Pesquisar este blog

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Embraer entrega 33 jatos no 3º trimestre

 

Hoje a Embraer divulgou seus números de entrega de aeronaves no terceiro trimestre de 2022, com mais que o dobro do número de aeronaves executivas do que comerciais entregues. No terceiro trimestre, a Embraer entregou dez jatos comerciais e 23 jatos executivos.

A fabricante brasileira de aeronaves Embraer é a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, uma potência no segmento de aeronaves comerciais de até 150 passageiros e dominando o mercado de jatos executivos leves e médios. A fabricante entregou dez aeronaves comerciais e outros 23 jatos executivos durante o terceiro trimestre.

Em comparação com o terceiro trimestre de 2021, a Embraer registrou um aumento de 10% nas entregas comerciais no terceiro trimestre de 2022. O terceiro trimestre também registrou um aumento nos pedidos e na carteira de pedidos da Embraer, com a SalamAir e a TUI fazendo pedidos para a aeronave E195-E2 de última geração.

A carteira de pedidos da Embraer continua forte, o chamado “backlog” alcançou US$ 17,8 bilhões no final do terceiro trimestre, uma alta de 6% ante igual período de 2021.

Atualmente, há 297 aeronaves comerciais na carteira de pedidos da Embraer, 103 E175, 3 E190, 3 E190-E2 e 188 E195-E2. Até setembro, a Embraer entregou 79 aeronaves entre suas linhas comercial e executiva.

Com os resultados, a Embraer reiterou sua meta de entrega de 60 a 70 aviões comerciais e entre 100 e 110 unidades executivas em 2022.

Comparação entre Boeing e Airbus – Saiba um pouco mais sobre as maiores fabricantes de aeronaves do mundo

 


A Boeing e a Airbus são duas das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, fornecendo aviões comerciais para diversas companhias aéreas. Aqui no Pontos pra Voar, costumamos fazer muitos reviews sobre como é voar um algumas aeronaves, então vamos falar um pouco mais sobre cada fabricante e seus principais modelos de aeronaves.


História

Boeing

A Boeing foi fundada em 1916 em Seattle, Washington, como uma empresa de fabricação de aviões. A empresa se tornou um dos maiores fornecedores de aeronaves militares durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, entrou no mercado de aviação comercial. A Boeing é mais conhecida por seus modelos 747 e 737, que foram usados por companhias aéreas em todo o mundo por décadas.

Airbus

A Airbus, por outro lado, é uma empresa mais jovem, fundada em 1970 como um consórcio entre empresas de quatro países europeus: França, Alemanha, Espanha e Reino Unido. A Airbus foi criada como uma forma de competir com a Boeing, que tinha um domínio quase total do mercado de aviação comercial na época. A Airbus se tornou famosa por seus modelos A320 e A380, que introduziram novas tecnologias no mercado de aviação comercial.

Principais Modelos de Cada Companhia

Boeing

  • Boeing 737: É um avião de médio alcance projetado para voos de curta e média distância. Ele é um dos aviões mais populares e bem-sucedidos da história da aviação comercial, com capacidade para transportar entre 85 e 215 passageiros. A Boeing desenvolveu 22 variações deste modelo.
  • Boeing 747: É um avião de grande porte projetado para voos internacionais de longa distância. Ele é famoso por sua corcunda no topo da fuselagem, que abriga a cabine de comando. O 747 tem capacidade para transportar entre 416 e 660 passageiros, dependendo da configuração escolhida. Em janeiro deste ano, o último avião produzido deste modelo foi entregue, marcando o encerramento da produção. 
  • Boeing 777: É um avião de longo alcance projetado para voos intercontinentais. Ele possui tecnologia avançada em termos de motores, materiais leves e sistemas eletrônicos, o que o torna mais econômico em termos de combustível. O 777 tem capacidade para transportar entre 301 e 550 passageiros, dependendo da configuração escolhida.
  • Boeing 787: Também conhecido como Dreamliner, é um avião de longo alcance projetado para voos intercontinentais. Ele é famoso por sua cabine espaçosa e iluminada, além de sua tecnologia avançada em termos de materiais leves, motores e sistemas eletrônicos. O 787 tem capacidade para transportar entre 242 e 330 passageiros, dependendo da configuração escolhida.

Airbus

  • Airbus A320 (incluindo as variantes A320neo e A320ceo): O A320 é um avião de médio alcance projetado para voos de curta e média distância. Ele é uma das aeronaves mais populares da Airbus, com capacidade para até 180 passageiros.
  • Airbus A330: O A330 é um avião de longo alcance projetado para voos internacionais de média a longa distância. Ele tem capacidade para transportar entre 250 e 440 passageiros, dependendo da configuração escolhida.
  • Airbus A350: É um avião de longo alcance projetado para voos intercontinentais. Ele possui as mais recentes tecnologias em termos de motores e materiais leves, o que o torna mais econômico no que tange o consumo de combustível. O A350 tem capacidade para transportar entre 250 e 440 passageiros, dependendo da configuração escolhida.
  • Airbus A380: O A380 é um avião de grande porte projetado para voos internacionais de longa distância. É a maior aeronave comercial em operação atualmente, com capacidade para transportar até 853 passageiros em uma configuração de alta densidade. Ele é frequentemente utilizado por companhias aéreas que buscam oferecer uma experiência de voo de luxo, com áreas de lounge e outros recursos.

Companhias que Utilizam Cada Modelo

Boeing

  • Boeing 737: A Southwest Airlines, a Copa e a Turkish Airlines são algumas das principais operadoras do 737 em todo o mundo. No Brasil, a Gol é uma das companhias que operam com essa aeronave. Confira um review desta aeronave aqui.
  • Boeing 747: A Korean Air, a Lufthansa, a British Airways e a Delta Air Lines são algumas das principais operadoras do 747 em todo o mundo. Confira um review desta aeronave aqui.
  • Boeing 777: A Emirates, a Cathay Pacific, a United, American e Qatar Airways são algumas das principais operadoras do 777 em todo o mundo. A LATAM é a companhia brasileira que mais utiliza esse modelo em sua frota. Confira um review desta aeronave aqui.
  • Boeing 787: A All Nippon Airways, a United Airlines, a Japan Airlines e a Qatar Airways são algumas das principais operadoras do 787 em todo o mundo. A LATAM é a única companhia brasileira que possui essa aeronave. Confira um review desta aeronave aqui.

Airbus

  • Airbus A320: A Azul Linhas Aéreas, a TAP e a companhia aérea low-cost europeia EasyJet utilizam o A320 como um de seus principais modelos. Confira um review desta aeronave aqui.
  • Airbus A330: A Air France e a China Eastern Airlines utilizam o A330 em suas rotas internacionais. A Azul utiliza esse modelo para voar aos Estados Unidos. Confira um review desta aeronave aqui. 
  • Airbus A350: A Qatar Airways e a Singapore Airlines são alguns dos principais clientes do A350, utilizam esse modelo em suas rotas internacionais de longo alcance. Confira um review desta aeronave aqui.
  • Airbus A380: A Emirates é a maior operadora do A380, utilizando mais de 100 aeronaves em suas rotas internacionais de longo alcance. Outras companhias aéreas, como a Air France e a Lufthansa, também utilizam o A380 em algumas rotas internacionais.

Diferença entre narrowbody e widebody

Os termos “narrowbody” e “widebody” são usados para distinguir entre diferentes tipos de aviões com base no tamanho e na capacidade da cabine. A principal diferença entre eles é a largura da fuselagem.

Um narrowbody é um avião com uma única fileira de assentos em cada lado do corredor, tornando a cabine mais estreita. Normalmente, esses aviões são usados em rotas de curta e média distância e podem transportar de 100 a 230 passageiros. Exemplos de narrowbodies são o Boeing 737 e o Airbus A320

Já um widebody é um avião com duas ou mais fileiras de assentos em cada lado do corredor, tornando a cabine mais larga. Eles são projetados para voos de longa distância e podem transportar de 200 a mais de 800 passageiros, dependendo do modelo. Exemplos de widebodies são o Boeing 747, o Airbus A380 e o Boeing 777.

Além da diferença na largura da fuselagem, os widebodies geralmente possuem mais espaço para bagagem, possuem mais assentos na classe executiva e na primeira classe, possuem maior alcance e mais conforto para os passageiros durante voos longos. Por outro lado, os narrowbodies são mais adequados para rotas de curta e média distância e permitem que as companhias aéreas operem com maior frequência e menor custo por assento.

Cancelamento de 31 jatos E175 da Republic foi decisão conjunta, diz Embraer

 Companhia aérea regional dos EUA era até então o maior cliente da aeronave. Dificuldades com falta de mão de obra e custos são apontadas como causa da revisão no contrato

Funcionários da Republic Airlines em frente a um E175 (Republic)

Revelado em primeira mão na segunda-feira, 7, o corte de 31 pedidos do jato E175 pela Republic Airlines surpreendeu o mercado em meio a novos pedidos da família E2.

Questionada sobre o motivo da redução, a Embraer afirmou ao Flight Global que a decisão foi de comum acordo com a cliente. “Os termos deste pedido herdado de 2018 não eram mais adequados para nenhuma das partes”, disse a empresa brasileira.

Em 2018, a Republic Airlines, que presta serviços para as grandes companhias aéreas dos EUA, havia fechado um pedido de 106 E175, seis já entregues. Com a revisão, restaram 69 aviões pendentes de entrega.

A Embraer ainda viu um aspecto positivo na perda das encomendas já que “isso libera slots urgentemente necessários para E195-E2 e E190-E2 em 2023 e 2024”, afirmou no mesmo comunicado.

O E190-E2, no entanto, possui apenas 20 pedidos firmes, 17 deles já entregues. O E195-E2, por outro lado, já 227 aeronaves encomendadas, com 188 por serem entregues. Apesar disso, a produção da família E2 segue lenta: em 2022 haviam sido entregues apenas seis jatos até setembro.

Os E175 da SkyWest voam com as cores da Delta, American Airlines e Alaska Airlines (Divulgação)
A Skywest atrasou a entrega dos E175 por falta de pilotos (Divulgação)

Falta de mão de obra

A redução do pedido da Republic Airlines, uma empresa com sede em Indianapolis, pode ter sido causada pela escassez de mão de obra nos EUA.

As empresas aéreas regionais estão sob pressão por conta do aumento no preços dos combustíveis e na inflação nos EUA, que reduziu o poder de compra dos tripulantes, que exigiram reajustes.

A Republic anunciou no começo do mês um aumento nos contratos com pilotos na tentativa de resolver o problema. Já a Skywest, outra massiva cliente dos E175 da Embraer, decidiu postergar a entrega de novos jatos por conta da falta de pilotos, sobretudo comandantes.

As novas aeronaves só deverão ser entregues entre o final de 2023 e 2024. Há oito E175 da Skywest pendentes de entrega até o momento.

A Embraer havia marcado uma conferência para falar sobre os resultados do 3º trimestre nesta sexta-feira, mas adiou o evento para a próxima segunda-feira, 14.

Com jatos Embraer E175, BermudAir

 Primeiro companhia aérea estabelecida nas Bermudas pretende iniciar voos para os EUA em breve

Os dois jatos E175 adquiridos pela BermudAir foram produzidos pela Embraer em 2012 (Azorra)

BermudAir, primeira companhia aérea estabelecida nas Bermudas, anunciou ter obtido o Certificado de Operador Aéreo (AOC) da autoridade local de aviação civil, a BCAA, na semana passada.

“Estamos gratos que o trabalho da BermudAir para estabelecer uma companhia aérea de classe mundial nas Bermudas tenha sido validado por meio do rigoroso processo de avaliação do AOC”, disse Adam Scott, CEO da BermudAir.

“Este é um marco importante para nossa equipe no lançamento completo da companhia aérea e poder atender a esse mercado. As equipes BCAA e BermudAir dedicaram muitas horas para chegar até aqui e agradecemos o comprometimento de todos durante o processo”, completou.

A nova transportadora pretende oferecer voos entre o arquipélago e a Costa Leste dos Estados Unidos com duas aeronaves E175, da Embraer.

O primeiro jato está no Canadá sendo preparado para operação enquanto o segundo deve ser entregue em breve. As aeronaves foram fornecidas pela Azorra Aviation em regime de leasing e voaram antes pela Flybe, do Reino Unido.


Segundo a BermudAir, o próximo passo é conseguir a aprovação do Departamento de Transporte dos EUA (DOT).

Ao contrário de outras transportadoras, a nova empresa aérea oferecerá um serviço executivo voltado ao turismo mas também às necessidades de negócios locais das Bermudas.

A BermudAir ainda não detalhou como os dois E175 serão configurados internamente. Em voos regionais nos EUA as aeronaves costumam ter 76 assentos, embora possam levar mais passageiro

domingo, 30 de julho de 2023

Everts Air Alaska aposentará sua frota de MD-80

 Everts Air Alaska aposentará sua frota de MD-80

Especializada em voos cargueiros, a norte-americana Everts Air Alaska revelou que irá aposentar sua frota dos clássicos MD-80. A companhia conta atualmente com um MD-82, cinco do -83 e um do -88.

A Everts Air Alaska, especialista em transporte de carga baseada em Fairbanks, planeja reformar sua frota atual de aeronaves da família MD-80 adotando cargueiros Boeing 737-800 convertidos no lugar. Um anúncio a respeito foi feito pelo CEO da companhia, Robert Everts, em entrevista ao Cargo Facts.

“Achamos que o 737-800 é o passo natural para as operações de aeronaves de corpo estreito”, disse ele.

Em sua frota de aeronaves, a Everts Air Alaska possui uma frota de carga envelhecida composta por um MD-82, cinco MD-83 e dois MD-88 ativos, os quais demandarão uma atualização muito em breve, pois já chegam a uma média de idade de 31 anos.

Mais do que essas atividades de transporte de cargas programadas e fretadas, a companhia aérea oferece voos regulares de passageiros para destinos remotos saindo do Aeroporto Internacional de Fairbanks, utilizando aeronaves de menor porte.

De acordo com Robert Everts, CEO da empresa, os Maddogs (apelido da família MD-80) darão lugar ao Boeing 737-800 BCF.

“Acreditamos que o 737-800 é o passo natural para as operações com aeronaves narrowbody”

Robert Everts, CEO da Everts Air Alaska em entrevista ao Cargo Facts

No entanto, ainda não há informações de quando os MD-80 serão aposentados, tampouco de quando o primeiro 737-800 será incorporado.

Após 30 anos, Embraer Brasilia deixa de voar nos EUA

 Voltada para o mercado norte-americano, aeronave da Embraer entrou em operação nos Estados Unidos em 1985



Embraer EMB 120 Brasilia

Chegada do primeiro EMB 120 Brasilia à Skywest, em 1986

Muito antes de ser privatizada e virar uma gigante aeroespacial, a Embraer dava os primeiros passos para tornar-se uma das mais importantes competidoras do mercado de aviação regional. Foi no início da década de 80 que a empresa, então parte do Ministério da Aeronáutica, decidiu aproveitar o sucesso do Bandeirante como avião regional. Dessa experiência nasceu o Brasilia, o primeiro avião de passageiros projetado para atender o mercado.

O alvo primordial eram as companhias regionais americanas, associadas às grandes empresas aéreas como American Airlines, United e Delta. E foi com uma delas que o EMB 120 (designação do Brasília) estreou mundialmente em setembro de 1985. A ASA (Atlantic Southesat Airlines) foi a primeira operada do turboélice pressurizado de 30 passageiros.

Coincidentemente, exatos 30 anos depois da sua estreia, o Brasilia acaba de sair de cena entre essas empresas regionais de grande porte. No início de maio, o último exemplar do aparelho, pertecente à Skywest (co-ligada à United), decolou da cidade de Santa Maria, na California, para Los Angeles, encerrando sua longa carreira. Agora, o EMB 120 continua a voar no país apenas em empresas menores independentes.

V

Embraer EMB 120 Brasilia

Mais veloz turboélice

Na época em que chegou ao mercado, o Embraer não era o maior nem o mais tradicional. A holandesa Fokker oferecia o F-27, um turboélice de asas altas, e o F-28, um dos primeiros jatos do gênero, e outras companhias exploravam com pouco sucesso o segmento, como a DeHavilland of Canada.

Mas foi questão de tempo para que várias fabricantes enxergassem o filão que se transformava a aviação regional. A própria Fokker logo sacou o Fokker 50 com maior capacidade, conforto e potência. Os canadenses, por outro lado, lançaram o Dash-8, outro ‘asa alta’, e os suecos da Saab estrearam com o 340, que era pouco maior que o Brasília.

Veja

Mais bem sucedido deles, no entanto, foi o ATR-42 ( e sua versão maior, o ATR-72). Desenvolvido em conjunto por italianos e franceses, o turboélice continua em produção até hoje.

O Brasilia, por sua vez, não era tão grande quanto eles e também era quase um estreante já que os Bandeirante que voavam como aviões regionais não chegavam a formar uma frota imensa. Mas ele compensou isso com uma velocidade elevada, fruto do belo trabalho aerodinâmico da empresa. Era silencioso e trazia um diferencial para os pilotos, o manche ‘asa de gaivota’, como no Concorde.

Embraer EMB 120 Brasília é aposentado nos EUA

Acidentes

A carreira do EMB-120, apesar de longa, teve alguns contratempos. O avião brasileiro sofreu 21 acidentes, 14 deles com vítimas fatais. O primeiro ocorreu próximo da Embraer, em São José dos Campos, em 1986, um ano após a primeira entrega. O mais recente é de 2013 com um aparelho que voava na Nigéria.

No total, a Embraer produziu 356 Brasilias. Segundo o site Air Fleets, 46% ainda está em operação. Para efeito de comparação, o ATR-42/72 tem até o momento mais de 1,2 mil aeronaves entregues sendo que 78% está operacional. No entanto, diferentemente do avião ítalo-francês, o Brasilia deu origem a uma família que literalmente revolucionou o mercado regional e consolidou a Embraer como a maior fabricante de aviões desse segmento no mundo.


A apresentação do EMB 120 Brasilia em julho de 1983
A apresentação do EMB 120 Brasilia em julho de 1983

40 anos da 1ª decolagem do Embraer 120 Brasília; veja sua história

 40 anos da 1ª decolagem do Embraer 120 Brasília; veja sua história

Hoje (29), uma das aeronaves mais emblemáticas da trajetória da Embraer está assoprando 40 velinhas. Estamos falando do E120 Brasília, turboélice que se tornou popular em décadas atrás.

Com o sucesso do E110 Bandeirante, a então novata fabricante de aeronaves brasileira decidiu na década de 70 dar um importante passo em sua evolução. A Embraer via uma grande oportunidade no segmento aéreo regional, principalmente em países como os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, outros turboélices, como o ATR 42, Dash 8, Saab 340 e Fokker 50 também surgiam no mercado e fariam frente ao novo produto brasileiro.

O projeto do novo bimotor se iniciou em 1974 com o nome de Araguaia e trazendo elementos, como a empenagem em “T”, do E121 Xingu. Em 1979, a Embraer oficializou o lançamento da aeronave e a renomeou como EMB 120 Brasília.

A fabricante escolheu, de início, os então novíssimos motores PW115 da Pratt & Whitney, que, em conjunto com as hélices desenvolvidas pela Hamilton Standard, permitiriam ao bimotor chegar a velocidades superiores a 500 km/h. Em outra versão, a Embraer atualizou o modelo com os motores PW118, ainda mais potentes.

Foto: Embraer

A apresentação oficial veio a acontecer quatro anos depois do lançamento, no mesmo dia do primeiro voo. Era uma sexta-feira, 29 de julho de 1983, quando o protótipo de matrícula PT-ZBA decolou pela primeira vez. Outros dois protótipos foram construídos, PT-ZBB e PT-ZBC, e, após cerca de 2.500 horas de voos de teste acumuladas, o turboélice ganhou sua certificação pelo Centro Técnico de Aeronáutica (CTA) em maio de 1985, seguida da FAA dois meses depois.

Desenhado para acomodar 30 passageiros, voar até uma altitude de 29.800 pés e a distâncias de até 1.750 km, o EMB 120 rapidamente começou a ganhar clientes e a primeira entrega aconteceu para a norte-americana Atlantic Southwest Airlines (ASA), que recebeu o exemplar de matrícula N210AS em agosto de 1985. No ano seguinte, o Brasília foi o primeiro avião brasileiro a ser homologado na Alemanha. Enquanto o E110 Bandeirante iniciou sua carreira no Brasil e posteriormente foi exportado, o E120 Brasília fez o caminho inverso e já começou com carreira internacional.

Foto: Wikimedia

Além dos Estados Unidos, o turboélice também se popularizou na Europa, ganhando encomendas da DLT, subsidiária da Lufthansa; DAT, da Bélgica; Air Littoral, que voava nas cores da Air France; e na Noruega Norsk, que efetuava um longo voo com o modelo, conectando as cidades de Sandefjorde e Alta, no Círculo Polar Ártico.

Além da versão de passageiros, a fabricante brasileira desenvolveu outras versões do bimotor, como a militar, cargueira, Quick Change e também a ER com maior alcance.

O E120 se tornou bastante popular nos Estados Unidos

No Brasil mesmo o E120 demorou para emplacar e a Força Aérea Brasileira foi a primeira operadora do modelo no País com a chegada do FAB2001 em janeiro de 1987. Na FAB, o bimotor ganhou o designativo VC-97. Já em serviço comercial em empresas aéreas, o Brasília estreou em sua terra natal no ano seguinte, quando a Rio-Sul recebeu o PT-SLA, em fevereiro de 1988.

Foto: Arquivo Flap

A partir de então, diversas empresas aéreas brasileiras aderiram ao modelo, como a Nordeste, Pantanal, Trip, Passaredo, Penta, Meta, Piquiatuba, InterBrasil, Sete, Rico, Total, entre outras.

Ao todo, a Embraer produziu 357 unidades do Brasília, que não ficou preso somente entre Estados Unidos, Europa e Brasil. Companhias na África, Ásia, Oceania e de outros países nas Américas também adquiriram o bem-sucedido turboélice brasileiro, que foi predecessor da primeira linha de jatos comerciais da Embraer: a família E145.

Dupla de E120 da australiana Network

40 anos após sua primeira decolagem, o EMB 120 Brasília continua ativo no Brasil e também em diversas outras nações. Entre as operadoras atuais com maior quantidade do modelo em suas frotas estão a Força Aérea Brasileira (militar), com 18 ativos; a Ameriflight (carga e fretamentos), com 16 ativos; e a InterCaribbean (voos regulares de passageiros), com 10 ativos.

Você já voou em um Embraer Brasília?