm. Cada companhia aérea escolhe o design de seu interior e os assentos a serem usados. A Swiss escolheu os assentos ZIM, empresa alemã que fornece interiores para diferentes companhias aéreas e fabricantes, ao contrário da Delta Air Lines, que possui assentos com telas integradas para entretenimento a bordo. Atualmente são três fornecedores de assentos, incluindo a Collins Aerospace e a Safran.

Assentos A220
A maior parte das configurações permite garantir que todas as fileiras de assento tenham uma janela | Foto: AERO Magazine/Edmundo Ubiratan

Os compartimentos de bagagem do A220 são mais espaçosos que a média das aeronaves entre 100 e 150 lugares, parte obtido pelo desenho adotado, o que permite maior conforto para os passageiros. Um ponto interessante foi a preocupação dos engenheiros com a ergonomia a bordo, com a altura dos bagageiros internos mais baixo quando abertos, permitindo assim o melhor manejo das malas a bordo. Outro ponto é que seu uso facilitado oferece um procedimento mais ágil de embarque e desembaque, reduzindo assim o tempo total que o avião passa no solo entre os voos. Os compartimentos de bagagem (bins) do lado direito são maiores que os do esquerdo, que podem acomodar quatro malas grandes e uma pequena, a proporção de bagagem é de uma mala por pessoa.

Bin do A220 da Airbus
Os bagageiros do lado direito permitem acomorar até quatro malas de mão padrão | Foto: AERO Magazine/Edmundo Ubiratan

Outra grande comodidade do A220 é que ele traz a possibilidade de colocar três lavatórios, como é o caso da Swiss, com a possibilidade de um dos banheiros ser acessado pelos cadeirantes. Ao assumir o programa CSeries a Airbus ofereceu algumas melhorias na configuração das galleys e lavatórios, com opção de nos arranjos similares ao existente na família A320, onde a galey traseira é reduzida e oferece espaço para um toalete adicional.

A cabine do A220 se tornou bastante flexível com a gerencia da Airbus sob o projeto, inspirado no conceito Space Flex do A320, onde é possível retirar um banheiro e acrescentar uma fileira de assentos e também retirar uma galley e colocar o segundo banheiro na parte traseira da aeronave, dependendo do critério da companhia aérea.

Saiba mais

O Airbus A220 é o projeto mais recente da Airbus, mas é o único que não faz parte de sua família de aviões comerciais. Desenvolvido pela canadense Bombardier como CSeries 100 e CSeries 300, o avião foi lançado em 2007 e fez seu primeiro voo em 2013. Com alguns atrasos no projeto, em especial relacionados aos motores, a primeira entrega ocorreu apenas em julho de 2015 e entrando em serviço justamente com a companhia aérea suíça. Em outubro de 2017, a Airbus comprou 50,01% do projeto, relançando o programa como A220 em julho do ano seguinte. Mais recentemente a Airbus assumiu a maior parte do programa, que foi completamente desvinculado da Bombardier, que ficou concentrada apenas na aviacão executiva.

O A220 é um avião da categoria crossover, ou seja, não é um avião regional e não é um modelo de média capacidade, ficando entre os dois. Assim, oferece capacidade de voar rotas curtas de 25 minutos, como a operada pela Swiss entre Zurique (ZRH), na Suíça e Stuttgart (STR), na Alemanha, assim como rotas de médio alcance, como os voos costa a costa nos Estados Unidos.

O teto máximo de cruzeiro é de 41.000 pés e a autonomia máxima supera as cinco horas de voo.

Cabine dos pilotos do Airbus A220
Foto: AERO Magazine/Martín Romero

O Airbus A220-300 é certificado para transportar até 149 passageiros e está em processo de certificação para transportar até 160 passageiros em configuração de alta densidade, o que o colocaria no mesmo segmento do Boeing 737-700 e Airbus A319.

PW1500G
O motor Pratt & Whitney PW1500G revolucionou o segmento e se tornou padrão até na família E-Jet E2 da Embraer | Foto: AERO Magazine/Edmundo Ubiratan

O A220 foi o primeiro avião a contar com os motores são o Pratt & Whitney PW1500G, que contam com uma caixa de redução, oferecendo a capacidade do fan e da turbina trabalharem em velocidades próximas do ideal, reduzindo assim o ruído e o consumo. O motor se tornou padrão entre os modelos remotorizados, sendo umas das opções para a família A320neo e o padrão nos Embraer E-Jet E2.

Até o momento, foram recebidos mais de 700 pedidos para o A220, sendo que mais de 200 já foram entregues. Seu concorrente direto, o E-Jet E2 (E190-E2 e E195-E2) conta com pouco mais de 200 pedidos.

Atualmente existem duas linhas de produção para a família A220, uma em Mirabel, próximo da cidade de Montreal, no Canadá, e outra em Mobile, nos Estados Unidos, permitindo uma taxa de produção de cinco aeronaves por mês entre as duas fábricas.

Em todo o mundo, o Airbus A220 opera em 16 companhias aéreas, além de um operador executivo dos Emirados Árabes Unidos utiliza um ACJ Two Twenty. Por ora, a norte-americana Delta Air Lines é o maior cliente da aeronave, com um total de 55 unidades em serviço, seguida pela AirBaltic, que voa com 33 aviões.

Embraer inaugura nova linha de montagem para os jatos Legacy 450 e Legacy 500 nos EUA

Fuselagem do primeiro Legacy 450 a ser produzido nos EUA
Fuselagem do primeiro Legacy 450 a ser produzido nos EUA / © Chad Trautvetter

A Embraer inaugurou na manhã desta quinta-feira (2) a linha de montagem dos jatos executivos de médio porte Legacy 450 e Legacy 500 na Flórida, nos EUA. O novo hangar, em Melbourne, vai duplicar a produção da empresa, que concentra a fabricação de aeronaves em São José dos Campos (SP).

Com a decisão de duplicar a linha de montagem final dos modelos, a Embraer espera ampliar as vendas no maior mercado de aviação executiva do mundo, com 12 mil jatos em operação. No mundo são 20 mil aeronaves executivas e o Brasil tem a terceira maior frota registrada do mundo, com 800 aviões executivos.

Nas instalações da Embraer, em Melbourne, que ocupam uma área de 14 mil metros quadrados, serão realizadas a montagem final e pintura das aeronaves.

Ampliação das instalações da Embraer em Melbourne, na Flórida, para comportar a montagem dos jatos Legacy 450 e Legacy 500
Obras de ampliação realizadas nas instalações da Embraer em Melbourne, na Flórida, para comportar a montagem dos jatos Legacy 450 e Legacy 500 / © Chad Trautvetter

As estruturas e componentes, como fuselagem e trem de pouso, seguem sendo fabricadas no Brasil, enquanto motores são feitos por fornecedores dos EUA.

A Embraer garante que não estão previstos cortes no efetivo da fábrica em São José por conta da nova linha de montagem. A nova linha de montagem deve gerar 600 empregos nos Estados Unidos nos próximos cinco anos.

Mercado
A duplicação da montagem dos jatos médios Legacy 450 e 500 é uma estratégia da Embraer para ampliar o alcance dos negócios no mercado da aviação executiva. No ano passado, a América do Norte correspondeu a 70% da demanda por jatos executivos da Embraer.

“O mercado americano é o principal da aviação executiva no mundo. É fundamental estar presente em solo americano. Tenho certeza que com essa expansão mais clientes virão nos visitar”, disse Marco Túlio Pellegrini, presidente da aviação executiva da Embraer.

No país, a fabricante que está instalada desde 2008, já fazia a montagem dos jatos leves Phenom 100 e 300. A empresa mantém também um centro de engenharia nos EUA.

Linha de montagem dos jatos leves Phenom 300 nas instalações da Embraer em Melbourne, na Flórida (1)
Linha de montagem dos jatos leves Phenom 300 nas instalações da Embraer em Melbourne, na Flórida / © Chad Trautvetter
Linha de montagem dos jatos leves Phenom 100 nas instalações da Embraer em Melbourne, na Flórida (1)
Linha de montagem dos jatos leves Phenom 100 nas instalações da Embraer em Melbourne, na Flórida / © Tim Shortt

Projeção da Embraer considera que o mercado de aviação executiva deve movimentar no mundo cerca US$ 250 bilhões nos próximos 10 anos, com a venda de cerca de 9 mil jatos executivos. A América do Norte deve responder por mais da metade dessa frota.

Legacy 450/500

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Legacy 450 e Legacy 500 / © Embraer

O Legacy 450 comporta até nove passageiros e tem um sistema de voo totalmente digital (full fly-by-wire). O avião é equipado com dois motores de baixo consumo de combustível.

Com quatro passageiros, a aeronave é capaz de voar sem escalas de São Paulo a Bogotá (Colômbia) ou de Manaus a Miami (EUA).

Lançado em 2014, o jato Legacy 500 voa a 13 mil metros de altitude e também é equipado com dois motores. Ele tem alcance de 5,7 mil quilômetro com quatro pessoas a bordo, o que permite voar sem escalas de São Paulo a Caracas, na Venezuela.

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FONTE: /G1

Entendas as diferenças entre os aviões E-jets da Embraer e os turbo-helice ATR


 

Entendas as diferenças entre os aviões E-jets da Embraer e os turbo-helice ATR


Até pouco tempo, praticamente só se voava no Brasil em aviões Boeing, Airbus e Fokker, mas nos últimos tempos dois aviões estão se tornando comuns nos aeroportos brasileiros, os jatos da brasileira Embraer e os turbo-helice da ATR (Avions de Transport Regional), uma empresa que surgiu da união de uma empresa francesa com outra italiana.

Tanto os ATR quanto os EMB ou E-jets são líderes mundiais nos seus segmentos. Os ATR são fortemente utilizados no Brasil pela Trip, que tem 28 ATR (entre os modelos 42 e 72) e mais algumas encomendas, enquanto os jatos da Embraer, apesar de serem fabricados no Brasil e um sucesso no mundo todo, nunca haviam sido utilizado no Brasil até 2008, quando Azul e Trip começaram a operar com eles nos modelos 175, 190 e 195. A Azul tem hoje 18 EMB (190/195), mas sua encomenda total é de um 81, portanto ela ainda vai receber muitos deles nos próximos meses. Já a Trip tem 6 EMB 175.

O que motivou esse post foi o anúncio que a Azul também irá utilizar aeronaves ATR 72 e que a TRIP irá utilizar modelos EMB-190.



Cada um deles tem uma aplicação distinta e são bem adequados para a realidade brasileira. Os ATR são mais indicados para pistas menores ou cidades com baixa demanda, além disso, como os ATR têm pouco mais da metade da velocidade de um jato (seja ele EMB, Boeing, ou Airbus), são melhores para voos de curta duração.

Em outras palavras, para atender as pequenas cidades brasileiras, os atuais aviões utilizados pela Azul não seriam a melhor opção, pois não poderiam pousar em certas pistas. Por outro lado, fazer voos longos nos ATR é muito demorado, menos confortável que nos EMB e os aviões tem baixa capacidade, em média 68 passageiros por aeronave.

O que fazer? Mesclar os dois tipos de aviões. Azul e Trip tiveram “a mesma idéia”, que parece fazer todo sentido.

Com esses dois tipos de aviões, a Azul poderá atender cidades menores, que hoje ela não atende com os jatos que possui. Já a Trip poderá atender melhor seus clientes em cidades mais distantes com os jatos de maior capacidade da EMB.

Os aviões da ATR podem transportar entre 48 e 68 passageiros, já o chamados E-jets levam entre 86 e 118 passageiros.




Air France planeja compra de até 50 jatos E2 da Embraer, segundo jornal

 Aeronaves do modelo E190-E2 seriam destinadas a subsidiária regional Hop!; investimento pode chegar a US$ 3 bilhões.


Divisão de voos regionais da Air France, a Hop! opera atualmente com 35 aeronaves da Embraer (Divulgação)

De acordo com informações do jornal francês Les Echos, o grupo Air France planeja adquirir de 35 a 50 jatos regionais E190-E2 da Embraer para renovar a frota da subsidiária regional Hop!. O investimento, segundo a publicação, pode alcançar a cifra de até US$ 3 bilhões.

Na semana passada, a Hop! confirmou a desativação de sua frota de 14 jatos Bombardier CRJ-1000 e que passaria a operar somente com os Embraer E170 e E190. A empresa regional francesa conta com 34 aeronaves da fabricante brasileira (15 modelos E170 e 19 E190).

A publicação aponta que a companhia aérea francesa e representantes da Embraer já iniciaram as discussões sobre o possível acordo, que pode ser efetivado até o fim do terceiro trimestre deste ano. Nenhuma das partes, no entanto, confirmou a informação. Questionada pelo jornal, um porta-voz da empresa francesa comentou que “o grupo Air France está constantemente estudando as necessidades de frota de suas empresas”.

A possível compra de jatos E190-E2 vai ao encontro dos compromissos ambientais do grupo Air France-KLM, que planeja reduzir drasticamente o consumo de combustível e emissões CO2 de suas frotas até 2035. Ao trocar os modelos E1 da Hop! pelos novos E2 a economia com querosene pode chegar a 17%, segundo o jornal francês.




Se for confirmado, o pedido de até 50 aeronaves para a Hop! pode ser a maior encomenda de jatos E2 recebida pela Embraer até o momento e também um importante avanço no backlog da fabricante, que só conseguiu entregar 44 aeronaves comerciais em 2020 e 48 em 2021, contra 89 modelos enviados aos clientes em 2019, antes da pandemia da Covid-19.

A Air France tornou-se a nova operadora do Airbus A220 em 2021, aeronave que rivalizar com a família E2, da Embraer. Mas mesmo o A220-100, sua menor versão, possui uma capacidade muito maior do que o E190-E2.

A Hop! desativou seus 14 jatos CRJ-1000 na seamna passada (Laurent Errera)