Pesquisar este blog

domingo, 17 de dezembro de 2023

10 aviões de combate com asas de geometria variável

 

F-14 durante testes do sistema de modificação de geometria das asas. Esta configuração não é usada em voo, sendo a simulação de uma eventual falha

Asas enflechadas ou em formato de delta são perfeitas para aeronaves de alto desempenho: permitem voar a altas velocidades e ganhar altura rapidamente. Por outro lado, asas praticamente retas são ótimas para um controle melhor a baixa velocidade, facilitam pousos em pistas menores e diminuem o consumo de combustível em voos de cruzeiro.

Engenheiros aeronáuticos encontraram uma curiosa solução para o impasse: asas de geometria variável. Foram criados mecanismos para que as asas das aeronaves mudassem de ângulo no meio do voo. Isso permitiria, em uma mesma missão, se beneficiar em um momento das vantagens de um ângulo de asa, e em outro momento aproveitar os benefícios de outra configuração aerodinâmica.

Confira abaixo uma lista de 10 aeronaves de combate com essa característica:

Grumman F-14 Tomcat

Famoso pelo filme Top Gun, o Grumman F-14 Tomcat foi um desafio para os engenheiros da década de 60. O projeto do F-14 previa, portanto, um caça capaz de voar a altas velocidades (mais de 2 vezes a velocidade do som), a um elevado nível de voo (acima de 16 mil metros) e capaz de subir rapidamente (230 metros por segundo). Porém, ao mesmo tempo, precisava ser capaz de se aproximar a baixa velocidade para pouso em porta-aviões da US Navy, ter capacidade de manobrar a baixa velocidade para o caso de se envolver em um combate a curta distância e poder permanecer de alerta em voo em um regime de baixo consumo de combustível.

A soma desses requisitos teve uma resposta clara: asas de geometria variável. O piloto ou um computador a bordo podem fazer as asas do F-14 Tomcat variarem seu enflechamento de 20° a até 68°. Após o pouso, as asas podem ser enflechadas a até 75° e assim reduzir o espaço ocupado no hangar, algo relevante para os porta-aviões.

Como a Guerra Fria nunca “esquentou”, o F-14 acabou tendo uma ficha de combate relativamente pequena com a US Navy. Em 1981 e em 1989, abateram pares de Su-22 Fitter e MiG-23 Flogger, respectivamente, da Líbia. Na Guerra do Golfo, em 1991, teve como única vítima um helicóptero Mil Mi-8 “Hip”: um F-14 também foi abatido por fogo antiaéreo. Retirado de serviço na US Navy em 2006, acabou no fim da sua vida operacional tendo o papel de aeronave de ataque ao solo, atuando no Afeganistão. Também se destacou, a partir dos anos 80, em missões de reconhecimento aéreo.

Onde o F-14 foi muito usado em combate, e ainda voa, é no Irã. O país comprou 80 caças do tipo antes da Revolução Islâmica de 1979 e conseguiu mantê-los em serviço apesar do embargo dos Estados Unidos. As fontes mais confiáveis apontam que durante a Guerra Irã-Iraque os F-14 abateram 58 MiG-23, 23 MiG-21, nove MiG-25, 23 Su-22, 33 Mirage F-1 e um Mirage 5. Em troca, pelo menos cinco teriam sido confirmadamente abatidos por caças MiG-23 e Mirage F-1.



Nenhum comentário:

Postar um comentário