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segunda-feira, 13 de março de 2017

CONHEÇA AS MÁQUINAS VOADORAS DE SANTOS-DUMONT Considerado o inventor do avião, apesar de controvérsias, o “Pai da Aviação” iniciou sua carreira aérea com balões

Santos-Dumont foi o inventor da primeira máquina voadora que decolou por meios próprios
Santos-Dumont foi o inventor da primeira máquina voadora que decolou por meios próprios
Alberto Santos-Dumont pode não ter sido o primeiro homem a voar, mas foi a partir de seu primeiro aeroplano, o famoso “14-Bis”, que a aviação começou a se desenvolver de fato. Antes de seu primeiro voo em Paris, em 12 de novembro de 1096, os irmãos Wright já haviam conseguido fazer decolar o “Wright Flyer I” três anos antes nos Estados Unidos, mas com o auxílio de uma catapulta. O avião de Dumont, em contrapartida, alçou voo com o próprio motor, como acontece até hoje.
No entanto, antes de voar com o 14-Bis, o engenheiro “auto-didata” brasileiro vivendo na França iniciou sua carreira aérea com balões. Não só isso, é creditado a Santos Dumont a invenção do dirigível. Até então um balão voava sem controle, sendo empurrado apenas pelo vento. Dumont modificou o conceito ao inserir um motor a gasolina que girava uma hélice, dando total controle ao aerostato.
Comemora-se no dia 20 de julho o aniversário de Santos-Dumont. No entanto, o primeiro aviador brasileiro se foi de forma prematura, tendo se suicidado do dia 23 de julho de 1932 no Guarujá (SP) aos 59 anos de idade. Sua morte é atribuída ao uso bélico do avião, que ia contra os ideais de Dumont, que pretendia uma utilização pacífica de seu invento.
Aviões foram utilizados para bombardear São Paulo durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Muitas dessas aeronaves sobrevoaram o Guarujá antes de atacar a capital, visão que teria motivado o suicídio de Santos-Dumont, segundo apontam relatos históricos. O corpo do aviador está enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, e seu coração foi preservado e hoje está exposto no museu da Força Aérea Brasileira em Campos dos Afonso.
Conheça as principais máquinas voadoras de Santos-Dumont:
Brésil
O balão "Brésil" era inflado com hidrogênio, um novo (e perigoso) conceito da época
O balão “Brésil” era inflado com hidrogênio, um novo (e perigoso) conceito da época
A primeira vez que Santo-Dumont voou foi a bordo do balão esférico “Brésil” (“Brasil”, em francês). O aparelho, que não tinha nenhuma forma de controle direcional, era inflado com hidrogênio. Outros balões dessa época alçavam voo ao encher a câmara com ar quente. O invento do balão, aliás, é creditado a outro brasileiro: o padre Bastolomeu Gusmão, em 1709.
N-1
O projeto N-1 de Santos-Dumont foi o primeiro dirigível da história
O projeto N-1 de Santos-Dumont foi o primeiro dirigível da história
Considerado o primeiro balão motorizado da história, o N-1 foi a primeira máquina voadora projetada por Santos-Dumont que podia ser controlada. O aparelho, com 25 metros de comprimento e equipado com um motor a gasolina, decolou pela primeira vez em 1898, mas acabou rasgando antes de realizar alguma manobra. Dois depois, reparada, o dirigível voou novamente, tendo realizado uma série de movimentos no ar, provando que o conceito funcionava. Um imprevisto, porém, encurtou a viagem: a bomba encarregada de manter o balão inflado falhou e ele começou a murchar a 400 metros de altura. Felizmente, o aviador conseguiu pousar com segurança.”Diminui a velocidade da queda, evitando assim a maior violência do choque. Variei desse modo o meu divertimento: subi num avião e desci numa pipa”, revelou Santos-Dumont ao jornal Le Petit Journal.
N-3
O dirigível N-3 decolou em Paris no dia do "fim do mundo"
O dirigível N-3 decolou em Paris no dia do “fim do mundo”
Em 1899 Santos-Dumont projetou o dirigível N-3, um novo balão com formato alongado e inflado com gás de iluminação, com 20 metros de comprimento. O aparelho decolou no dia 13 de novembro daquele ano, data em que, de acordo com alguns astrólogos, o mundo acabaria. O planeta continuou existindo e Dumont contornou pela primeira vez a Torre Eiffel pela primeira vez, gesto que seria repetido com os outros balões criados pelo brasileiro.
N-5
O N-5 foi a primeira máquina voadora a contornar a Torre Eiffel, em 1901
O N-5 contornando a Torre Eiffel, em 1901
O dirigível N-5 foi a primeira máquina voadora Santos-Dumont a receber um prêmio, em 1901. O aparelho foi uma resposta do brasileiro para participar do “Premio Deutch”. A competição consistia em criar um dirigível que fosse capaz de decolar do parque de Saint Clouf, contornar a Torre Eiffel a 11 km de distância, e depois retornar em segurança ao ponto de origem, tudo isso em 30 minutos. Com o aparelho voando a uma média de 22 km/h, Dumont venceu a disputa e embolsou 100 mil francos.
N-9
Santos-Dumont voava com frequência sobre Paris com o N-9
Santos-Dumont voava com frequência sobre Paris com o N-9
Pensando em popularizar o dirigível, Santos-Dumont criou em 1903 o N-9, um aparelho portátil com menos de 10 metros de comprimento e um motor de 3 cavalos de potência. Para mostrar sua praticidade, o inventor brasileiro voava com frequência a bordo do N-9 sobre Paris, pousando em diversos locais da cidade. Para partir com o aparelho diretamente de sua casa, Dumont criou uma plataforma de atracamento na varanda de sua casa na França.
N-10
O N-10 era um projeto de dirigível para transportar até 20 passageiros
O N-10 era um projeto de dirigível para transportar até 20 passageiros
Após criar uma série de dirigíveis de uso individual, Santos-Dumont propôs em 1905 o primeiro projeto de transporte público aéreo. O N-10 tinha capacidade para transportar 20 passageiros e foi chamado por seu criador de “Ônibus”. Foi a maior máquina voadora criada pelo inventor brasileiro, com 48 metros de comprimento. Devido a complexidade do pouso com uma aeronave tão grande, Dumont sugeriu que as pessoas embarcassem em cestos, que seriam puxadas até o dirigível uma a uma. O modelo, no entanto, não teve fins comerciais.
N-14
O projeto N-14 combina um avião a um balão de sustentação
O projeto N-14 combina um avião a um balão de sustentação
O embrião do primeiro avião de Santos-Dumont nasceu no projeto N-14, em 1904, que combinava um balão preso a um aeroplano, já muito semelhante ao 14 Bis. Extremamente instável, o aparelho tinha dificuldade para se manter no ar preso ao balão. O inventor planejava inscrever seu projeto em uma nova competição de máquinas voadoras, mas acabou convencido de um avião precisava voar por seus próprio meios e seguiu com seus testes.
14-Bis
O primeiro voo do 14-Bis aconteceu em 12 de novembro de 1906. O aparelho voou por 220 metros (Fotos - Domínio Público)
O primeiro voo do 14-Bis aconteceu em 12 de novembro de 1906. O aparelho voou por 220 metros (Fotos – Domínio Público)
No dia 12 de novembro de 1906 decolou o que é considerado por muitos o primeira máquina mais pesada que o ar, o 14-Bis. Evolução do projeto N-14, mas desta vez sem o balão de sustentação, o novo invento de Santos-Dumont tinha um motor de 50 cv (o dobro do usado no N-14) e um formato de “biplano invertido”, com as asas na parte traseira e o controles da frente. O aparelho decolou da praça Bagatelle, em Paris, e voou por cerca de 220 metros a oito metros de altura a 30 km/h e pousou em segurança. Estava consagrada a invenção do avião.
Demoiselle
Santos-Dumont construiu 50 unidades do Demoiselle
Santos-Dumont construiu 50 unidades do Demoiselle
O último avião desenvolvido por Santos-Dumont foi N-19, também conhecido como Demoiselle. A aeronave experimental voou em 1907 e é considerado o pioneiro dos ultra-leves, gênero de aviões que seria retomado somente na década 1970. O Demoiselle era construído de bambu e possuía um motor de 20 cv, o suficiente para levar o aeroplano a velocidade máxima de 120 km/h. Foram construídas 50 unidades do modelo, que serviriam de passo inicial para inúmeros outros engenheiros e aviadores aprenderem a voar e criarem seus próprios aviões.
Outros inventos de Santos-Dumont
Além do avião e o dirigível, também é creditado a Santos-Dumont a invenção do hangar, em 1901. A estruturas foram projetadas pelo inventor brasileiro justamente para poder guardar em segurança seus dirigíveis. O brasileiro também é considerado o inventor do relógio de pulso, mas isso não é totalmente certo.
Enquanto viveu em Paris, Santos-Dumont era um amigo próximo de relojoeiro Louis Cartier, a que sugeriu em 1904 criar um relógio com pulseira para ser usado no pulso. Até então, os relógios da moda eram os de bolso que ficavam presos a calça por um corrente. A versão aceita é de que os relógios de pulso surgiram no início do século XIX, criado pelo relojoeiro francês Abraham Louis Breguet.
Santos-Dumont também estudou o uso de asas rotativas no projeto N-12 de 1906, que é considerado uma forma rudimentar de helicóptero.

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