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quarta-feira, 31 de maio de 2023

A-7 Corsair II, um grande avião esquecido

 

Muitos aviões entraram para a história por um motivo, por uma situação especial. Mas para que esses “ditos especiais” aviões operassem a contento, sempre havia os carregadores de piano.

O A-7 foi desenvolvido para suprir uma carência emergencial da Marinha dos EUA durante a guerra do Vietnã. No início do conflito o burro de carga era o A-4, mas o pequenino da Douglas carregava muito pouca carga, sendo assim, a Marinha precisava enviar mais e mais jatos para um único alvo. Já o F-4 Phantom podia carregar uma pesada carga de bombas, mas era um desperdício de recursos enviar um supersônico desenvolvido para a defesa da frota para atacar alvos.

A USN emitiu em 1963 uma solicitação para um novo jato, subsônico, com boa autonomia e alta carga de bombas e o mais importante, baseado em um aparelho existente. A idéia era reduzir custos. Apenas quatro empresas de aeronaves participaram da competição. A Douglas ofereceu um derivado do A-4 Skyhawk com uma estrutura maior e propulsado por um turbofan TF30. A Ling-Temco-Vought (a Vought havia se fundido em 1961) propôs o Model V-463, que era uma versão do F-8 Crusader.

Primeiro protótipo do A-7

Com o crescente envolvimento dos EUA na guerra, a USAF foi pega totalmente despreparada. Após a Segunda Guerra Mundial, a liderança da Força Aérea era formada por ex-pilotos de bombardeiros. A filosofia deles imperou sobre a Força, com a USAF abdicando do caça puro em prol de aeronaves atacantes e ICBMs. Era uma Força Aérea pronta para lutar numa guerra nuclear.

Quando foi necessário lutar uma guerra convencional, o impacto do despreparo foi altamente sentido. O pesado e grande F-105 foi obrigado a carregar bombas “burras”, simplesmente porque não havia aviões de ataque convencional. O F-100D Super Sabre, em que pese ter se mostrado uma boa plataforma, carregava míseras 4 bombas.

Como já havia acontecido antes, a USAF se viu obrigada a optar por um jato desenvolvido pela Marinha, como o F-4, para atender suas necessidades. O A-7 surgiu na hora certa.

A versão terrestre, livre das amarras navais, carregava mais e ia mais longe.

As principais vantagens do A-7 eram: maior carga útil, maior alcance, AAM de autodefesa, fuselagem maior e, portanto capaz de receber novos upgrades. As versões -7D e -7E eram propulsadas pelo motor TF-41 (um Spey construído nos EUA) gerando 6.577 kg de empuxo seco.

No final da década de 1970, o A-7 foi adaptado para operar com um pod de designação FLIR/Laser para permitir operações noturno/mau tempo.

As principais vantagens do A-4 eram a simplicidade (manutenção muito baixa), a robustez, a extrema agilidade e a capacidade de operar a partir de campos de pouso e porta-aviões menores e mais rudes. A simplicidade e o tamanho do A-4 podem ser traduzidos da seguinte forma: três A-4 para cada um A-7.

Isso explica significa porque nações menores adotaram o A-4 como sua opção mais acessível.

A USAF usou o A-7D sem dó nem piedade. Menos de uma década depois do fim dos combates no Vietnã, muitos foram aterrados devido a rachaduras por fadiga nas asas. Isso apressou sua aposentadoria das unidades de reserva, forçando a USAF a colocar o F-16 em serviço muito mais cedo do que o planejado.

Os A-7D voaram um total de 12.928 surtidas de combate durante toda a guerra, com apenas seis derrotas (a menor de qualquer avião dos EUA no conflito). O A-7 ficou em segundo lugar no volume de bombas despejadas, perdendo apenas para o B-52 Stratofortress, mas foi o avião que lançou o maior numero de bombas com precisão do que qualquer outra aeronave de ataque dos EUA.

A-7D
O A-7 também lutou na Guerra do Golfo

Um total de 1.569 A-7 foi construído, sendo 459 para a Força Aérea dos EUA. Também foi utilizado em muitos países estrangeiros.

Em 1973 a USAF começou a transferir os A-7D para a Guarda Aérea Nacional (Air National Guard– ANG) sendo muitos novos de fábrica.

Saudades do A-7 ‘Corsair II’

 xA-7D 71-355 DM

O Ling-Temco-Vought A-7 Corsair II foi um jato de ataque leve embarcado, projetado inicialmente para substituir o A-4 Skyhawk na US Navy.

O Corsair II foi depois adotado também pela USAF e Air National Guard, para substituir o A-1 Skyraider, F-100 Super Sabre e F-105 Thunderchief.

Ele entrou em serviço inicialmente na Guerra do Vietnã, onde realizou 12.928 sortidas de combate pela USAF, com apenas 6 perdas, a mais baixa taxa entre os caças táticos americanos.

A aeronave foi exportada para a Grécia nos anos 1970 e para Portugal e Tailândia no final da década de 1980. A célula do A-7 era baseada na do caça supersônico F-8 Crusader produzido pela Chance Vought.

Ele foi uma das primeiras aeronaves a ter HUD (Head Up Display) e sistema de navegação inercial. Foi produzido um total  de 1.569 A-7s.

xA-7D with FLIR pod head on view

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xA-7E production line - 1




ublicidade

Aeronaves históricas, o Vought A-7 Corsair II

 


Subsônico equipado com econômico turbofan e avançada tecnologia serviu os EUA na Guerra do Vietnã

Desenvolvido no início dos anos 1960, nos EUA, o Vought A-7 substituiu o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, até então o avião leve de ataque mais bem-sucedido do mundo. Equipado com um econômico turbofan e uma nova geração de aviônicos, que lhe aumentavam o desempenho, o A-7 revelou uma capacidade única para combates sob mau tempo.

A escassez de aviões de ataque ao solo, predominante na época, levou a Força Aérea americana a encomendar uma versão desnavalizada do A-7 para substituir o North American F-100D e o Republic F-105 na Guerra do Vietnã. Desde então, o aparelho passou por diversas alterações e conquistou novos mercados, como Portugal e Grécia.


Vencendo a concorrência

A Marinha americana planejava substituir o Douglas A-4 Skyhawk já no início dos anos 1960 e abriu concorrência para o desenvolvimento de um novo aparelho, cujo projeto ganhou o nome de VAL.

Participaram da concorrência a Douglas, a North American e a Ling-Temco-Vought (LTV), mas a Marinha logo optou pelo projeto da LTV, e o novo aparelho, denominado A-7, recebeu o nome de Vought Corsair II, numa evidente alusão ao Corsair F-4U – ou “bent-wing bird” (pássaro de asas dobradas), notável caça americano da Segunda Guerra Mundial.

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Vought A7 Corsair II – Foto: Paulo Antunes

Características ancestrais

A configuração estrutural do Vought A-7 Corsair II era adequada para missões leves a velocidades subsônicas elevadas. O enflechamento moderado das asas retardava o acentuamento do arrasto, garantindo o alinhamento com o centro de gravidade.

Pouco afiladas, as asas, instaladas no alto da fuselagem, receberam pequena extensão no bordo de ataque, evitando a perda de sustentação nas pontas. Já o estabilizador, montado mais embaixo, garantia ausência de empinamento. Por fim, reduziu-se a altura da deriva para atender às exigências de espaço nos hangares dos porta-aviões.

No lugar do impulsor J57, com pós-queimador, instalou-se um turbofan Pratt & Whitney TF30 sem pós-queimador. Os primeiros A-7 também receberam inúmeros equipamentos: radar multimodal APQ-116 da Texas Instruments; piloto automático Lear-Siegler; sistemas de navegação e ataque polivalente ILAAS (integrated light attack avionics system, sistema integrado de aviônicos para ataque leve), combinando navegação inercial Doppler a um computador digital central.

A primeira esquadrilha do A-7 voou em setembro de 1965. Um ano depois, a Marinha americana recebia os últimos aparelhos da série – num total de 199 aeronaves produzidas. A série seguinte, chamada de A-7B, ganhou a turbina P-8, de 5.534 kg empuxo, no lugar da P-6, de 5.148 kg. No ano seguinte, a turbina P-8 seria modificada para os padrões da P-408, de 6.078 kg de empuxo, modelo que impulsionou uma nova série, a A-7C.

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Vought A7E Corsair II – Foto: Panagiotis A. Pietris

A série A-7D, surgida na sequência, substituiu a turbina TF30 por uma Rolls-Royce Spey de 6.577 kg de empuxo. Em 1968, a Marinha encomendou a série A-7E, versão baseada em porta-aviões. O impulsor, com potência ligeiramente aumentada, permitia empuxo estático de 6.804 kg. Em julho de 1969, começaram as entregas do A-7E, avião que estreou na costa do Vietnã, em maio de 1970, a bordo do porta-aviões America. O Vought A-7 Corsair II participou, ao todo, de 90.230 missões de combate na Segunda Guerra Mundial – tendo apenas 54 aparelhos abatidos por fogo inimigo.

No setor de exportações, até 1983, o A-7 não havia conquistado o espaço merecido. O Canadá manifestou interesse pelo Corsair II, mas foi persuadido a adquirir outro aparelho. A Força Aérea suíça chegou a optar pelo A-7 para substituir seus De Havilland Venom. Mas o governo suíço interferiu nas negociações e determinou a compra do Northrop F-5-E, menos dispendioso.

A Vought só havia concretizado, até aquele ano, negócios com Portugal e Grécia. A Força Aérea grega adquiriu sessenta A-7H (A-7E baseado em terra) e cinco TA-7H biplaces, denominados Koursaro pelos gregos. Portugal, o segundo cliente da Vought, comprou vinte dos A-7A que pertenciam à Marinha, reformados para o padrão A-7P (com impulsor TF30-P-408). A Tailândia em 1995 adquiriu 16 A-7E e 4 TA-7C de segunda mão da USN.

Em 1982, havia cerca de 290 A-7E na Marinha americana, 75 A-7B em duas unidades da reserva, 285 A-7D na Força Aérea e 25 A-7K na Guarda Nacional. Na Marinha, foram substituídos pelos Douglas McDonnell F/A-18 Hornet, sendo o último retirado de serviço em 1991. Portugal manteve os seus até 1999, substituindo-os pelo F-16. A Grécia começou a aposentar os seus Corsair em 2014.


Aeronaves históricas, o Douglas DC-9

 


Há 50 anos ocorria o primeiro voo do DC9, jato de médio porte, projetado e fabricado pela Douglas Aircraft Company (posteriormente McDonnell Douglas). Um bimotor de corredor único, cauda em T, um tremendo sucesso. Ficou em produção entre 1965 e 1982 quando foi sucedido pelo MD80 que nada mais é do que um DC9 esticado. Se formos considerar o Douglas DC-9 e todas suas variantes ou aviões baseados nele (Boeing 717, por exemplo), chegamos a quase 2.500 aviões do tipo em 41 anos.

A aviação nos anos 1950/60 era baseada em diversos aviões a pistão ou até turboélice, tais como Vickers Viscount, Lockheed Electra II, YS11 Samurai, DC3, DC4, DC6 e DC7. A aviação “a jato” já existia porém para longas distâncias com o 707 e DC8. Se era possível efetuar um Rio – Nova York de jato, o mesmo não poderiamos dizer de um simples Rio – Belo Horizonte ou outra rota curta.
Os fabricantes então se debruçaram a criar algo rápido, com menor estrutura aeroportuária. A Boeing entrou de cabeça no 727, que por sua vez compartilhava de diversas coisas do 707. Já a Douglas partiu para o DC9 sem nenhuma similaridade com o DC8. O avião era um desenho totalmente novo, com motores JT8, tripulação de 2 pilotos, fileira 2-3 de assentos levando então entre 80 a 135 paxs, incluindo motorização turbofan, com mais de 2.400 unidades produzidas em todo mundo.

New_York_Air_DC-9_Detroit_-_16_August_1983A ideia do avião era operar rotas curtas, pouco tempo de solo (incluindo escadas próprias na cauda e porta 1L). A configuração em T e motores na cauda facilitava também a questão dos aeroportos, pois um motor lá atrás dificilmente sugaria detritos, os famosos F.O.D.. O avião virou sucesso, seu tipo DC9-10 entrou em serviço em 8 de Dezembro de 1965 pela DELTA (que até hoje possui modelos derivados deste avião) e logo alastrou pelo mundo, a variante DC9-30 entrou em serviço e a SAS pediu um DC9-20 (fuselagem do 10 com motores e asa do 30). Surgiram ainda as séries 40 e 50, sendo que esta última entrou em serviço em 1974.

A produção do DC9 puro encerrou-se em 1982. A partir de 1982, surgiu o DC9-81/82/83 que são bem mais longos e com outra tecnologia, mas o desenho básico é o mesmo. Os Americanos sabem cultuar seu passado e história e por isso naquele país temos o N675MC, um DC9-50 ex-DELTA preservado no museu da empresa em Atlanta e o N779NC, igualmente DC9-50 preservado no “Carolinas Aviation Museum” em Charlotte, este exemplar foi o último DC9 a voar na DELTA.

Já aqui no país não conseguimos sequer preservar o primeiro 737 do país. No Brasil, esses aviões não operaram, ainda que a VASP tenha cogitado o tipo no meio dos anos 1960, mas acabou em 1969 recebendo o 737-200, com o qual fez história e foi até os dias finais de sua existência. Operadores de países vizinhos usaram DC9 no Brasil, principalmente os Argentinos com a Austral e Dinar. Como sabemos, um exemplar singular de MD82 foi utilizado por meses na Cruzeiro e esta é a única presença de um “DC9″ com matricula nacional.

O DC9 é um marco na história da aviação e foi o meio de transporte mais rápido para muitas cidades que viram o tempo entre dois pontos reduzir-se drasticamente ao embarcar na aeronave, em voo anteriormente operado por um “lento e velho” DC6, Viscount ou similar. Parabéns ao DC9 pelos seus 50 anos!


Descrição
TipoAvião comercial
FabricanteDouglas Aircraft Company (EUA)
Primeiro voo25 de fevereiro de 1965
Capacidade de passageiros90 passageiros
Dimensões
Comprimento31,82 metros
Envergadura27,25 metros
Altura8,38 metros
Pesos
Peso máx. decolagem41.100 kg
Performance
Velocidade máxima903 km/h