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terça-feira, 18 de julho de 2023

O BATISMO DE FOGO DA FORÇA AÉREA ARGENTINA NA GUERRA DAS MALVINAS/FALKLANDS: MIRAGES E DAGGERS CONTRA OS SEA HARRIERS!

 


No dia 1° de maio de 1982, a Força Aérea Argentina (FAA) iniciou suas operações de combate real contra as forças inglesas que iniciaram a operação de retomada das ilhas (Operação Corporate), com ações primeiramente defensivas de sua Artilharia Antiaérea (AAe). Na madrugada do dia 1°, ocorreu o primeiro ataque dos Avro Vulcan da Real Força Aérea Britânica (RAF) da “Operação Black Buck 1”, vindo da Ilha de Ascensão, que causou apenas danos leves na então “BAM Malvinas”. Os feridos foram evacuados para Puerto Argentino (Port Stanley) por um Boeing CH-47 Chinook da FAA, o H-91.

Um Dassault Mirage IIIEA da Força Aérea Argentina em 1982.
Um caça V/STOL BAe Sea Harrier inglês em 1982.

Por volta das 15h45min ocorreu a decolagem da Esquadrilha “Dardo”, formado por dois Dassault Mirage IIIA, da BAM Río Gallegos. Seriam os primeiros a lutar contra o pequeno caça V/STOL BAe Sea Harrier. Durante o engajamento, próximo as ilhas, um Mirage foi abatido por um Sea Harrier que disparou com sucesso um míssil AIM-9L Sidewinder. O piloto argentino (primeiro-tenente Carlos “Charlie” Perona) conseguiu ejetar do Mirage IIIEA de matricula I-015 e foi resgatado. O outro avião (I-019), com pouco combustível, foi danificado por um AIM-9L e tentou pousar na BAM Malvinas, que estava em alerta vermelho, e foi abatido pela própria artilharia antiaérea argentina, tendo sido confundido com uma aeronave inglesa. Seu piloto, o capitão Gustavo Argentino García Cuerva, acabou morrendo com a queda no mar.

O primeiro-tenente Carlos Perona (esquerda) e o capitão Gustavo Argentino Garcia Cuerva (direita).

Abaixo podemos ver uma filmagem realizada por uma equipe de TV argentina em Puerto Argentino (Port Stanley) mostra o caça Dassault Mirage IIIEA da Força Aérea Argentina (I-019) avariado tentando pousar na BAM Malvinas. Ele balança as asas provavelmente para demostrar que é uma aeronave amiga. Segundos depois ele é abatido por uma bateria antiaérea argentina que o confundiu com uma aeronave inglesa. Ele não conseguiu ejetar e caiu no mar próximo a Puerto Argentino, mas seus restos mortais nunca foram encontrados.

Às 15h54min, da BAM Río Grande decola um único IAI Dagger (a outra aeronave abortou a decolagem por problemas técnicos) da Esquadrilha “Rubio” (C-433), que, vetorado pelo radar da BAM Malvinas, enfrenta dois Sea Harrier inimigos também próximo as ilhas. O piloto argentino é o primeiro a atacar e disparar um míssil Rafael Shafrir fora dos parâmetros, mas que consegue chegar perigosamente do avião inglês. Enquanto isso, o outro Sea Harrier o abateu com um míssil AIM-9L Sidewinder. O piloto, o primeiro-tenente José Leonidas Ardiles (primo do famoso ex-jogador de futebol, que ironicamente jogava na Inglaterra, Osvaldo Ardiles), não conseguiu ejetar e morreu.

Um IAI Dagger da Força Aérea Argentina, ostentando o padrão de camuflagem que usava em 1982.
O primeiro-tenente José Leonidas Ardiles.

Além dos Mirages e Daggers, houve a decolagem de três bombardeiros BAC Canberra da BAM Trelew, que foram interceptados por um elemento de Sea Harrier, com um dos Canberra sendo abatido pelos ingleses e sua tripulação, o tenente Eduardo de Ibáñez e o primeiro tenente Mario González, embora conseguiram ejetar, não puderam ser resgatados e morreram por exposição às águas geladas do Atlântico Sul.

Um bombardeiro BAC Canberra nas cores da Força Aérea Argentina em voo.

Ainda no dia 1° de maio, duas aeronaves Lockheed KC-130H Hercules efetuaram três surtidas de Río Gallegos efetuando missões de exploração, busca e salvamento para tentar localizar pilotos abatidos e orientar os helicóptero de resgate, além de efetuar missão de reconhecimento.

Os Lockheed KC-130 Hercules argentinos foram bastante úteis para missões de Reabastecimento Aéreo (REVO), Busca e Salvamento (SAR), reconhecimento e esclarecimento naval, dentre outras.

As aeronaves do Esquadrão Fênix (formado por militares e civis convocados e voluntários, juntamente com suas aeronaves) também efetuaram surtidas de reconhecimento e esclarecimento naval, além de simular aeronaves de caças para despistar as aeronaves inglesas.

O saldo do primeiro dia de combate não foi bom para a Força Aérea Argentina, com quatro aeronaves abatidas e três pilotos e tripulantes mortas. Mesmo assim os pilotos argentinos continuariam lutando com muita bravura e honra contra um poderoso inimigo por mais 43 dias até o fim da guerra, no dia 14 de junho.

NOTA: O Canal Militarizando homenageia e saúda os bravos pilotos argentinos, que cumpriram sua missão, mesmo com o sacrifício de suas vidas, com honra e glória.

IMAGEM DE CAPA: Arte representando o combate aéreo entre um Sea Harrier inglês e um Dassault Mirage IIIEA argentino, na tarde do dia 1º de maio de 1982.

FONTE: Força Aérea Argentina

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