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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Northrop F-20 Tigershark

Northrop F-20 Tigershark

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O Northrop F-20A Tigershark foi um protótipo para um caça polivalente desenvolvido na década de 1980, e que representou o máximo aperfeiçoamento da célula do F-5E Tiger II. O inicialmente designado F-5G foi desenvolvido pela Northrop a pedido do Departamento de Estado Norte Americano numa época em que a política dos EUA impedia a exportação de caças de primeira linha, como o Grumman F-14 Tomcat e o McDonnell Douglas F-15 Eagle, para nações aliadas fora da NATO com excepção da Austrália, Israel, Egito e Irão. Porém alteração posteriores na politica restritiva de exportação de armamento dos EUA acabariam por reduzir o mercado potencial do F - 5G, já então designado F-20A, a favor de aeronaves com células mais recentes como o F-16 da General Dynamics. O F-20A competiria com o F-16 Fighting Falcon por um contrato da USAF sendo considerado bom e em alguns aspetos superior ao F-16, porém acabaria por ser preterido. Os potenciais clientes estrangeiros acabariam por tomar decisões idênticas e assim entrada em produção do F-20 tornou-se inviável por falta de encomendas e o projeto foi abandonado.

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Ano
1982
Pais de Origem
EUA
Função
Caça
Variante
F-20A
Tripulação
1
Motor
1 x turbofan General Electric F404-GE-100
Peso (kg)
Vazio
5964
Máximo 
12474

Dimensões (m)
Comprimento 
14,40
Envergadura
8,53
Altura 
4,20
Performance 
(km/h; m; km)
Velocidade
2123
Teto Máximo
16800
Raio de ação
556
Armamento
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2 x canhões de 20 mm
Foguetes
4 x Zuni de 127 mm ou
18 x SNEB de 68 mm
Mísseis:
2 x AIM-9 Sidewinder
4 x AIM-7 Sparrow ou
4 x AGM-65 Maverick
Bombas
Vários tipos incluindo Mark 80, CBU-24/49/52/58 e M129 Leaflet
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Países operadores
EUA 
Fontes
En.wikipedia.org
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GALERIA
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1º Protótipo (82-0062)
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2º Prototipo (82-0063)
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3º Prototipo (82-0064)
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Dois primeiros prototipos em voo
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2º protótipo (82-0063)
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1º protótipo (82-0062)
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HISTÓRIA
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Em 1980 a Northrop, decidiu, a pedido do Departamento de Estado Norte Americano, levar a cabo um projeto para o desenvolvimento do F-5E de onde resultaria o Northrop F-5G/F-20A Tigershark, que pretendia ser um caça de baixo custos mas apresentando um desempenho igual ao dos melhores caças de primeira linha disponíveis no mundo.

1º protótipo (82-0062) com pintura comemotativa
do aniversario do 1º voo, 1983
O Departamento de Estado dos EUA, emitiu então uma especificação para um caça intermédio destinado ao mercado de exportação conhecido como FX, pensado para atender à política de venda de armas do presidente Jimmy Carter, que afirmava que os países aliados seriam melhor servidos por aeronaves especificamente adaptado às suas necessidades, do que com os caças da linha de frente da USAF, que não seriam exportados para países terceiros, independentemente das circunstâncias. No entanto, o Departamento de Estado também deixou claro que não haveria nenhuma ajuda financeira do governo para desenvolvimento do F-5G. 

A Northrop decidiu, apesar disso avançar com o projeto, partindo do principio de que o êxito obtido pelo F-5E Tiger II serviria de suporte e asseguraria um mercado lucrativo para uma aeronave derivada mas altamente modernizada, com baixos custos de operação, mas tão eficaz em combate como o moderno F-16.

F-20 Tigershark (N4416T), Farnborough 1984
O projeto baseou-se fortemente numa versão do F-5E, projetada para atender a um requisito do Departamento de Estado Americano, destinada a ser fornecida à Republica da China (Taiwan), com suporte para misseis Sparrow e em que os dois motores J85 seriam substituídos por um único General Electric F404 , o mesmo do F/A-18. O fornecimento desta aeronave seria vetado pelos EUA, mas o projeto seria a base para o F-5G.

Embora o General Electric F404 fosse 60% mais pesado que o dois J85, foram tomadas medidas de forma a reduzir o peso total do F-5G, conseguindo-se que, no final, fosse apenas superior em 17% mais pesado F-5E conseguindo desta forma oferecer melhorias de desempenho significativas derivadas da potencia adicional oferecida pelo novo motor.

F-20 Tigershark (N4416T), Farnborough 1984
A velocidade máxima esperada pretendia-se superior a Mach 2, a taxa de subida pretendia-se que fosse 500% superior à do F-5E e a taxa de viragem 47% superior .

As entradas de ar para o motor seriam estendidas para a frente, ligeiramente aumentadas, e montadas mais longe da fuselagem, a fim de abrir espaço para uma camada limite mais espessa que ocorre a velocidades mais elevadas. Adicionalmente seriam equipados com cones de choque para assegurar o funcionamento eficaz a velocidades superiores a Mach 2.

A asa do F-5G seria sensivelmente a mesma que a do F-5E, no entanto seria provida de diferentes extensões do bordo de ataque junto à raiz, como resultado da alteração das condutas de fornecimento de ar ao motor, mas que aumentariam o coeficiente de sustentação máxima da asa em cerca de 12 por cento. 

1º e 2º prototipos
O nariz seria ligeiramente achatado e arredondado para melhorar a estabilidade em altos ângulos de ataque, e também a estabilidade direcional.

A fuselagem traseira seria mais estreita que a do F-5E como um resultado da mudança do grupo motopropulsor, mas as características de estabilidade longitudinal do F-5 anteriores foram retidos por meio da adição de um friso aerodinâmico longitudinal em ambos os lados na parte inferior da fuselagem lateral traseira. Um único bocal de exaustão de geometria variável do motor, com revestimento em compósitos de grafite, substituiria os bicos individuais do F-5E. A capacidade interna de combustível manter-se-ia inalterada, mas o menor consumo de combustível do motor F404 daria à nova aeronave um aumento de dez por cento no raio de combate.

Maqueta do cockpit do F-20 Tigershark
A melhoria do fluxo de ar em torno da parte traseira da fuselagem permitiria uma redução no tamanho do estabilizador vertical, na raiz do qual seria instalado um compartimento para o paraquedas auxiliar de travagem à retaguarda, e à frente uma tomada de ar RAM. Os estabilizadores horizontais seriam aumentados em 30% e controlados por um sistema duplo, fly-by-wire ou mecânico. 

O peso acrescido do motor moveria o centro de gravidade da aeronave para a ré.

A área da canópia seria aumentada em 44% em comparação com a do F-5E melhorando de forma importante a visibilidade do piloto e o cockpit seria projetado, para se tornar um dos mais avançados do seu tempo, por uma equipa multidisciplinar formada por pilotos, engenheiros, e especialistas e analistas do fator humano em combate aéreo.

Um dos protótipos armado com cinco bombas Mk82
Apresentaria um grande HUD General Electric central ladeado por um par de monitores monocromáticos multifuncionais, que minimizavam o trabalho do piloto pelo uso de botões para o controle dos sensores, armas, e aviónicos e um completo sistema de controlo HOTAS (Hands On Throttle And Stick). 

O conjunto de aviónicos do F-20 seria totalmente novo, muito melhorado em relação ao seu antecessor F-5E. O radar de pulso doppler multimodo General Electric AN / APG-67 (cuja base era a mesma do APG-66 do F-16A) era o centro do conjunto de sensores integrados com um HDD (head down display) Bendix, e um computador de missão Teledyne, oferecendo uma ampla gama de modos de funcionamento ar-ar e ar-terra.

Sistema de navegação eletromecânica do F-5 seria substituído por uma versão totalmente eletrônica baseado num giroscópio de anel de laser (RLG) Honeywell. 

F-20, armado com  2 misseis AIM-9J Sidewinder e
 2 AIM-7F Sparrow
O F-20 seria capaz de utilizar a maior parte das armas do inventário dos da USAF, incluindo toda a gama de bombas Mk 80, mísseis ar-terra o AGM-65 Maverick , e misseis ar-ar AIM-9 Sidewinder e AIM- 7 Sparrow. Tal como o F-5, o F-20 seria equipado com dois canhões M39 montado no nariz que podias ser substituídos por dois canhões Ford Aerospace Tigerclaw, baseados no M39 mas mais leve e com uma maior cadência de tiro.

No entanto, apesar da grande evolução face ao antecessor, o antigo design no qual se baseava, colocava um conjunto de restrições ao uso e à futura evolução do F-20. As reduzidas dimensões da aeronave, e a asa baixa com uma reduzida distância ao solo, e a posição do trem de aterragem limitavam a carga que podia ser transportada no cinco suportes disponíveis em comparação com os seus concorrentes mais diretos como o F-16. Os dois suportes em cada asa localizavam-se na área mais próxima das extremidades limitando tal como a proximidade em relação ao solo a capacidade de carga disponível, limitada a 454kg de peso por suporte e a dimensão da carga. O único suporte sob a fuselagem podia transportar uma bomba Mk 84 de 907kg ou cinco bombas Mk 82 de 207kg. 

F-20, com cinco bombas Mk82 no suporte central,
dois tanques de combustível nos pilares internos da asa,
duas bombas guiadas por laser GBU-12 e
dois AAM-9 Sidewinder
A USAF ficou suficientemente interessada no projeto e por isso encomendou a construção de quatro exemplares do F-5G para avaliação, que receberiam as matriculas 82-0062 a 82-0065, o primeiro dos quais realizaria o primeiro voo a partir da Edwards AFB em 30 de Agosto de 1982 (a aeronave tinha também o registo civil N4416T).

Embora bastante diferente do F-5 o Tigershark foi originalmente designado por F-5G, no entanto em novembro de 1982 a pedido da Northrop, que o considerava um caça tecnologicamente avançado, completamente novo, superior ao F- 16 em vários aspetos fundamentais, a USAF resignou-o de F-20A.

Oferecido como uma opção de baixo custo, o F-20 era significativamente mais caro do que o F-5E, mas muito mais barato do que outros aeronaves, como o F-15 Eagle ($30.000.000), ou o F-16 Fighting Falcon ($15.000.000), consumia 53% menos combustível, exigia menos 52% de mão de obra de manutenção, e tinha custos de operação 63% inferiores a outras aeronaves equivalentes. Além disso o F-20 também oferecia capacidade para disparar o míssil ar-ar Sparrow AIM-7 (para além do alcance visual), uma capacidade que o F-16 não tinha naquela época, e não ganhou até que a versão Block 15 ADF em fevereiro de 1989.

F-20, armado com  2 misseis AGM-65 Maverick  e
 2 AIM-9J Sidewinder
O F-20A foi apresentado no Paris Air Show em 1983 e em Farnborough, em Inglaterra, em 1984. 

Northrop tinha a grande esperança de que o F-20A seria o sucessor natural para o F-5E Tiger II no mercado de exportação. Até contratou o famoso piloto de testes Chuck Yeager como um "consultor" para apresentar as virtudes do F-20A na esperança de que isso aliciasse potenciais clientes para compra do F-20A.

No entanto, sob a nova administração do presidente Ronald Reagan, que assumiu o cargo em 20 de janeiro de 1981, a politica americana relativa à exportação de armas sofreu uma profunda alteração passando a haver menos relutância em vender armas avançadas ao países aliados. Ficou particularmente claro que o F-16 seria agora disponibilizado para exportação, e seria um sério concorrente para o F-20 no mercado mundial de armas. 

A primeira encomenda foram quatro aeronaves Tigershark para o Bahrein, no entanto era demasiado pequena para dar início à produção em serie (a incerteza quanto à entrega das aeronaves levaria posteriormente que a encomenda fosse alterada para F-5E Tiger II).

Teste de disparo de misseis AGM-65 Maverick
Embora o F-20 demonstrasse uma excelente performance, em muitos aspetos superiores à do General Dynamics F-16, o seu mais provável concorrente, que parecia torna-lo atraente para as forças aéreas estrangeiras, rapidamente se tornou evidente que sem uma encomenda suficientemente volumosa que justificasse o início da produção, esta teria que ser adiada.

Uma encomenda da USAF para o F-20 foi rapidamente considerada bastante improvável, uma vez que o F-16 já tinha virtualmente conquistado todos os contratos para o fornecimento de caças para a USAF. No entanto, em 1985, o Congresso Norte Americano começava a manifestar preocupações com o elevado orçamento para a defesa ao mesmo tempo se verificavam atrasos na entrega dos F-15 e F-16 já encomendados. 

Percebendo a oportunidade, em 3 de Abril de 1985, a Northrop ofereceu à USAF, 396, F-20, pelo valor de unitário de quinze milhões de dólares (mais baratos que os F-16C em produção), que segundo a Northrop seriam um excelente complemento para o F-16. A aeronave da General Dynamics tinha capacidades de interdição de longo alcance superiores mas o F-20 oferecia tempos de reação muito mais rápidos sendo provavelmente melhor no combate ar-ar a curto alcance, sendo por isso mais adequado para a defesa aérea continental.

1º Prototipo, armado com cinco bombas Mk82
A proposta da Northrop foi fortemente considerada no entanto, a USAF acabaria por optar por modificar um lote de F-16A para o padrão F-16ADF para o papel de defesa aérea continental, condenando definitivamente o F-20A.

A falta de uma encomenda da USAF tinha inviabilizado a entrada em produção do F-20A tornando a sua comercialização para o estrangeiro também inviável por falta de um número mínimo de encomendas. Os potenciais clientes seguiam agora a USAF voltando-se para o F-16 com uma célula mais moderna e maiores possibilidades de evolução no futuro, e que a nova politica americana de venda de armamento possibilitava que fosse adquirido pelos países aliados dos EUA.

Depois de ter gasto mais de 1,2 mil milhões de dólares no projeto, a Northrop encerra oficialmente o programa do F-20 em 17 de novembro de 1986, abandonando todos os trabalhos em curso no quarto protótipo.

Dos três F-5G/F-20A construídos dois seriam destruídos em acidentes durante voos de demonstração em outubro de 1984 (82-0062, N4416T) naBase Aérea de Suwon, na Republica da Coreia do Sul, e maio de 1985 (N3986B) em Goose Bay, no Canada. As investigações aos acidentes verificaram que ambos os pilotos tinham perdido a consciência durante a execução de manobras de alto G, provocando o despenhamento das aeronaves.
1º Prototipo, lançando bombas de queda livre Mk82

O único sobrevivente o terceiro Northrop F-20A, (82-0064, N44671), está em exposição no centro de Ciências da Califórnia, em Los Angeles, Califórnia.

O F-20 é hoje por muitos considerado o melhor caça até hoje desenvolvido e que nunca entrou em produção, devido fundamentalmente a fatores políticos, sendo o primeiro (e único) caça norte americano a ser desenvolvido unicamente com fundos privados. A competição entre o F-20 e o F-16 foi também importante pois permitiu baixar os preços das aeronaves e com isso gerar importantes poupanças ao orçamento da USAF.

DESENHOS
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PERFIL
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FONTES

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