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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Grumman F-11 Tiger

 

F-11 #4Apesar de ter tido uma curta carreira e nunca ter entrado em combate, o caça embarcado F-11 Tiger alcançou a fama com a equipe de demonstração aérea Blue Angels.

O Grumman F-11F Tiger teve sua origem em um estudo financiado pela empresa em 1952 para explorar a possibilidade de adaptar o projeto básico do F9F-6/7 Cougar a ‘Regra de Área’ e assim reduzir o arrasto transônico e permitir que a aeronave alcança-se um desempenho supersônico. O projeto recebeu da empresa a designação G-98.

Logo se tornou evidente que seria mais do que necessário do que apenas redesenhar o Cougar e em 1953 o G-98 tinha evoluído para uma aeronave completamente nova, guardando nenhuma semelhança com o Cougar. A fuselagem foi estreitada na posição das asas em conformidade com as disposições da Regra de Área.

F-11-2F-11-1O motor do G-98 era para ser o Wright J65, que era uma versão sob licença do Armstrong Siddeley Sapphire. O motor era para ser alimentado por um par de entradas de ar montados nas laterais da fuselagem, logo atrás do cockpit. A cabine do piloto recebeu uma cobertura que deslizava para trás. O nariz pontiagudo e inclinado era afilado e permitia uma boa visibilidade para a frente, o que era essencial para pousos seguros a bordo de porta-aviões. O trem de pouso dianteiro tinha duas rodas se retraía para trás alojando-se na fuselagem e o trem principal tinha rodas simples que também se alojavam na fuselagem. O jato também tinha uma pequena bequilha retrátil sob a cauda para proteção contra danos à fuselagem traseira em caso de pouso irregular.

Em vez de usar a técnica padrão de construção de asa com alumínio, numa folha fina e rebitada a uma série de nervuras, os principais revestimentos foram produzidos a partir de placas de liga leve e foram incorporados para reduzir o peso. As asas tinham slat em toda a sua extensão. O controle lateral era fornecido por spoilers. Uma direcionador de fluxo de ar foi colocado na superfície superior de cada asa. As pontas das asas eram dobráveis manualmente para baixo a fim de reduzir o espaço a bordo do porta-aviões.

Havia uma única deriva vertical na cauda. O estabilizador horizontal era totalmente móvel e foi montado bem baixo na fuselagem traseira.F-9_F-11

F-11 #1

F-11 #2A Marinha ficou impressionada com a proposta do G-98 e em 27 de abril de 1953 contratou dois protótipos, além de uma célula para testes estáticos. Mesmo que o G-98 não tivesse mais nenhuma relação com o F9F-6/F9F-7 Cougar, a Marinha atribuí a designação XF9F-8 para o projeto. Quatro meses depois, a Marinha mudou de idéia mudou a designação XF9F-8 para projeto G-99, redesignando o novo G-98 como XF9F- 9, o que confundiu a todos.

Os testes foram realizados com um modelo em escala lançado por foguete e com um pequeno modelo montado na lança do nariz de um F9F-6 Cougar. A Marinha sentiu-se suficientemente confiante e encomendou 42 unidades.

Os trabalhos sobre o XF9F-9 prosseguiram e rapidamente o primeiro protótipo ficou pronto em julho de 1954. No entanto, o motor de pós-combustão J65 ainda não estava disponível e um motor Wright J65-W-7 sem pós combustor e gerando 3 175 kg de empuxo foi instalado para os ensaios iniciais. O XF9F-9 voou pela primeira vez em 30 de Julho de 1954. Apesar de usar um motor sem pós-combustão, a aeronave quase alcançou Mach 1 no seu primeiro voo, o que aumentou ainda mais a confiança da Marinha no desenho. O segundo protótipo voou em 2 de outubro de 1954.

Em 20 de Outubro de 1954, o XF9F-9 sofreu um acidente, incendiando-se. O piloto sobreviveu ao acidente, mas a aeronave ficou destruída pelas chamas. O segundo protótipo foi equipado com um pós-combustor e finalmente foi capaz de alcançar um desempenho supersônico em voo nivelado. No entanto, o XF9F-9 (em contradição com algumas fontes) não foi o primeiro caça da Marinha a conseguir este feito. A honra é atribuída ao Douglas F4D-1 Skyray em junho de 1954.

F-11 #8F-11-12F-11-14Os ensaios de voo revelaram alguns problemas de controle e estabilidade, que precisavam ser consertados antes da aeronave ser declarada pronta para o serviço. Estas modificações foram incorporadas noutro protótipo e sendo levadas ao ar em 15 de dezembro de 1954. Ele tinha as superfícies verticais da cauda redesenhadas, com um leme mais estreito, uma placa de divisora da camada limite nas entradas de ar, uma cobertura de correr maior para melhorar a visibilidade traseira e um nariz um pouco mais longo.

As aeronaves de produção deveriam ser propulsadas pelo motor turbojato Wright J65-W-18, com 3 350 kg de empuxo seco e 4 700 kg com pós-combustão. O armamento orgânico consistia de quatro canhões-revolver de 20 mm montado nas extremidades inferiores das entradas de ar. Além disso, quatro mísseis Sidewinder ou dois Sidewinders e dois tanques alijáveis poderiam ser transportados nos cabides subalares. A Marinha passou a exigir que todas as aeronaves fossem capazes de reabastecimento em voo (REVO) e uma sonda de reabastecimento parcialmente retrátil foi adicionada no nariz.

Em abril de 1955, a Marinha finalmente admitiu que o Tiger não era um Cougar atualizado e ordenou que a aeronave fosse redesignada como F11F-1 (a designação F10F tinha sido dada ao Jaguar, um caça de geometria variável que não entrou em produção).

F-11-4F-11 #7F-11 #10A versão de reconhecimento foi redesignada como F11F-1P. O nome Tiger foi escolhido, continuando a tradição de adoção de nomes de felinos para caças baseados em porta-aviões.

O primeiro lançamentos por catapulta e o primeiro pouso num convés foi a bordo do USS Forrestal em 4 de Abril de 1956. Os ensaios descobriram mais problemas e que resultaram na necessidade de mais mudanças. O alcance e a resistência do Tiger foram considerados inadequados e o segundo lote de produção recebeu células de combustível adicionais, embutidas nas paredes de admissão de ar e no estabilizador vertical, aumentando a capacidade interna de combustível. A sonda de reabastecimento retrátil mudou para uma posição no lado direito do nariz. O nariz mais longo deveria ter sido equipado com um radar AN/APS-50, mas isso nunca ocorreu.

Os primeiros F11F-1 (com nariz curto) foram entregues ao esquadrão VX-3 em fevereiro de 1957. O VX-3 recebeu a missão de levar a cabo a avaliação operacional inicial do Tiger. O VA-156 recebeu o F11F-1S (de nariz comprido) e foi o primeiro esquadrão de Tiger a completar a qualificações a bordo de um porta-aviões.

O Tiger serviu por breves períodos a bordo do USS Ranger, Intrepid, Saratoga, Forrestal e Bon Homme Richard

Ao mesmo tempo, entrava em operação na Marinha o Vought F8U Crusader. O F-8 era sensivelmente mais rápido que o Tiger e uma plataforma de armas muito mais satisfatória. Embora o Tiger fosse ligeiramente mais rápido do que o Crusader ao nível do mar e tinha melhores características de operação, o Tiger era quase 480 km/h mais lento do que o Crusader a 35.000 pés (10 670 m) e tinha uma taxa de subida inicial pouca coisa menor e uma autonomia de combate menor. Além disso, o Wright J65 nunca foi um motor confiável e por essa época o potencial de crescimento já tinha sido atingido. Conseqüentemente a Marinha logo perdeu o encanto pelo Tiger e cancelou novas encomendas, assim como a versão de reconhecimento F11F-1P. Apenas 199 jatos F11F-1 foram construídos antes da produção cessar com a ultima entrega em 23 de Janeiro de 1959.

F-11-10F-11 #3F-11 #5O F11F-1 serviu com a Marinha por apenas quatro anos, com os últimos Tigers sendo retirados em abril de 1961. Após a sua retirada de serviço da frota, o Tiger foi usado principalmente como um avião de treinamento. Os últimos exemplares foram retirados em meados de 1967.

O Tiger se tornou famoso quando foi escolhido pela equipe da demonstração do voo da Marinha, os Blue Angels em 1957. Primeiramente foi o modelo F11F-1 de nariz curto, trocando-os mais tarde pelos de nariz longo. Os Blue Angels operarm o Tiger por doze anos, trocando-os pelo McDonnell F-4J Phantom em 1969.

Em setembro de 1962, o F11F-1 foi redesignado F-11A, de acordo com o novo regime de designação. Por esta altura os únicos Tigers que voavam eram os dos Blue Angels.


Propulsão: Um turbojato Wright J65-W-18 de fluxo axial gerando 3 500 kg de empuxo seco e 4 760 kg com pós-combustão.

Desempenho: Velocidade máxima: 1 211 km/h ao nível do mar; 1 169 a 35.000 pés (10 668 m). Velocidade de cruzeiro: 928 km/h; Razão inicial de subida: 1 560 m/min; Teto de serviço: 19 000 m; Alcance: 2 050 km;

Pesos: Vazio: 6 500 kg; carregado: 9 650 kg; máximo: 10 900 kg.

Dimensões: Envergadura 9,6 m; comprimento: 14,3 m; altura: 4 m, área alar: 23m²

Capacidade máxima de combustível: 5 100 litros, considerando dois tanques alijáveis de 567 litros cada.

Armamento: Quatro canhões de 20 mm e quatro cabides subalares compatíveis com mísseis AIM-9 Sidewinder. Não foi previsto o uso de bombas.

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