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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Os F-15C Eagle da USAF na Operação Escudo do Deserto

 


Guias de solo caminham ao lado de uma aeronave F-15C Eagle da 1st Tactical Fighter Wing enquanto a aeronave taxia no pátio durante a Operação Desert Shield



A Guerra do Golfo” – Antecedentes

As operações militares que a partir de janeiro de 1990 passaram à História como “A Guerra do Golfo” (desencadeadas pelas que ainda hoje são amplamente consideradas como as mais poderosas concentrações de forças militares já presenciadas pela Humanidade, oficialmente designadas “Operation Desert Storm”, Operação Tempestade no Deserto) tiveram como fato motivador a invasão do território do Kuwait por contingentes das Forças Armadas do Iraque em 2 de agosto do ano anterior.

Na realidade, contudo, este foi o ápice de uma intenção que se anunciou publicamente pouco mais de um ano antes, em 16 de julho de 1989.

Naquela data, o Iraque enviou uma carta para a Liga Árabe protestando pela política de produção e preços de petróleo praticada pelo Kuwait. No dia seguinte, o ditador iraquiano Saddam Hussein ameaçou usar a força para resolver aquelas queixas, com o aumento da atividade aérea e o movimento de duas divisões do exército iraquiano tendo sido observados em 18 Julho.

Ações tomadas pelos estados do Golfo na semana seguinte às primeiras ameaças do Iraque de usar a força e os movimentos correspondentes das tropas iraquianas foram ambíguos. As forças sauditas e do Kuwait aumentavam seu estado de alerta em reação às ações militares iraquianas, alerta este que era levantado e abaixado de acordo com diferentes eventos no período anterior à invasão. As intenções contraditórias de estar pronto para responder ao acúmulo de tropas iraquianas e não parecer provocativo causou a ambiguidade e produziu sinais confusos.

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) se reuniu em 26 de julho daquele ano e o resultado foi visto por muitos nas nações árabes como um sinal otimista de que a crise poderia ser resolvida pacificamente, o que não se confirmou até o ano seguinte.

Em 27 de julho de 1990 foi relatado que seis divisões iraquianas estavam localizadas na fronteira com o Kuwait. Reuniões bilaterais entre o Iraque e Kuwait ocorreram em 31 de julho, sob o patrocínio do presidente egípcio Hosni Mubarak, mas foram suspensas em 1º de agosto.

Nas primeiras horas da manhã de 2 de agosto, o Iraque invadiu o Kuwait. Mas muitos pensaram que o Iraque estava apenas fingindo influência nas negociações. As nações árabes não chegaram a um consenso, o que levou a uma relutância em pedir ou aceitar assistência dos Estados Unidos. Por outro lado, os Estados árabes desejavam manter o problema um assunto interno e minimizar a intervenção ocidental.

Uma aeronave F-15C Eagle da 1st Tactical Fighter Wing taxia em direção ao seu hangar protegido durante a Operação Desert Shield

A “Operação Escudo do Deserto”

Logo após a invasão, foi tomada a decisão de implantar forças norte-americanas para a região, mas o problema de ganhar acesso para a península árabe ainda não estava resolvido.

Equipes de Batalha foram convocadas para desenvolver opções e fazer preparativos, mas, na ausência de orientação concreta, apenas iniciativas de planejamento e mobilização limitada foram tomadas até que a ordem de implantação fosse recebida.

Depois de um curto período para consulta governos árabes, a ordem de implantação de forças de combate foi transmitida em 7 de agosto. Era o início da “Operação Escudo no Deserto” (Operation Desert Shield), planejada tanto para servir como uma reação inicial ao deslocamento iraquiano quanto para o acúmulo de forças a serem empregadas em um futuro contra-ataque.

Os F-15C Eagle da USAF na Operação Escudo do Deserto

 Aeronaves F-15C Eagle da 1st Tactical Fighter Wing em uma área de espera após desdobramento durante a Operação Desert Shield

Logo após a invasão, foi tomada a decisão de desdobrar forças norte-americanas para a região, mas o problema de ganhar acesso para a península árabe ainda não estava resolvido.

Equipes de Batalha foram convocadas para desenvolver opções e fazer preparativos, mas, na ausência de orientação concreta, apenas iniciativas de planejamento e mobilização limitada foram tomadas até que a ordem de implantação fosse recebida.

Depois de um curto período para consulta governos árabes, a ordem de implantação de forças de combate foi transmitida em 7 de agosto. No dia seguinte, um esquadrão de F-15Cs (os 24 Eagles do 71º Esquadrão de Caças Táticos da 1ª Ala de Caças Táticos, sediado na Base Aérea de Langley, Virginia) pousaram na Base Aérea de Dhahran Ar Base, Arábia Saudita. Em nove de agosto, outros 25 F-15C de outro esquadrão da mesma Ala (o 27º Esquadrão de Caças Táticos) foi deslocado para a mesma base aérea saudita.

No final daquele mês, a força de F-15C da USAF foi reforçada por 24 unidades dos 58º e 60º Esquadrões de Caças Táticos da 33ª Ala de Caças Táticos baseada em Eglin, na Flórida, que passaram a voar a partir da Base Aérea Rei Faisal (também conhecida como Base Aérea deTabuk), além outros F-15C operados pelo 53º Esquadrão de Caças Táticos administrado pela 36ª Ala de Caças Táticos, sediada em Bitburg, na então Alemanha reunificada, que chegariam apenas no fim de dezembro de 1990.

Vista inferior de uma aeronave F-15 Eagle armada com mísseis AIM-9 Sidewinder e AIM-7 Sparrow

O briefing com as tripulações dos primeiros Eagles a chegarem à Arábia Saudita começou às 13h30 do dia 7 de agosto de 1990 e durou 20 minutos. Os preparativos para o deslocamento demoraram 3 dias e o briefing é bastante complicado, mas não há muitas perguntas a serem feitas porque não há tempo para fazê-las. A decolagem aconteceu às 17h30, com os vinte e quatro F-15 divididos em quatro grupos de seis aeronaves, com 30 minutos de intervalo, armadas com 4 mísseis AIM-9 Sidewinder, 4 AIM-7 Sparrow e os 940 projéteis para o canhão Vulcan M61 de 20mm.

Após um voo de 14 horas que incluiu alguns reabastecimentos, o 71º Esquadrão de Caças Táticos pousou na Arábia Saudita. A 1º Ala de Caças Táticos foi deslocada totalmente, com mais de 1.500 membros, que integrava o 1º Esquadrão de Forças de Segurança, o 1º Esquadrão de Serviços, o 1º Esquadrão de Controle, 1º Esquadrão de Engenheiros e, finalmente, o 1º Grupo Médico. Sob às ordens da 14ª Divisão Aérea Provisória, os pilotos começaram a voar missões de Patrulha Aérea de Combate na fronteira saudita com o Iraque.

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