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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

como a TWA se tornou sinônimo do que há de melhor em viagens aéreas

A mudança de nome da TWA inaugurou uma era de glamour transatlântico



Em 17 de maio de 1950, a Transcontinental & Western Air passou por uma mudança de nome corporativo. Mantendo as iniciais TWA, a empresa adotou o apelido poderoso, porém elegante, de Trans World Airlines. Este novo nome corporativo e suas iniciais seriam reconhecidos e respeitados em todo o mundo pelo excelente serviço. Estava também indissociavelmente ligada ao seu principal acionista, que detinha tecnicamente 78% da empresa, o enigmático Howard Hughes. Hughes controlava as coisas na TWA nos bastidores, principalmente o número e os tipos de aeronaves que a companhia aérea adquiria.

A TWA referia-se não oficialmente a si mesma como “Trans World Airline” desde 1946, quando o serviço regular foi inaugurado através do Atlântico Norte para Paris.

APENAS 10 BOEING 307 STRATOLINERS FORAM CONSTRUÍDOS. CINCO DELES SERVIRAM NA TWA. COLEÇÃO JON PROCTOR

Na primavera de 1950, a TWA operava uma frota de 41 Lockheed Constellations (modelos L-049 e L-749, com o primeiro dos novos 749As entrando em operação), 16 Douglas DC-4 não pressurizados, 62 DC-3 não pressurizados. e 5 Boeing 307 Stratoliners.

EM 1950, A FROTA DA TWA INCLUÍA 62 DOUGLAS DC-3. FOTO DE BOB ARCHER DA COLEÇÃO JON PROCTOR

OS MARTINS

Para substituir os DC-3 nas rotas de curta distância da TWA, Hughes voltou sua atenção para a Glenn L. Martin Company, que estava se oferecendo para construir um avião comercial pressurizado para 40 passageiros a ser chamado de Martin 404. A Eastern Air Lines (EAL) encomendou sessenta dos novos navios e a TWA solicitou quarenta.

Enquanto esperava a construção dos 404, a TWA alugou do fabricante doze Martin 202As não pressurizados para 36 passageiros como medida provisória. Os 202As tiveram um desempenho tão bom para a TWA que a empresa exerceu sua opção de comprá-los além dos quarenta 404. A TWA referiu-se aos seus 52 Martins (202As não pressurizados e 404 pressurizados) como “Martin Skyliners”. A TWA operou seu primeiro serviço regular Martin 202A em 1º de setembro de 1950, e seu primeiro voo regular Martin 404 em 15 de janeiro de 1952.

A TWA COMPROU 40 MARTIN 404 E 12 MARTIN 202AS PARA ATENDER ROTAS DE CURTA DISTÂNCIA E CIDADES MENORES NO SISTEMA DA EMPRESA. MARTIN 404 N40420 FOI FOTOGRAFADO POR MEL LAWRENCE EM CHICAGO – MIDWAY (MDW) EM 1959.

OS CONNIES

Foram os Constellations da Lockheed que se tornariam tão intimamente associados à Trans World Airlines. Os distintos Connies pressurizados de cauda tripla se tornariam sinônimo de TWA ao longo da década de 1950, à medida que cada atualização subsequente do tipo era considerada para compra pela Hughes.

LOCKHEED L-1049 SUPER CONSTELAÇÃO N6909C. COLEÇÃO JON PROCTOR

A cada nova oferta da Douglas, seu principal concorrente, a Lockheed criaria uma versão ampliada, mais poderosa e mais luxuosa de sua série Constellation. O L-1049 Super Constellation foi a resposta da Lockheed ao DC-7, e foi com um L-1049 que a TWA ofereceu o primeiro serviço transcontinental direto programado nos EUA (sentido leste, com ventos cooperantes) em 19 de outubro de 1953, pouco mais de um mês antes da introdução dos DC-7 pela American Airlines na mesma rota (Los Angeles – Nova York).

O L-1049G “SUPER G” CONSTELLATION ENTROU EM SERVIÇO NA TWA NA PRIMAVERA DE 1955. COLEÇÃO DAVID H. STRINGER

O próximo avanço foi um Constellation que poderia garantir uma operação ininterrupta de costa a costa em qualquer direção, sem a necessidade de parada para abastecimento, independentemente das condições climáticas ou ventos contrários. Batizado de L-1049G, o “Super G” se tornou a versão mais popular do avião comercial de três caudas já produzida. Entrou em serviço na TWA na primavera de 1955.

O L-1049 G “SUPER G” TORNOU-SE O MODELO MAIS POPULAR DA SÉRIE LOCKHEED CONSTELLATION. FOTO DE MEL LAWRENCE DA COLEÇÃO GEORGE HAMLIN

VOE O MELHOR : Voe TWA

O slogan “Fly the Finest… Fly TWA” foi introduzido em 1953. Este lema simples foi repetido na televisão, no rádio e em anúncios impressos até se tornar familiar a praticamente todos. O público em geral acreditava que não havia nada melhor do que voar na TWA.

E eles voaram: mais de três milhões de passageiros voaram para os céus com a TWA em 1954. Esse número aumentou a cada ano até que 5.130.000 passageiros “voaram os melhores” em 1959.

A TWA era uma das quatro maiores companhias aéreas domésticas dos EUA, junto com a American, a United e a Eastern. Conhecidas como as Quatro Grandes, elas superaram todas as outras transportadoras domésticas em termos de receitas de passageiros transportados e passageiros milhas voadas. A TWA registrou lucro a cada ano entre 1949 e 1955. Após dois anos de perdas, a lucratividade voltou em 1958 e 1959.

A EMPRESA ANUNCIOU QUE NÃO HAVIA NADA MELHOR DO QUE VOAR NA TWA.

POR TRÁS DAS CENAS

A dificuldade de administrar uma companhia aérea com um proprietário que insistia em dar as ordens, mesmo sendo muitas vezes inacessível, estava se revelando uma tarefa estressante. Ralph Damon era presidente da TWA desde 1949. Ele conseguiu trabalhar com Hughes e aceitou com calma as idiossincrasias do proprietário. Infelizmente, Damon sofreu uma morte prematura depois de dedicar um grande outdoor de neon da TWA na Times Square de Nova York enquanto enfrentava o inverno frio e ventoso no final de 1955. Ele faleceu de pneumonia em 4 de janeiro de 1956.

A TWA permaneceu sem presidente até um ano depois, quando Carter Burgess assumiu o cargo em 23 de janeiro de 1957. Burgess não pôde trabalhar com Hughes e durou menos de um ano, renunciando em 31 de dezembro de 1957. Charles S. Thomas foi o próximo. Ele iniciou seu mandato em 2 de julho de 1958 e durou dois anos até julho de 1960.         

O L-1649A STARLINER DA LOCKHEED FOI A VERSÃO DEFINITIVA DA SÉRIE CONSTELLATION. HOWARD HUGHES ENCOMENDOU 25 DELES PARA A TWA. A COMPANHIA AÉREA REFERIU-SE AO TIPO COMO JETSTREAM. COLEÇÃO JON PROCTOR

JATOS

Hughes decidiu comprar a versão definitiva de seu tão querido Constellation, o L-1649A Starliner, que a TWA chamaria de Jetstream. Vinte e cinco Jetstreams foram encomendados e entraram em serviço na TWA na primavera de 1957. Em outubro daquele ano, os Jetstreams foram equipados com “assentos Siesta” totalmente reclináveis. Embora não fossem geradores de dinheiro, foram os últimos dos grandes aviões comerciais com motor a pistão, oferecendo acomodações luxuosas em voos através dos EUA e do Atlântico no curto período antes do início da era dos jatos.

Em 2 de outubro de 1957, a TWA inaugurou o serviço transpolar da Costa Oeste (Los Angeles e São Francisco) direto para Londres e Paris usando Jetstreams. Do outro lado do globo, a TWA inaugurou o serviço para Bangkok e Manila com Constelações Super-G em janeiro de 1958 como uma extensão da rota da empresa desde a Europa, Oriente Médio e Índia.

O PRIMEIRO JATO DA TWA, UM BOEING 707, SAI DO HANGAR DA BOEING EM RENTON, WASHINGTON. COLEÇÃO JON PROCTOR

NA ERA DO JATO

O primeiro serviço de jato puro da empresa foi operado por um Boeing 707-131 em 20 de março de 1959, entre São Francisco e Nova York (Idlewild – hoje JFK). Oito meses depois, em 23 de novembro de 1959, a TWA inaugurou o serviço internacional de jatos com um Boeing 707-331 operando de Nova York a Londres e Frankfurt.

A TWA entrou na década de 1960 pronta para enfrentar de frente a era dos jatos e, superficialmente, tudo parecia bem. Mas havia turbulência no horizonte para Howard Hughes. Os primeiros anos da nova década o veriam envolvido em litígios com a administração da TWA e com outros credores da companhia aérea. Ele também estava em apuros com o Conselho de Aeronáutica Civil.

O slogan que convidava o público a “Fly the Finest” foi abandonado quando a década de 1950 chegou ao fim. Mas a TWA sobreviveria!

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