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domingo, 30 de julho de 2023

40 anos da 1ª decolagem do Embraer 120 Brasília; veja sua história

 40 anos da 1ª decolagem do Embraer 120 Brasília; veja sua história

Hoje (29), uma das aeronaves mais emblemáticas da trajetória da Embraer está assoprando 40 velinhas. Estamos falando do E120 Brasília, turboélice que se tornou popular em décadas atrás.

Com o sucesso do E110 Bandeirante, a então novata fabricante de aeronaves brasileira decidiu na década de 70 dar um importante passo em sua evolução. A Embraer via uma grande oportunidade no segmento aéreo regional, principalmente em países como os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, outros turboélices, como o ATR 42, Dash 8, Saab 340 e Fokker 50 também surgiam no mercado e fariam frente ao novo produto brasileiro.

O projeto do novo bimotor se iniciou em 1974 com o nome de Araguaia e trazendo elementos, como a empenagem em “T”, do E121 Xingu. Em 1979, a Embraer oficializou o lançamento da aeronave e a renomeou como EMB 120 Brasília.

A fabricante escolheu, de início, os então novíssimos motores PW115 da Pratt & Whitney, que, em conjunto com as hélices desenvolvidas pela Hamilton Standard, permitiriam ao bimotor chegar a velocidades superiores a 500 km/h. Em outra versão, a Embraer atualizou o modelo com os motores PW118, ainda mais potentes.

Foto: Embraer

A apresentação oficial veio a acontecer quatro anos depois do lançamento, no mesmo dia do primeiro voo. Era uma sexta-feira, 29 de julho de 1983, quando o protótipo de matrícula PT-ZBA decolou pela primeira vez. Outros dois protótipos foram construídos, PT-ZBB e PT-ZBC, e, após cerca de 2.500 horas de voos de teste acumuladas, o turboélice ganhou sua certificação pelo Centro Técnico de Aeronáutica (CTA) em maio de 1985, seguida da FAA dois meses depois.

Desenhado para acomodar 30 passageiros, voar até uma altitude de 29.800 pés e a distâncias de até 1.750 km, o EMB 120 rapidamente começou a ganhar clientes e a primeira entrega aconteceu para a norte-americana Atlantic Southwest Airlines (ASA), que recebeu o exemplar de matrícula N210AS em agosto de 1985. No ano seguinte, o Brasília foi o primeiro avião brasileiro a ser homologado na Alemanha. Enquanto o E110 Bandeirante iniciou sua carreira no Brasil e posteriormente foi exportado, o E120 Brasília fez o caminho inverso e já começou com carreira internacional.

Foto: Wikimedia

Além dos Estados Unidos, o turboélice também se popularizou na Europa, ganhando encomendas da DLT, subsidiária da Lufthansa; DAT, da Bélgica; Air Littoral, que voava nas cores da Air France; e na Noruega Norsk, que efetuava um longo voo com o modelo, conectando as cidades de Sandefjorde e Alta, no Círculo Polar Ártico.

Além da versão de passageiros, a fabricante brasileira desenvolveu outras versões do bimotor, como a militar, cargueira, Quick Change e também a ER com maior alcance.

O E120 se tornou bastante popular nos Estados Unidos

No Brasil mesmo o E120 demorou para emplacar e a Força Aérea Brasileira foi a primeira operadora do modelo no País com a chegada do FAB2001 em janeiro de 1987. Na FAB, o bimotor ganhou o designativo VC-97. Já em serviço comercial em empresas aéreas, o Brasília estreou em sua terra natal no ano seguinte, quando a Rio-Sul recebeu o PT-SLA, em fevereiro de 1988.

Foto: Arquivo Flap

A partir de então, diversas empresas aéreas brasileiras aderiram ao modelo, como a Nordeste, Pantanal, Trip, Passaredo, Penta, Meta, Piquiatuba, InterBrasil, Sete, Rico, Total, entre outras.

Ao todo, a Embraer produziu 357 unidades do Brasília, que não ficou preso somente entre Estados Unidos, Europa e Brasil. Companhias na África, Ásia, Oceania e de outros países nas Américas também adquiriram o bem-sucedido turboélice brasileiro, que foi predecessor da primeira linha de jatos comerciais da Embraer: a família E145.

Dupla de E120 da australiana Network

40 anos após sua primeira decolagem, o EMB 120 Brasília continua ativo no Brasil e também em diversas outras nações. Entre as operadoras atuais com maior quantidade do modelo em suas frotas estão a Força Aérea Brasileira (militar), com 18 ativos; a Ameriflight (carga e fretamentos), com 16 ativos; e a InterCaribbean (voos regulares de passageiros), com 10 ativos.

Você já voou em um Embraer Brasília?

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