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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

O começo do fim: O DC-10 foi o que deu fim à McDonnell Douglas?

 Nos anos 50 os primeiros jatos comerciais entravam em operação e mesmo o britânico de Havilland Comet tendo sido um fracasso comercial, não impediu que outros como o francês Caravelle e os americanos Boeing 707 e Douglas DC-8 viessem fazer sucesso poucos anos depois, tanto sucesso que fizeram a demanda por viagens aéreas crescer muito, o que levou a criação de aviões ainda maiores, entre ele o McDonnell Douglas DC-10, mas que ao invés de ser um símbolo de prosperidade, acabou dificultando a existência de sua fabricante.

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MCDONNELL DOUGLAS

A McDonnell Douglas foi uma fabricante de aviões norte-americana que surgiu oficialmente em 1967, a partir da fusão entre a McDonnell Aircraft Company e da Douglas Aircraft Company.

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A McDonnell foi fundada em 1939 por James Smith McDonnell, era uma empresa mais voltada ao setor militar e fez grandes projetos como o F-4 Phantom II, ela também foi responsável pela fabricação de mísseis utilizados pelas forças armadas e até por cápsulas de foguetes utilizados em missões pela NASA.

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Já a Douglas surgiu em 1921 por Donald Wills Doulgas e teve uma participação vital no mercado aeronáutico do século XX, sendo líder de mercado por muitos anos, a empresa foi responsável por projetos icônicos como o DC-3, DC-6 e DC-8, que foram grandes sucessos comerciais.

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As conversas sobre uma possível fusão se iniciaram ainda em 1963, ambas as empresas passavam por momentos de dificuldade, a McDonnell não possuia projetos civis significativos e haviam períodos em que os projetos militares eram escassos e a Douglas tinha problemas na administração de custos do DC-8 e no projeto do DC-9, então em agosto de 1967 ambas firmaram um acordo e passaram a ser a McDonnell Douglas.

DC-10, O PRIMEIRO PROJETO CIVIL APÓS A UNIÃO

Seguindo no mercado civil, a série "DC" havia lançado em 1965 o DC-9, um jato para curtas e médias distâncias, Narrowbody (apenas um corredor) e com motores na calda, mas a empresa já mirava o segmento de grandes jatos, que acabava de ser revolucionado pelo Boeing 747, mas a empresa pensava em preencher uma lacuna deixada pela concorrente, fazendo um avião menor e mais econômico, que devido às legislações para voos transatlânticos da época, teria três motores, surgia alí o DC-10.

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Em 1970 foi feito o primeiro voo da aeronave e no ano seguinte se iniciaram as entregas, sendo a American Airlines a cliente lançadora da aeronave, e somando as encomendas militares, a aeronave apresentou bons números de venda nos primeiros anos e era muito utilizado como propaganda por suas operadoras.

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O projeto era promissor, liderava as vendas no segmento e ofuscou seu principal concorrente (o Lockheed L-1011 TriStar) mas logo surgiram problemas que mancharam sua imagem.

FALHAS DE PROJETO

Logo após o início de suas operações, alguns problemas no projeto do avião acabaram ocasionando acidentes e incidentes, um dos mais graves ocorreu por conta da porta do porão de carga, em 1972, cerca de um ano após a entrada em serviço, o voo 96 da American Airlines teve uma descompressão explosiva por conta de uma falha no travamento da porta do porão traseiro, isso causou uma ruptura no piso da cabine de passageiros, mas a tripulação conseguiu manter os controles e pousar o avião.

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O problema das travas da porta do porão de carga foi detectado, mas houve um porém, ao ser detectado e ser achada uma solução, foi emitido um boletim de serviço como recomendação para as operadoras do DC-10, como as alterações era opcionais algumas companhias atrasaram a alteração, incluindo a Turkish Airlines, e em 1974, cerca de dois anos após o acidente do voo 96, uma aeronave da empresa apresentou o mesmo problema, mas dessa vez os pilotos não conseguiram recuperar o controle e a aeronave caiu na França.

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346 pessoas, esse foi o número de vítimas fatais, tendo nenhum sobrevivente, esse foi um dos piores acidentes aéreos da história, que foi piorado devido a uma greve de funcionários da British European Airways (BEA) que fez com que pessoas que queriam ir de Paris para Londres tivessem que pegar o voo da Turkish (que fazia a rota Istambul > Paris > Londres).

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Além desses, vários outros acidentes ocorreram, incluindo os infames voo 191 da American Airlines e o voo 232 da United Airlines, sendo o primeiro onde o pilone do motor 1 apresentou uma falha e o mesmo se desprendeu na decolagem e afetou superfícies de controle, já o segundo foi uma falha no motor 2 (da calda) que fez com que a aeronave perdesse todos os sistemas hidráulicos.

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Últimos instantes do voo 191 da American Airlines, 271 pessoas morreram (incluindo pessoas no solo).
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Voo 232 em Sioux City, 111 pessoas morreram e outras 185 sobreviveram.

AFINAL, O DC-10 MATOU A MCDONNELL DOUGLAS?

A resposta é: Não, pelo menos não totalmente, a McDonnell Douglas já vinha passando por dificuldades financeiras por anos, mesmo antes da fusão das empresas elas já vinham com problemas, os problemas com o DC-10 abalaram a confiança do público e das companhias aéreas, o que fez com que a linha de produção se encerrace logo na década de 80.

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Outro fator que complicou a McDonnell Douglas foi a concorrência, ainda nos anos 70 um grupo de países europeus se uniram e formaram um consórcio para construir um avião, surgia alí a Airbus que lançou no mercado o primeiro Wide-body bimotor, o A300, e logo depois sua principal concorrente, a Boeing, lançava o 767.

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Sem recursos, a McDonnell Douglas teve que começar a fazer "reciclagem" dos seus projetos, o DC-9 gerou variantes maiores como o MD-81 e o DC-10 o MD-11, que parecia corrigir vários dos problemas do DC-10, porém desagradou por apresentar uma performance inferior à prometida e por ainda ter três motores não pôde competir com os bimotores que agora com a nova certificação ETOPS podiam fazer voos antes restritos a eles.

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No final, os números de acidentes fatais do DC-10 se mostraram relativamente razoáveis, a pressa no projeto e dificuldade financeira da fabricante da fabricante fizeram com que os primeiros anos fossem os mais difíceis, além dos próprios problemas, existe uma hipótese que aponta que a peça de um DC-10 se soltou na pista de decolagem e foi a responsável por iniciar o evento catastrófico que levou a queda do Concorde, o que o botou cada vez mais no imaginário popular. A McDonnell Douglas foi vendida à Boeing em 1996 após quase 30 anos da fusão não suportou suas crises.

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