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sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Final Flight: há 9 anos era operado o último voo comercial com passageiros do MD-11

Ontem (26), completou-se 9 anos do último voo comercial com passageiros de um dos trijatos mais emblemáticos da aviação. Atualmente, menos de 100 MD-11 ainda continuam ativos ao redor do mundo, somente realizando voos cargueiros.

Desenhado e fabricado pela norte-americana McDonnell Douglas, o programa do MD-11 foi lançado no final de 1986 e foi baseado no projeto de seu ‘irmão mais velho’, o Douglas DC-10. Quando anunciado, o novo trijato da fabricante norte-americana obteve quase 100 pedidos, sendo 52 firmes e 40 como opção de compra. A brasileira Varig estava entre as primeiras empresas aéreas a encomendar o modelo.

O primeiro voo do trimotor aconteceu no dia 10 de janeiro de 1990 e, no final daquele ano, o MD-11 obteve a sua certificação junto à Agência Nacional de Aviação Civil dos EUA (FAA). Mesmo certificado, o projeto enfrentava problemas, principalmente relacionados à performance da aeronave.

A primeira entrega aconteceu em dezembro de 1990 para a Finnair, que foi a empresa lançadora do modelo. O primeiro voo comercial aconteceu no dia 20 de dezembro daquele ano e foi entre Helsinki, na Finlândia, e Tenerife, nas ilhas Canárias.

Foto via Ken Fielding

A McDonnell Douglas passava uma crise financeira e o sucessor do DC-10 era uma de suas últimas cartadas para continuar viva. A fabricante estimava vender 300 unidades do MD-11, mas as previsões não se concretizaram.

Mesmo encomendado por grandes empresas aéreas, como Alitalia, American Airlines, Varig, KLM, Thai Airways, Fedex, Korean Air, Delta Air Lines, entre outras, o MD-11 enfrentava dificuldades para emplacar no mercado dos widebodies, que na época era dominado por Boeing 747, Airbus A300/310, DC-10 e o Lockheed Tristar.

Jatos bimotores como o Boeing 767 começavam a ganhar visibilidade. Os lançamentos do Boeing 777 e do Airbus A330, que eram ainda mais econômicos e tecnológicos, aconteceram no início da década de 90, colocando os bimotores entre as prioridades das companhias. Essa questão somada aos problemas de performance que vinham decepcionando algumas empresas, como a American Airlines, acabaram por afetar o desempenho comercial do MD-11.

Após a fusão entre McDonnell Douglas e a Boeing, ficou decidido que somente a variante cargueira seria produzida e o último MD-11 da versão de passageiros foi entregue à Sabena em 1998. Três anos depois, em 2001, a Boeing entregou os dois últimos exemplares cargueiros à Lufthansa Cargo, encerrando assim a curta vida de produção do trijato. Ao todo, exatas 200 unidades do MD-11 foram produzidas.

Aos poucos as empresas aéreas começaram a substituí-los com jatos mais modernos e econômicos.

Aqui no Brasil, a TAM, a Vasop e a Varig operaram o trimotor da McDonnell Douglas. O último MD-11 a voar por uma empresa aérea brasileira foi o PT-MSJ (pela TAM) que deixou o país em dezembro de 2008.

A KLM “segurou” o modelo em sua frota até o ano de 2014, época em que ela era a única linha aérea continuar voando com a versão de passageiros do MD-11. Neste mesmo ano, ela chegou a realizar um voo com o trijato para o Brasil durante a Copa do Mundo, que aconteceu entre os meses de junho e julho. Naquele período, ela ainda contava com 4 unidades do modelo em operação.

Em outubro de 2014, chegou o momento de se despedir do icônico avião. A empresa marcou o último voo do MD-11 para o dia 26 de outubro daquele ano. O MD-11 de matrícula PH-KCE decolou no começo da noite do dia 25 do aeroporto internacional de Montreal, no Canadá, cumprindo o voo KL672 até Amsterdam, nos Países Baixos, onde pousou na madrugada do dia seguinte (26) após pouco mais de 6 horas de voo. No aeroporto de Schiphol (Amsterdã), a aeronave foi recebida com um batismo de despedida, colocando assim um ponto final em seus serviços regulares transportando passageiros. Assista abaixo ao vídeo do último voo:

Posteriormente, a empresa chegou a realizar três voos locais, chamados de Farewell Flights, levando entusiastas que queriam se despedir do modelo.

Desde então, o MD-11 continua ativo somente realizando voos cargueiros.

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